Papa se encontrou com membros do Movimento Cristão de Trabalhadores nesta sexta-feira; movimento completa 50 anos
Da Redação, com Vatican News
O Papa Francisco recebeu em audiência nesta sexta-feira, 9, os membros do Movimento Cristão de Trabalhadores, que celebra 50 anos. O movimento nasceu sob as bênçãos do Papa São Paulo VI.
“Os cinquenta anos são também um momento para olhar com realismo à própria história, feita de tanta gratuidade e também de muito trabalho no testemunho cristão”. Francisco destacou a importância de não ceder a formas autocelebratórias, mas reconhecer a ação do Espírito Santo em toda a sua história.
Este aniversário, segundo o Papa, pode ajudar o movimento a caminhar em duas direções: um trabalho de purificação e uma nova semeadura.
“A purificação é sempre necessária” afirmou o Papa, “em todas as experiências humanas. Somos pecadores e precisamos de misericórdia como o ar que respiramos”. E acrescentou: “A disponibilidade à conversão, a se deixar purificar, é um sinal de coragem, de força, não de fraqueza”
Francisco explicou que se trata de aceitar as novidades do Espírito sem colocar obstáculos: permitir que os jovens encontrem espaço, que o espírito de gratuidade seja preservado e compartilhado, não perder o entusiasmo dos inícios. Depois o Papa encorajou a redescobrir este entusiasmo, visível no modo com o qual os presentes vivem o vínculo eclesial nos territórios e na gratuidade do serviço às necessidades dos trabalhadores.
Em seguida, o Papa colocou algumas questões: como ser fiel ao serviço dos trabalhadores de hoje? Como viver o compromisso com a conversão ecológica e a pacificação? Como animar a sociedade italiana nos campos econômico, político e trabalhista, contribuindo para o discernimento com os critérios da ecologia integral e da fraternidade? Para responder, o Papa falou sobre o segundo ponto.
Nova semeadura
O segundo ponto destacado sugere a “nova semeadura”. “Com efeito, este não é apenas o tempo de colher frutos: é o tempo de semear novamente. Isso nos é exigido pela difícil estação que estamos vivendo”.
“A pandemia e a guerra tornaram o clima social mais sombrio e pessimista. Isto chama todos vocês a serem semeadores de esperança. Partindo de vocês mesmos, de seu tecido associativo: que suas portas fiquem abertas; que os jovens sintam que não são apenas convidados, mas protagonistas, com sua capacidade de imaginar uma sociedade diferente”.
Em seguida o Pontífice propôs aos presentes um compromisso específico sobre a questão do trabalho. “Vocês são um movimento de trabalhadores e podem contribuir em levar suas preocupações para dentro da comunidade cristã”.
“É importante que os trabalhadores se sintam em casa nas paróquias, associações, grupos e movimentos; que seus problemas sejam levados a sério; que seu apelo à solidariedade possa ser ouvido”.
Concluindo, o Papa afirmou: “Dar aos trabalhadores espaço e voz significa liberar energias para que o bem comum seja o resultado do compromisso e da solidariedade entre todos”.