Neste sábado, 4, Francisco recebeu no Vaticano os membros da “Fondation Leaders pour la Paix”
Da redação, com Vatican News
Ajudar governantes e cidadãos a enfrentar como “oportunidade” a situação crítica quer social como ambiental agravada pela pandemia. É preciso, portanto, uma ação que atue em duas vertentes: uma a nível cultural e a outra institucional. Esta é a exortação do Papa aos membros da “Fondation Leaders pour la Paix”, recebidos no final da manhã deste sábado, 4, em audiência no Vaticano. A organização, lançada pelo francês Jean-Pierre Raffarin, pretende oferecer uma sabedoria política ao serviço da paz e do interesse geral, para reduzir os conflitos.
“O vosso compromisso pela paz – observa o Papa – nunca foi tão necessário e urgente”, em um momento histórico “particularmente crítico”, marcado pela pandemia e por “múltiplas crises convergentes” também do ponto de vista ambiental, como a fome, armas nucleares, clima:
A pandemia, com suas longas consequências de isolamento e “hiper-tensão” social, inevitavelmente colocou em crise também o agir político em si mesmo, a política como tal. Mas também este fato pode se tornar uma oportunidade para promover uma “melhor política”, sem a qual não é possível “o desenvolvimento de uma comunidade mundial, capaz de realizar a fraternidade a partir de povos e nações que vivem a amizade social”.
Arquitetura e trabalho artesanal pela paz
Citando a Fratelli tutti, Francisco recorda, de fato, que para construir a paz são necessárias tanto uma “arquitetura” da paz, onde agem as instituições, como um “trabalho artesanal” da paz, que envolve todos. Uma ação, portanto, em dois níveis.
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No plano cultural, trata-se de promover “uma cultura dos rostos, que coloque em primeiro lugar a dignidade da pessoa”, sobretudo se marginalizada, e “uma cultura do encontro”, na qual escutamos e acolhemos os nossos irmãos:
“No segundo nível – o das instituições – é urgente favorecer o diálogo e a colaboração multilateral, porque os acordos multilaterais garantem melhor do que os bilaterais “a cultura de um bem comum verdadeiramente universal e a proteção dos Estados mais fracos”. Em todo o caso, “não paremos nas discussões teóricas, tenhamos contato com as feridas, toquemos a carne de quem sofre os danos”.
Perigo de ideologização
O discurso de Francisco também aborda a crise ambiental que, agravada pela pandemia, deveria provocar “uma tomada de responsabilidade mais decisiva” nos níveis mais altos até envolver todos os cidadãos:
“Na realidade, vemos que não raramente “de baixo” chegam as solicitações e propostas. Isso é muito bom, embora às vezes tais iniciativas sejam instrumentalizadas por outros interesses por grupos ideologizados. Sempre existe o perigo de “ideologização”. Também nesta dinâmica sociopolítica pode-se desempenhar um papel construtivo, principalmente favorecendo um bom conhecimento dos problemas e das suas causas profundas. Isso faz parte daquela educação para a paz que, com razão, está no coração de vocês”.
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O encorajamento é, portanto, prosseguir no trabalho por uma sociedade mais fraterna, experimentando aquela alegria que Deus prometeu aos “construtores da paz”.