Na Catequese desta quarta-feira, 7, Francisco incentivou os fiéis a rezarem pedindo a intercessão de seus onomásticos. “Estão esperando para ‘nos dar uma mão’ na vida”, disse
Da redação, com Vatican News
Os santos lembram que a santidade pode florescer em nossas vidas. É o que destacou o Papa Francisco na Audiência Geral desta quarta-feira, 7. A Catequese teve como tema: “Rezar em comunhão com os santos”. Ela foi realizada na Biblioteca do Palácio Apostólico.
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Não há solidão na oração
Na oração, não se está sozinho, revelou o Papa. “Estamos imersos num rio majestoso de invocações que nos precede e continua depois de nós”, complementou.
O Santo Padre comentou sobre as orações encontradas na Bíblia. Muitas vezes, elas ressoam na liturgia. Nelas há um vestígio de histórias antigas e de libertações prodigiosas. Também há deportações e tristes exílios, retornos comoventes e louvores que fluem diante das maravilhas da criação.
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“Estas vozes são transmitidas de geração em geração, num entrelaçamento contínuo entre a experiência pessoal e a do povo e da humanidade a que pertencemos”, frisou o Pontífice.
Boas orações se difundem
De acordo com Francisco, as boas orações se difundem. Como todos os bons, elas se propagam continuamente. Isso, com ou sem mensagens nas “redes sociais”. “Das enfermarias dos hospitais, dos momentos de encontro festivo, assim como daqueles em que se sofre em silêncio”.
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A dor de cada pessoa é a dor de todos, explicou o Papa. E a felicidade de um é transferida para a alma de outros. “A dor e a felicidade! Uma história que se torna história na própria vida, revive-se a história com as próprias palavras, mas a experiência é a mesma”.
Companhia dos santos
Francisco destacou que as orações renascem sempre. Cada vez que homens e mulheres rezam e abrem o coração a Deus, o Santo Padre afirmou que eles encontram a companhia de santos anônimos e santos reconhecidos que rezam com eles.
Os santos, apontou o Pontífice, intercedem por todos, como irmãos e irmãs mais velhos que passaram pela mesma aventura humana.
“Na Igreja não há luto que permaneça solitário, não há lágrimas que sejam derramadas no esquecimento. Tudo respira e participa de uma graça comum”, frisou.
O Papa observou que não é por acaso que, nas igrejas antigas, as sepulturas eram no jardim ao redor do edifício sagrado. O ato representa a multidão em cada Eucaristia, como se os que nos precederam participassem de alguma forma.
A oração é ensinada aos católicos pelos pais, avós, padrinhos, madrinhas, catequistas e outros educadores. Ela representa uma parte da fé transmitida, comentou o Santo Padre.
Santos devem recordar Jesus
“Os santos ainda estão aqui, não muito longe de nós; e suas representações nas igrejas evocam aquela “nuvem de testemunhas” que sempre nos circunda. São testemunhas que não adoramos – claro, não adoramos estes santos, mas que veneramos e que de mil maneiras diferentes nos remetem a Jesus Cristo, o único Senhor e Mediador entre Deus e o homem”.
Um santo que não se remete a Jesus Cristo não é um santo nem mesmo cristão, afirmou Francisco. O santo deve recordar Jesus Cristo, pois ele percorreu o caminho de viver como cristão.
“Os santos devem lembrar que, mesmo em nossas vidas, embora frágeis e marcadas pelo pecado, a santidade pode florescer. De fato, até no último momento”, sublinhou.
Santidade: um percurso de vida
Segundo o Pontífice, “não é por acaso que lemos nos Evangelhos que o primeiro santo canonizado foi um ladrão e não canonizado por um Papa, mas por Jesus. A santidade é um percurso de vida, de encontro com Jesus, seja longo ou breve, seja em um instante”.
A santidade é sempre um testemunho. O Papa apontou que um santo é uma testemunha, de um homem, de uma mulher que encontrou Jesus e que seguiu Jesus.
“Em Cristo existe uma misteriosa solidariedade entre aqueles que passaram para a outra vida e nós, peregrinos nesta: nossos queridos defuntos, do céu, continuam cuidando de nós. Eles rezam por nós e nós rezamos com eles. E nós rezamos por eles, e rezamos com eles”.
Para o Papa, o vínculo de oração entre os leigos e leigas, e os santos, já é experimentada aqui, na vida terrena. “Rezamos uns pelos outros, pedimos e oferecemos orações”.
Rezar é a primeira maneira de amar o próximo
A primeira maneira de rezar por alguém, explicou o Papa, é falar com Deus sobre ele ou ela. “Se fizermos isso frequentemente, todos os dias, nosso coração não se fecha, permanece aberto aos nossos irmãos e irmãs. Rezar pelos outros é a primeira maneira de amá-los, e isso nos impulsiona à proximidade concreta”.
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Mesmo em momentos de conflito, uma maneira de dissolver o conflito, de amenizá-lo, é rezar pela pessoa com quem estou em conflito, aconselhou o Santo Padre. Algo muda com a oração.
“A primeira coisa que muda é o meu coração; é a minha atitude. O Senhor o muda para tornar possível um encontro, um novo encontro, e evitar que o conflito se torne uma guerra sem fim”, comentou.
“Uma mão” na vida
A primeira maneira de enfrentar um momento de angústia é pedir aos santos, sobretudo, que rezem por nós, exortou Francisco.
“O nome que nos é dado no Batismo não é uma etiqueta ou uma decoração. Geralmente é o nome da Virgem, uma santa ou um santo, que está esperando para ‘nos dar uma mão’ na vida para obter de Deus as graças de que mais precisamos”, observou o Papa.
Santos na terra
Por fim, o Santo Padre destacou que na terra existem pessoas santas, homens e mulheres santos que vivem na santidade.
Eles não sabem, nós também não sabemos, mas existem os santos, os santos de todos os dias, os santos escondidos ou, como Francisco gosta de dizer, os “santos da porta ao lado”.
De acordo com o Pontífice, esses santos convivem conosco na vida, trabalham conosco e levam uma vida de santidade.