Proximidade

Papa telefona a arcebispo de Camerino após terremoto

Em telefonema, cardeal Francesco Massara, arcebispo de Camerino-San Severino, descreveu ao Papa o trabalho realizado pelos agentes de saúde no território

Da redação, com Vatican News

O Papa Francisco tem procurado alternativas para demonstrar proximidade aos fiéis neste momento dramático e, ao mesmo tempo, complexo vivido pela maioria dos países, por causa da pandemia do coronavírus. Na terça-feira, 14, o Pontífice ligou para o cardeal Timothy Dolan, arcebispo de Nova Iorque, manifestando preocupação pelo país mais afetado pelo Covid-19 no mundo. Na Itália, os telefonemas internos foram feitos para Bergamo e a pequena cidade de Camerino.

Camerino vive a pandemia como segundo terremoto

O cardeal Francesco Massara, arcebispo de Camerino-San Severino, na região de Marche, foi quem recebeu a ligação do Papa que queria notícias sobre a situação neste tempo de epidemia no território atingido pelo sismo. “Como estão as vítimas do terremoto e qual é a situação nos hospitais?”, pediu Francisco.

Como reporta a agência católica de notícias SIR, o bispo disse que a ligação foi uma surpresa: “Um telefonema não esperado. Mas quando tocou o telefone, eu pensei que fosse ele. Falei do trabalho extraordinário que os agentes sanitários estão fazendo por cada um de nós”. Foi uma conversa intensa, durante a qual o Papa também pediu a Dom Massara informações sobre a situação econômica do território inteiro, confirmando a sua proximidade e as suas orações.

O arcebispo enfatizou que, para a comunidade, a pandemia representa um segundo terremoto. Dom Massara, porém, acredita que se deve olhar também para as coisas positivas, como “a grande solidariedade, o estar”.

Jornal de Bergamo faz obra de caridade

O Papa também ligou para o diretor do jornal “Eco di Bergamo”, na Lombardia, que, através de um artigo nesta quarta-feira, 15, descreveu o gesto como “Um outro carinho de Francisco”. A ligação a Alberto Ceresoli aconteceu no final da tarde de terça-feira, 14, “com intensidade e amor paterno”, pela “grande obra de caridade” que o jornal está fazendo “ao recordar diariamente as vítimas do coronavírus”.

O diretor contou que a ligação chegou de um número desconhecido, um dos tantos recebidos neste último um mês e meio de colegas jornalistas do mundo inteiro. Alberto, então, ao responder à chamada, ouviu do outro lado: “sou o Papa”. Ainda meio surpreso, o diretor recebeu logo o “carinho”, cheio de comoção, quando Francisco disse: “Gostaria de agradecer vocês pela memória que fazem todos os dias dos defuntos e pelo precioso trabalho. Dar o nome às pessoas que morrem e contar as suas histórias é uma obra de caridade muito grande pela qual agradeço realmente tanto vocês.”

Na rápida troca de palavras, ambos enfatizaram viver “o drama no drama” desta tragédia tão dolorosa que faz com que, quem perde a vida por causa do Covid-19, perde em total solidão, sem nenhum familiar próximo para poder segurar na mão. “Sim, é muito triste”, comentou o Papa, “e acredito que isso torne ainda mais difícil o trabalho de vocês, mas acredito que também o embeleza ainda mais. E justamente por isso volto a agradecer o senhor, e através do senhor, todo o jornal, pela grande, grande obra de caridade que fazem todos os dias”.

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