Francisco deu início às “24 horas para o Senhor” ao presidir celebração na periferia de Roma e destacou importância de buscar Sacramento da Reconciliação
Da Redação, com Vatican News
O Papa Francisco foi até a periferia de Roma nesta sexta-feira, 8, para dar início à iniciativa “24 horas para o Senhor”. Ele foi até a Paróquia de São Pio V e presidiu uma celebração penitencial, destacando a importância do homem se reconhecer pecador e lançar-se “nos braços do amor de Jesus crucificado”, além de ouvir as confissões de alguns fiéis.
Na homilia, o Pontífice refletiu sobre o tema escolhido para a edição deste ano: “Caminhar numa vida nova” (cf. Rm 6,4). Ele explicou que essa vida nova “nasce do Batismo, que nos imerge na morte e na ressurreição de Jesus e nos torna para sempre filhos de Deus”, e é feita caminhando.
Contudo, após tantos passos neste caminho e em meio à agitação do mundo e à busca constante por satisfação e novidade, estímulos e sensações positivas, o Santo Padre alertou para a possibilidade de talvez perder de vista a vida santa que corre dentro de cada ser humano e a beleza de Deus ser ofuscada.
Desta forma, frisou, Deus acaba se tornando um “patrão” que é temido ao invés de amado. Além disso, as outras pessoas passam a ser adversárias, observou Francisco, acrescentando que os defeitos do próximo parecem exagerados e suas virtudes escondidas. “Quantas vezes somos inflexíveis com os outros e indulgentes conosco”, refletiu.
Perseverança
O Papa enfatizou que o mais importante é perseverar no caminho, a fim de redescobrir a beleza do Batismo e o sentido para seguir em frente. Caminho este que consiste no perdão de Deus, que “nos torna novos novamente” porque “nos devolve uma vida e uma visão nova”.
Em diversos momentos, o Pontífice pontuou que Deus não se cansa nunca de perdoar — o problema são os homens, que se cansam de pedir perdão. “Ele quer isso”, prosseguiu, “porque nos quer renovados, livres e leves por dentro, felizes e em caminho, não estacionados nas estradas da vida. Ele sabe como é fácil tropeçarmos, cair e ficar no chão, e Ele quer nos levantar novamente. Não o entristeçamos, não adiemos o encontro com o seu perdão.”
Voltando-se aos confessores, o Santo Padre pediu que procurem transformar as feridas “em canais de misericórdia”, por meio da “carícia do Espírito Santo”. Ele orientou os sacerdotes a ajudar quem tem medo de se aproximar “com confiança do sacramento da cura e da alegria”. “Vamos colocar o perdão de Deus de volta no centro da Igreja”, exortou.
“Esse é o recomeço da vida nova: iniciada no Batismo, recomeça pelo perdão. Não renunciemos ao perdão de Deus, ao sacramento da Reconciliação: não é uma prática de devoção, mas o fundamento da existência cristã; não se trata de saber dizer bem os pecados, mas de nos reconhecermos pecadores e de nos lançarmos nos braços do amor de Jesus crucificado para sermos libertados; e isso não é um gesto moralista, não, mas a ressurreição do coração: o Senhor ressuscitado nos ressuscita, todos nós”, concluiu Francisco.