Mundo pós-pandemia

Papa frisa soluções inclusivas e sustentáveis para um mundo melhor

Papa enviou mensagem a fórum realizado na Eslováquia sobre o tema “Reconstruamos melhor o mundo”, no contexto pós-pandemia

Da Redação, com Boletim da Santa Sé

Em videomensagem, Papa fala ao fórum Globsec / Foto: Reprodução Vatican News

O Papa Francisco enviou uma videomensagem ao Fórum Globsec Bratislava, na Eslováquia. O evento, realizado presencialmente e on-line, dedica-se ao tema “Reconstruamos melhor o mundo”.

Francisco agradeceu aos organizadores pela discussão desse tema após a experiência da pandemia, que obriga a enfrentar uma série de questões socioeconômicas, ecológicas e políticas. A mensagem do Papa é baseada no tripé ver-julgar-agir.

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Um primeiro passo, segundo o Papa, para a ideia de retomada é uma análise séria e honesta do passado. É um ponto importante para reconstruir o que existia, mas também corrigir o que já não funcionava antes da pandemia e que ajudou a agravar a crise.

“Vejo um modelo de vida econômica e social caracterizado por tanta desigualdade e egoísmo, em que uma pequena minoria da população mundial possui a maioria dos bens, muitas vezes não hesitando em explorar pessoas e recursos”, pontuou Francisco.

O Papa também mencionou a falta de cuidado com o ambiente: um mundo acostumado a consumir e destruir sem restrição o que pertence a todos.

Julgar

O segundo passado é avaliar o que foi visto, disse o Papa. Ele recordou a reflexão que ele mesmo fez sobre o significado da crise, em discurso à Cúria Romana no Natal passado. A crise, disse, abre a novas possibilidades, pode transformar um tempo de prova em um tempo de escolha. E de uma crise não se sai igual: ou sai melhor ou pior, nunca igual.

“Julgar o que vimos e vivemos nos impele a melhorar. Vamos aproveitar esse tempo para dar alguns passos em frente. A crise que atingiu a todos nos lembra que ninguém se salva sozinho.

Agir

O terceiro e último ponto destacado pelo Papa é a ação. “Quem não age desperdiça as oportunidades oferecidas pela crise”, disse. E frisou que agir diante das injustiças sociais e das marginalizações requer um modelo de desenvolvimento que coloque no centro cada ser humano.

“Toda ação precisa de uma visão, uma visão do todo e de esperança: uma visão como a do profeta bíblico Isaías, que viu espadas transformarem-se em arados, as lanças em foices. Agir para o desenvolvimento de todos é realizar uma obra de conversão. E antes de tudo decisões que convertem a morte em vida, as armas em alimento”.

O Papa voltou a enfatizar a necessidade de uma conversão ecológica. E isso porque a visão do conjunto inclui a perspectiva da criação entendida como uma “casa comum” e exige uma ação urgente para protegê-la.

“Desejo que os debates desses dias contribuam para um modelo de retomada capaz de gerar soluções mais inclusivas e sustentáveis; um modelo de desenvolvimento baseado na convivência pacífica entre os povos e na harmonia com a criação”, finalizou.

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