AUDIÊNCIA

Papa pede à mídia para ‘globalizar’ a solidariedade e não a indiferença

Recebendo em audiência a equipe de um programa da TV católica italiana, o Santo Padre expressou gratidão pelo compromisso contínuo de espalhar a mensagem do Evangelho e os encoraja a continuar iluminando histórias e realidades das periferias

Da redação, com Vatican News

Francisco recebeu neste sábado, 4, membros de um programa de tevê transmitido na Itália / Foto: Reuters

O Santo Padre recebeu na manhã deste sábado, 4, no Vaticano, os membros da transmissão televisiva italiana “A sua imagine” (“À Sua Imagem”), apresentada por Lorena Bianchetti, composta por autores, editores, técnicos e colaboradores no programa.

Em sua saudação aos presentes, o Papa disse que, muitas vezes, também assiste a esta transmissão, pelo menos em parte, que nasceu graças à colaboração da Conferência Episcopal Italiana com a RAI (Rádio e Televisão Italiana). Infelizmente, o horário dominical deste programa coincide com a oração do Angelus, na Praça de São Pedro. Por isso, antes de se dirigir à janela da Residência Apostólica, Francisco acompanha a transmissão, por alguns minutos, e, algumas vezes, até cita, na sua alocução, certos aspectos que mais lhe impressionam.

Criados à imagem de Deus

A seguir, o Papa passou a parabenizar quem, há vinte e seis anos, escolheu o nome para esta transmissão televisiva: “À Sua Imagem”. E ao explicar estas palavras bíblicas do Gênesis (Gn 1,26), que fala da criação Deus, explicou:

“Façamos o homem à nossa imagem e semelhança”. Somos criados à imagem de Deus! Mas não devemos nos acostumar com esta expressão, pois ela não deve deixar de nos surpreender: Deus acendeu, de maneira única, em cada ser humano, uma centelha da sua luz. Por isso, o título deste programa faz referência a uma relação única: À Sua Imagem”!

Assim, Francisco exortou que estas palavras não se tornem “palavras ao vento” ou sejam apenas um título televisivo. É importante apreciar seu significado para poder comunicá-la. No entanto, a mudança de época, em que vivemos, demonstra a perda de consciência, por parte de muitos, de “ser filhos de Deus, criados à sua imagem”: nesta imagem encontra-se a origem e o fundamento da irredutível dignidade humana; origem e fundamento de sermos todos irmãos, porque somos filhos do único Pai.

Dar voz aos que sofrem

Coerente com esta visão, o Papa destacou os diversos aspectos e temas abordados por este programa: apresenta rostos e histórias de homens e mulheres do nosso tempo; dá voz aos mais fracos e aos que sofrem; fala de quem vive o Evangelho nas periferias da Itália e do mundo; trata de situações e lugares, que, muitas vezes, fogem da opinião pública. E o Papa continuou:

“Através de seus convidados e vídeos, todos os domingos, vocês apresentam, com delicadeza e sem exageros, as muitas experiências de serviço e vida. Vocês lembram que há jovens capazes de se comprometer e se doar pelos outros; mostram os dramas da humanidade, por meio de histórias que permitem manter viva a esperança e a beleza do Evangelho vivido na prática”.

O Santo Padre concluiu seu pronunciamento aos membros do programa televisivo “A sua Imagem” encorajo-os a continuar o seu trabalho, dando ênfase à globalização da solidariedade e não à indiferença. Anunciar o Evangelho significa dar testemunho, com a nossa vida, de que existe um Deus misericordioso, que nos espera e nos precede, que nos quis e que nos ama.

Por fim, Francisco disse aos presentes: “Com este trabalho específico, vocês podem contribuir muito, dando ressonância aos apelos que dirijo, após a oração do Angelus, aos irmãos e irmãs, em condições de grave dificuldade. Vocês ajudam o telespectador a não esquecer tudo isso, permanecendo ao lado deles na oração, na ajuda concreta e no compromisso diário”.

Evite nomes e testemunhos muito explícitos, pois o seu comentário pode ser visto por pessoas conhecidas.

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