Encontro

Papa Francisco recebe delegação de indígenas do Canadá

Francisco se encontrou com os representantes dos povos indígenas Métis e Inuit, e manifestou o desejo de ouvir as histórias dos sobreviventes

Da Redação, com Vatican News 

Foto: Reprodução Reuters

O Papa Francisco recebeu, ao longo de duas audiências sucessivas, na manhã desta segunda-feira, 28, na Biblioteca Apostólica, no Vaticano, dois grupos de representantes dos povos indígenas canadenses.

Segundo a nota da Sala de Imprensa da Santa Sé, cada encontro durou cerca de uma hora e foi marcado pelo desejo do Papa de ouvir e dar espaço às histórias dolorosas contadas pelos sobreviventes.

Os encontros e a escuta darão continuidade nos próximos dias de acordo com as informações já fornecidas.

Um percurso de reconciliação

Durante o Angelus, em 6 de junho de 2020, o Pontífice compartilhou com o mundo o seu pesar com as dramáticas notícias.

“Nunca é tarde para fazer a coisa certa.”

O encontro do Papa com os membros do Conselho Nacional Métis foi pontuado por palavras, histórias e recordações, e também por gestos da verdade, justiça, cura e reconciliação.

Saindo da Residência Apostólica ao som de dois violinos, símbolo de sua cultura e identidade, os indígenas se encontraram com a imprensa internacional do lado de fora da Praça São Pedro para contar os detalhes do encontro.

“O número incalculável de pessoas que nos deixaram sem que sua verdade jamais tivesse sido ouvida e sua dor reconhecida. Sem nunca receber a humanidade e o cuidado básico que mereciam”, disse o jovem presidente dos Métis Cassidy Caron.

O reconhecimento, as desculpas, estou muito atrasado, mas nunca é tarde demais para fazer a coisa certa”, continuou o jovem.

A dor de Francisco

Um trabalho difícil, mas essencial foi ouvir e compreender as vítimas e suas famílias. O que foi coletado foi apresentado nesta segunda-feira, 28, ao Pontífice.

“Fizemos um trabalho difícil de preparação para nossa viagem e o encontro com o Papa. Traduzimos nossas palavras com aquelas que ele teria entendido”, continuou Caron. 

A esperança é que o Santo Padre e a Igreja no mundo prossigam agora com um trabalho de tradução: traduzir as palavras ouvidas em ações reais pela verdade. 

“Quando convidamos o Papa Francisco para se unir a nós, ele nos respondeu em sua língua e repetiu  as palavras verdade, justiça, cura e reconciliação. Tomamos isso como um compromisso pessoal”, pontuou.

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