Em suas reflexões dominicais do Angelus, o Santo Padre recorda os apóstolos que testemunharam a Transfiguração de Jesus, observando que nós também precisamos da luz de Deus
Da redação, com Vatican News
Agradecendo aos peregrinos na Praça de São Pedro no Angelus deste domingo, 13, o Papa Francisco falou sobre a leitura do Evangelho neste segundo domingo da Quaresma que narra a Transfiguração do Senhor enquanto rezava em uma montanha quando mudou de aparência e sua roupa foi tomada por um branco deslumbrante. E à luz da sua glória aparecem Moisés e Elias, testemunhados com admiração pelos apóstolos Pedro, João e Tiago. O Papa observou que, no Evangelho de Lucas, lemos que os Apóstolos foram “vencidos pelo sono”, mas quando “totalmente despertos” viram a glória do Senhor.
Sonolência em momentos-chave
A sonolência dos discípulos em momentos extraordinários, como este ou quando adormeceram durante a oração angustiada de Jesus no Getsêmani, é surpreendente, observou o Papa. Mas durante esta circunstância, eles adormeceram logo antes do início da Transfiguração, enquanto Jesus estava em oração, e talvez os discípulos também estivessem em oração com Ele até que o sono os vencesse. Podemos experimentar isso também em nossas próprias vidas, destacou o Papa, um “sono inoportuno” quando queremos estar alertas, talvez para rezar depois de um dia agitado ou interagir com a família, mas não temos forças. Lutamos para ficar acordados, estar mais atentos e envolvidos.
Despertando nossa letargia interior
O tempo da Quaresma oferece uma excelente oportunidade para despertar nossa letargia interior, explicou o Papa, mas não podemos fazê-lo nós mesmos, é uma graça pela qual devemos rezar. Podemos vencer o cansaço do corpo com a força do espírito de Deus, observou. O Sucessor de Pedro acrescentou que quando isso se torna difícil, devemos pedir ajuda ao Espírito Santo: “Venha, Espírito Santo, ajuda-me, desejo encontrar Jesus e estar atento e desperto”. E assim como os três discípulos nos mostram no Evangelho de hoje, sendo incapazes de ficar acordados por suas próprias forças, acordaram em meio à Transfiguração, quando a luz de Jesus os cercou.
“Também nós temos necessidade da luz de Deus, que nos faz ver as coisas de outra forma: atrai-nos, desperta-nos, reacende o desejo e a força de rezar, de olhar para dentro de nós e de dedicar tempo aos outros”.
Permita que o Senhor desperte nossos corações
Durante a Quaresma, procuremos sempre colocar-nos na luz de Deus e dar ao Senhor “a oportunidade de nos surpreender e de despertar os nossos corações”, sugeriu o Papa, seja lendo o Evangelho como guia e inspiração ou contemplando Jesus crucificado e experimentando a maravilha do amor sem limites de Deus, “que nunca se cansa de nós e tem o poder de transfigurar nossos dias, dar-lhes um novo significado, uma luz nova e inesperada”.
Concluindo, o Pontífice rezou para que a Virgem Maria nos ajude a manter nossos corações despertos e que possamos acolher este tempo de graça que Deus nos oferece.