O Papa visitou o campo de refugiados de Moria, onde pediu para que não percam a esperança e afirmou que o maior dom que se pode dar uns aos outros é o amor
Da redação, com Rádio Vaticano
O primeiro compromisso do Papa Francisco em Lesbos, na manhã deste sábado, 16, foi a visita ao campo de refugiados de Moria, onde cumprimentou 150 menores e 250 pessoas que pedem asilo político.
O encontro foi marcado pelas súplicas de alguns refugiados ao encontrarem os líderes religiosos. Em seu discurso aos migrantes, o Pontífice expressou sua alegria por estar ali e reafirmou sua solidariedade para com eles.
“Hoje quis estar aqui com vocês. Quero dizer-lhes que não estão sozinhos. Ao longo destes meses e semanas, vocês sofreram inúmeras tribulações à busca de uma vida melhor. Muitos se sentiram obrigados a fugir de situações de conflito e perseguição, sobretudo por amor aos seus filhos pequeninos. Suportaram grandes sacrifícios por amor das suas famílias; sentiram a amargura de deixar todos os seus bens, sem saber qual o destino que lhes aguarda.”
Francisco disse ainda: “vim aqui com meus irmãos, o Patriarca Bartolomeu I e o Arcebispo Ieronymos para estar com vocês e ouvir seus dramas. Viemos para chamar a atenção do mundo para esta grave crise humanitária e solicitar uma resolução”.
Esforço mundial
“Como pessoas de fé, queremos unir nossas vozes para falar abertamente em nome de vocês, esperando que o mundo preste atenção a estas situações trágicas e as resolva de modo digno”, acrescentou o Papa.
Muitos aproveitam de tais tribulações, mas outros tentam ajudar com generosidade, afirmou o Pontífice. E deixou a seguinte mensagem aos refugiados: “não percam a esperança. O maior dom que podemos dar uns aos outros é o amor; um olhar misericordioso; a solicitude de ouvirmos e compreendermos; uma palavra de encorajamento; uma oração. Oxalá possam partilhar este dom uns com os outros”.
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Logo, o Santo Padre recordou o episódio do Bom Samaritano, uma parábola alusiva à misericórdia de Deus, destinada a todos. Ele é Misericordioso – afirma. E concluiu:
“Que todos os nossos irmãos e irmãs, neste continente, possam, à semelhança do Bom Samaritano, ir ao seu auxílio, animados por aquele espírito de fraternidade, solidariedade e respeito pela dignidade humana, que caracterizou a sua longa história. Queridos amigos, que Deus os abençoe, especialmente as crianças, os idosos e os que sofrem no corpo e no espírito. Sobre vocês e quem os acompanha, invoco os dons divinos da fortaleza e da paz”.
Após o discurso, foi assinada uma Declaração Conjunta entre Francisco, Patriarca Bartolomeu I e o Arcebispo Ieronymos.