Reflexões dos últimos Papas

Os Papas e a misericórdia: "o segundo nome do amor"

Reflexões de São João Paulo II, Bento XVI e Francisco, neste dia em que celebramos a Festa da Divina Misericórdia, apontam para que nunca duvidemos do amor de Deus pela humanidade

Da Redação, com Vatican News

Papa Francisco na Igreja de “Santo Spirito in Sassia” em Roma, em abril de 2020 / Foto: Vatican Media/ Handout via REUTERS ATTENTION

Neste primeiro domingo após a Páscoa, a Igreja celebra a Festa da Divina Misericórdia, estabelecida em 30 de abril de 2000, por São João Paulo II, durante a solene Celebração Eucarística por ocasião da canonização da Irmã Maria Faustina Kowalska.

Naquela ocasião, em sua homilia, o Papa Wojtyla lembrou que Cristo confiou sua mensagem de misericórdia a essa humilde freira polonesa entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial. 

“A misericórdia divina atinge os homens através do Coração de Cristo crucificado: ‘Minha filha, dize que sou o Amor e a Misericórdia em pessoa’, pedirá Jesus à Irmã Faustina (Diário, pág. 374). Cristo derrama esta misericórdia sobre a humanidade mediante o envio do Espírito que, na Trindade, é a Pessoa-Amor. E porventura não é a misericórdia o ‘segundo nome’ do amor, cultuado no seu aspecto mais profundo e terno, na sua atitude de cuidar de toda a necessidade, sobretudo na sua imensa capacidade de perdão?”

Do coração de Jesus, Irmã Faustina, que nasceu em 1905 e morreu em 1938, viu dois feixes de luz que iluminam o mundo: “Os dois feixes”, explicou-lhe um dia o próprio Cristo, “representam o sangue e a água”. “Se o sangue evoca o sacrifício da cruz e o dom eucarístico, a água”, explicou João Paulo II durante a capela papal para a canonização da Irmã Faustina -, “lembra não apenas o batismo, mas também o dom do Espírito Santo”, salientou.

A misericórdia é a face de Deus

No Domingo da Divina Misericórdia de 2008, Bento XVI enfatizou, antes da oração mariana do Regina Coeli, que a misericórdia é o núcleo da mensagem do Evangelho. “É a face com a qual Deus se revelou na Antiga Aliança e plenamente em Jesus Cristo, a encarnação do Amor criador e redentor”.

“Este amor de misericórdia ilumina também o rosto da Igreja, e manifesta-se quer mediante os Sacramentos, em particular o da Reconciliação, quer com as obras de caridade, comunitárias e individuais. Tudo o que a Igreja diz e realiza, manifesta a misericórdia que Deus sente pelo homem, portanto, por nós. Quando a Igreja deve reafirmar uma verdade menosprezada, ou um bem traído, fá-lo sempre estimulada por amor misericordioso, para que os homens tenham vida e a tenham em abundância (cf. Jo 10, 10). Da misericórdia divina, que pacifica o coração, brota depois a paz autêntica no mundo, a paz entre os povos, culturas e religiões diversas”.

Assim como a Irmã Faustina, o Papa João Paulo II também foi um apóstolo da Divina Misericórdia. Na noite de 2 de abril de 2005, quando ele voltou para a casa do Pai, era a véspera do segundo domingo de Páscoa.

Ser misericordioso é encontrar Jesus

As chagas de Jesus não são chagas distantes, confinadas a uma época remota da história humana. O Papa Francisco, em 2022, durante a Missa da Divina Misericórdia, exorta a cuidar das feridas de nossos irmãos e irmãs que estão passando por momentos difíceis. A misericórdia de Deus, acrescenta o Pontífice, nos coloca “frequentemente em contato com os sofrimentos do nosso próximo”.

Na incredulidade de São Tomé, que quer ver as feridas do Senhor, está a história de todo fiel: “Há momentos difíceis, nos quais a vida parece desmentir a fé, nos quais entramos em crise e precisamos tocar e ver. Mas, como Tomé, é precisamente aqui que descobrimos o coração do Senhor, a sua misericórdia”. 

Em 2015, abrindo o Jubileu Extraordinário da Divina Misericórdia, Francisco aponta para uma diretriz capaz de promover um autêntico discernimento: “Devemos antepor a misericórdia ao julgamento e, em todo o caso, o julgamento de Deus será sempre feito à luz da sua misericórdia”, concluiu.

 

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