Papa Francisco afirma que consagração na viuvez é um dom que o Senhor faz à sua Igreja e motiva viúvas a nutrir vínculo com Jesus
Da redação, com VaticanNews
O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta quinta-feira, 6, na Sala do Consistório, no Vaticano, 60 participantes do encontro internacional para viúvas consagradas, membros da ‘Fraternidade de Nossa Senhora da Ressurreição’ e da ‘Comunidade Ana a Profetisa’, presentes hoje em vários países.
As viúvas consagradas são aquelas que, de maneira livre e definitiva, decidem consagrar sua vida a Deus, após a viuvez. Mediante o rito litúrgico da benção, recebem das mãos do bispo seu particular vínculo com a Igreja Católica.
Esse modo de vida já é conhecido de maneira primitiva desde o tempo dos apóstolos, e São João Paulo II, na Exortação Apostólica ‘Vita Consecrata’ também se refere a ele: “Estas pessoas, mediante o voto de castidade perpétua como sinal do Reino de Deus, consagram sua condição para dedicar-se à oração e ao serviço da Igreja”.
Na audiência desta manhã, Francisco ressaltou que “a viuvez é uma experiência particularmente difícil (…). Alguns, quando têm de viver esta experiência, mostram que sabem fazer convergir as suas energias para uma dedicação ainda maior aos filhos e netos, encontrando nesta experiência de amor uma nova missão educativa”, citando um trecho de sua Exortação apostólica pós-sinodal ‘Amoris Laetitia’.
“A morte de seus esposos levou vocês a reconhecer um chamado particular do Senhor e a respondê-lo, consagrando-se a Ele por amor e com amor, na vivência da castidade, obediência e pobreza”, disse o Papa.
Viver os conselhos evangélicos
Citando um trecho de sua Exortação apostólica ‘Gaudete et exsultate’, o Papa frisou que às vezes, a vida apresenta desafios maiores e, através deles, o Senhor convida a novas conversões que permitam à sua graça manifestar-se melhor na existência humana, “para nos fazer participantes da sua santidade”.
Segundo o Pontífice, as viúvas consagradas mostram que, com a graça de Deus, apoio e acompanhamento de ministros e outros membros da Igreja, é possível viver os conselhos evangélicos, exercendo as próprias responsabilidades familiares, profissionais e sociais.
“A consagração na viuvez é um dom que o Senhor faz à sua Igreja para dizer a todos os batizados que a força do seu amor misericordioso é um caminho de vida e santidade, que nos ajuda a superar as provações e renascer para a esperança e a alegria do Evangelho”, disse o Papa, convidando as viúvas a manterem os olhos fixos em Jesus Cristo e a nutrir o vínculo particular que as une a Ele.
O Santo Padre motivou-as a serem “fermento na massa” deste mundo, e “luz” para os que caminham nas trevas e na sombra da morte. “Façam-se próximas aos pequenos e pobres, mostrando-lhes a ternura de Deus e sua proximidade no amor”.
“Vivam a consagração na vida cotidiana com simplicidade e humildade. O Espírito Santo ajudará vocês a testemunhar que ‘Deus pode atuar em qualquer circunstância, mesmo no meio de aparentes fracassos’ e ‘que a pessoa que se oferece e entrega a Deus por amor, seguramente será fecunda'”, concluiu o Papa, com um trecho da Exortação apostólica ‘Evangelii gaudium’.