Francisco recebeu em audiência, na manhã desta quinta-feira, 13, os membros da Associação Religiosa de Institutos Sociais e de Saúde (ARIS)
Da redação, com Vatican News
O Papa recebeu na manhã desta quinta-feira, 13, os membros da Associação Religiosa de Institutos Sociais e de Saúde (ARIS). A associação atua há mais de cinquenta anos no país e representa uma realidade de instituições particularmente vasta e complexa, tanto pelas finalidades como pela heterogeneidade das atividades que compreendem hospitais, centros de recuperação, entre outros.
Em seu discurso, o Pontífice sublinhou alguns pontos que considera importantes para o desenvolvimento da missão em tal área, bem como seus principais desafios e belezas. Inicialmente, Francisco recorreu a vários fundadores, considerando que a grande maioria dos institutos que participam da associação nasceram de um carisma religioso e são os membros que fazem sua gestão atualmente:
“A Igreja tem feito muito, através da saúde, para ouvir e prestar atenção aos segmentos pobres, fracos e abandonados da sociedade. Não faltaram testemunhas confiáveis nesta esfera, que foram capazes de reconhecer e servir a Cristo doente e sofredor até o completo dom de si, mesmo com o sacrifício de suas vidas. Pensamos em São Camilo de Lellis, Santa Josefina Vannini, São José Moscati, Santo Agostinho Pietrantoni e muitos outros”.
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A saúde, de fato, é um setor onde ficam muito evidentes as diferenças de acesso àqueles que são mais ou menos abastados, deste modo, os que sofrem são os mais pobres, reforçou o Papa. Tendo sempre em mente e no coração este apelo pelos mais necessitados, o Santo Padre destacou que é nesta fronteira que os institutos são chamados a estar, na “fronteira da necessidade”, acrescenta: “para responder sobretudo à demanda de saúde dos mais pobres, dos excluídos e daqueles que, por razões econômicas ou culturais, veem suas necessidades ignoradas. Estes são os mais importantes para nós, os que estão no topo da fila: estes.”
Pobreza sanitária e eutanásia progressiva
Em seu discurso, o Pontífice ainda deu destaque àqueles que sofrem com a “pobreza sanitária” ressaltando que “o cuidado da saúde de inspiração cristã tem o dever de defender o direito ao cuidado especialmente dos setores mais fracos da sociedade, privilegiando os lugares onde as pessoas são mais sofredoras e menos cuidadas”. E, particularmente, destacou os mais idosos, que sofrem uma verdadeira “eutanásia progressiva”:
“Um idoso deve tomar estes medicamentos, e se para poupar dinheiro ou por isto ou por que motivo não lhe dão estes medicamentos, trata-se de uma eutanásia oculta e progressiva. Temos que dizer isso. Toda pessoa tem direito a medicamentos. E muitas vezes – estou pensando em outros países, na Itália não sei muito sobre isso, em outros países sim, eu sei – os idosos que têm que tomar quatro-cinco remédios e só conseguem dois: isso é uma eutanásia progressiva, porque não se lhes dá a cura que eles podem lhe trazer.”
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Ninguém deve se sentir sozinho na doença
Ao final, Francisco retomou seu apelo à missão dos institutos, que não devem apenas oferecer assistência pastoral sacramental, mas dar total atenção à pessoa. “Ninguém, ninguém deve se sentir sozinho na doença!” enfatizou o Pontífice, retomando mais uma vez a inspiração dos fundadores:
“Mantenham vivo o carisma de seus Fundadores, não tanto para imitar seus gestos, mas para acolher seu espírito, não tanto para defender o passado, mas para construir um presente e um futuro no qual anunciar, com sua presença, a proximidade de Deus aos doentes, especialmente aos mais desfavorecidos e marginalizados pela lógica do lucro.”