Sonhos de São José

Papa na catequese: poder da oração ilumina as situações sombrias

Papa refletiu sobre os sonhos de São José para falar sobre oração e confiança em Deus; deixou também uma palavra aos pais diante dos problemas com os filhos

Da Redação, com Vatican News

Papa Francisco durante a catequese de hoje / Foto: REUTERS/Remo Casilli

“São José, homem que sonha” foi o tema da catequese do Papa Francisco nesta quarta-feira, 26, na Sala Paulo VI. Francisco refletiu sobre os quatro sonhos relatados no Evangelho que têm José como protagonista para falar sobre como colocar-se diante da revelação de Deus. Em especial, destacou a força da oração diante dos problemas.

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O Papa explicou que “na Bíblia, como nas culturas dos povos antigos, os sonhos eram considerados um meio pelo qual Deus se revelava. Ele pontuou que, dentro de cada pessoa, existem várias vozes e é importante saber reconhecer a voz de Deus. “José demonstra que sabe cultivar o silêncio necessário e tomar as decisões justas diante da Palavra que o Senhor lhe dirige interiormente”.

O primeiro sonho: atitude diante da gravidez de Maria

No primeiro sonho, o anjo ajuda José a resolver o drama que o aflige ao saber da gravidez de Maria. O anjo lhe apareceu em sonho e lhe disse para não ter medo de receber Maria como esposa. A resposta de José foi imediata, pois quando acordou fez conforme o Anjo do Senhor havia mandado.

“Muitas vezes a vida nos coloca diante de situações que não entendemos e parecem sem solução. Rezar, nesses momentos, significa deixar que o Senhor nos mostre a coisa certa a ser feita. De fato, muitas vezes é a oração que faz nascer em nós a intuição do caminho de saída”, disse. Ele acrescentou que Deus nunca permite um problema sem dar também a ajuda necessária para enfrentá-lo.

Segundo sonho: fuga para o Egito

O segundo sonho revelador de José ocorre quando a vida do menino Jesus está em perigo. Ele pegou o menino Jesus e sua mãe e fugiram para o Egito e ficou lá até a morte de Herodes.

“Na vida fazemos experiência de perigos que ameaçam nossa existência ou a de quem amamos. Nessas situações, rezar significa escutar a voz que pode fazer nascer em nós a coragem de José para enfrentar as dificuldades sem sucumbir”.

Terceiro e quarto sonhos: a volta para casa

No Egito, José espera de Deus o sinal para poder voltar para casa. Este é o conteúdo do terceiro sonho. O anjo lhe revela que aqueles que queriam matar o menino morreram e ordena a José de partir com Maria e Jesus e retornar à sua pátria. Mas na viagem de volta, “quando soube que Arquelau reinava na Judéia, como sucessor de seu pai Herodes, teve medo de ir para lá”. Depois de receber aviso em sonho, José partiu para a região da Galileia, e foi morar numa cidade chamada Nazaré. Esta é a quarta revelação.

“O medo também faz parte da vida e ele também precisa da nossa oração. Deus não nos promete que não teremos mais medo, mas que, com sua ajuda, o medo não será o critério de nossas decisões. José experimenta o medo, mas Deus também o guia através do medo. O poder da oração ilumina as situações sombrias”.

O Papa recordou, então, as muitas pessoas que são esmagadas pelo peso da vida e não conseguem mais esperar e nem rezar. “Que São José as ajude a abrir-se ao diálogo com Deus, para reencontrar luz, força e paz”.

Uma palavra aos pais

Francisco recordou também os pais diante dos problemas dos filhos. Ele elencou várias situações que podem deixar os pais preocupados, sem saber o que fazer. E pediu que, nessas situações, não se espantem: que pensem em como José resolveu os problemas.

“Filhos doentes, com doenças permanentes. Quanta dor ali! Pais que veem orientações sexuais diferentes nos filhos, como lidar com isso e acompanhar os filhos e não se esconder no comportamento de condenação. Pais que veem os filhos morrerem por causa de uma doença, e o mais triste, vemos todos os dias nos jornais, os jovens que fazem travessuras e morrem em acidentes de carro. Pais que veem os filhos não prosseguirem na escola, muitos problemas dos pais. Pensemos em como ajudá-los. A esses pais eu digo que não se espantem. Há muita dor, muita, mas pensem no Senhor, pensem em como José resolveu os problemas e peçam a José que os ajude. Nunca condenar um filho”. 

Francisco mencionou ainda as mães que visitam os filhos nas prisões. Uma mãe diante de um filho que errou e está preso, mas não o deixa sozinho, dá a cara e o acompanha. Esta coragem de pai e mãe que acompanham o filho sempre.

“A oração nunca é um gesto abstrato ou intimista, como querem fazer estes movimentos espiritualistas mais gnósticos do que cristãos, não é isso. A oração está sempre indissoluvelmente ligada à caridade. Somente quando unimos o amor à oração, amor pelo filho e pelo próximo, conseguimos compreender as mensagens do Senhor. José rezava, trabalhava e amava, e por isso sempre recebeu o necessário para enfrentar as provações da vida. Confiemo-nos a ele e à sua intercessão”.

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