Francisco discursou aos participantes de um curso voltado aos responsáveis diocesanos das celebrações litúrgicas
Da Redação, com Vatican News
O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta sexta-feira, 20, no Vaticano, os participantes do curso promovido pelo Pontifício Instituto Santo Anselmo para os responsáveis diocesanos das celebrações litúrgicas.
“Este curso, agora concluído, corresponde às indicações da Exortação Desiderio desideravi sobre a formação litúrgica. Com efeito, o cuidado das celebrações exige preparação e empenho. Nós bispos, em nosso ministério, estamos bem cientes disso, porque precisamos da colaboração de quem prepara as liturgias e nos ajuda a cumprir nosso mandato de presidir a oração do povo santo”.
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Francisco comentou sua alegria em ver o grupo renovando seu compromisso de estudo da liturgia. Observou que a liturgia nunca é possuída totalmente, não é aprendida como noções, ofícios e competências humanas. É a arte primeira da Igreja, aquela que a constitui e caracteriza.
Reforma litúrgica
O Santo Padre também fez algumas reflexões no contexto da realização da reforma litúrgica. Segundo ele, hoje já não se fala mais de “mestre de cerimônias”, ou seja, aquele que cuida das “cerimônias sagradas”. Os livros litúrgicos referem-se ao mestre das celebrações.
“O mestre ensina a liturgia quando conduz ao encontro do mistério pascal de Cristo. Ao mesmo tempo, deve providenciar tudo para que a liturgia brilhe com decoro, simplicidade e ordem. O ministério do mestre é uma diaconia: ele colabora com o bispo no serviço à comunidade”, sublinhou.
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Segundo o Papa, um dos objetivos do Concílio Vaticano II era acompanhar os fiéis a “recuperar a capacidade de viver plenamente a ação litúrgica e continuar a se surpreender com o que acontece na celebração diante de nossos olhos”. A resposta para alcançar isso já se encontra, disse Francisco, na Constituição Sacrosanctum Concilium que, no número 14, recomenda a formação dos fiéis. “Portanto, o mestre cresce primeiro na escola da liturgia e participa da missão pastoral de formar o clero e os fiéis”, disse ainda o Pontífice.
De acordo com Francisco, um dos aspectos mais complexos da reforma é a sua implementação prática. Entre os primeiros responsáveis por isso está o mestre, que junto com o diretor do departamento de pastoral litúrgica acompanha a diocese, as comunidades, os sacerdotes e os outros ministros para implementar a prática celebrativa indicada pelo Concílio.
Liturgia a ser imitada
Quando o responsável pelas celebrações acompanha o bispo a uma paróquia, é bom valorizar o estilo de celebração que ali se vive, observou o Papa. “Não adianta fazer um “desfile” bonito quando o bispo está lá e depois tudo volta a ser como antes. A tarefa de vocês não é organizar o rito de um dia, mas propor uma liturgia que possa ser imitada, com aquelas adaptações que a comunidade possa incorporar para crescer na vida litúrgica”.
O Papa os exortou “a cuidar do silêncio”. “Especialmente antes das celebrações, ajudar a assembleia e os concelebrantes a se concentrarem no que vai ser feito. Muitas vezes as sacristias são barulhentas antes e depois das celebrações, mas o silêncio abre e prepara o mistério, permite a assimilação, deixa ressoar o eco da Palavra ouvida. A fraternidade é bela, cumprimentando-se, mas é o encontro com Jesus que dá sentido ao nosso encontro, ao nosso reencontro. Devemos redescobrir e valorizar o silêncio”, concluiu.