TERCEIRO DOMINGO

Papa Francisco: mantenhamos o olhar fixo em Jesus

Durante a Missa do Domingo da Palavra de Deus — Terceiro Domingo do Tempo Comum — o Santo Padre conferiu o novo ministério de catequista a cinco homens e três mulheres de várias partes do mundo

Da redação, com Vatican News

Papa Francisco celebra a Missa do Domingo da Palavra de Deus, realizada todos os anos no terceiro domingo de janeiro / Foto: Remo Casilli – Reuters

“Tudo começou com a palavra que Deus nos falou”, disse o Papa Francisco em sua homilia durante a Missa do Domingo da Palavra de Deus. Portanto, “mantenhamos o olhar fixo em Jesus… e abracemos a sua palavra”.

A palavra revela Deus

O Santo Padre destacou dois aspectos das leituras do dia: A palavra de Deus revela Deus; e Sua palavra nos conduz ao homem. O Papa observou que no Evangelho, Jesus revela que veio “para libertar os pobres e oprimidos”, mostrando que Deus não é desapegado ou indiferente à humanidade, mas está próximo dos seres humanos e quer cuidar deles. Ele o faz, disse o Papa, precisamente por meio de sua palavra, “reacender a esperança em meio às cinzas de seus medos, ajudando você a redescobrir a alegria nos labirintos de suas tristezas, enchendo de esperança seus sentimentos de solidão”.

Francisco disse: “A palavra de Deus nutre e renova a fé: vamos colocá-la novamente no centro de nossa oração e de nossa vida espiritual!”

A palavra leva ao homem

Essa revelação de Deus nos leva ao gênero humano: quando descobrimos Deus, “superamos a tentação de nos fechar em uma religiosidade reduzida ao culto externo, que não consegue tocar e transformar nossas vidas”. Em vez disso, “a palavra de Deus nos impele a sair de nós mesmos e a encontrar nossos irmãos e irmãs apenas com o poder silencioso do amor libertador de Deus”.

Em particular, Jesus, ao pregar na sinagoga de Nazaré, disse que havia sido enviado aos pobres para libertá-los. “Desta forma, Ele nos mostra o culto que mais agrada a Deus: cuidar do próximo”.

O Papa Francisco denunciou a tentação de rigidez na Igreja, que descreveu como uma “perversão” e um “ídolo”, uma espécie de “pelagianismo” moderno que não nos altera. A palavra de Deus, explicou o Sucessor de Pedro, muda-nos; desafia-nos e perturba-nos, para que não fiquemos indiferentes aos sofrimentos deste mundo, que recaem desproporcionadamente sobre os pobres. Ele “nos exorta a agir, a combinar adoração a Deus e cuidado por homens e mulheres”.

Deus também se manifestou contra uma espécie de “espiritualidade angélica” como outra tentação que a Igreja enfrenta hoje — uma tentação a um certo “gnosticismo” que propõe uma palavra de Deus que está fora de contato com a realidade. Em vez disso, a palavra de Deus deve se tornar carne nos cristãos, nas circunstâncias concretas da vida cotidiana, para que os cristãos não sejam mais indiferentes, mas criativos e proféticos no alcance de seus irmãos e irmãs.

Nossa missão

O Papa Francisco insistiu: “O Verbo quer se encarnar hoje”. Observando a atribuição dos ministérios durante a liturgia, o Pontífice explicou: “Eles são chamados ao importante trabalho de servir o Evangelho de Jesus, de anunciá-lo, para que sua consolação, sua alegria e sua libertação cheguem a todos”.

Esta é também a missão de todos os cristãos, disse ele: “Serem mensageiros que creem, profetas da palavra de Deus no mundo”. Exortou os fiéis a “apaixonar-se pela Sagrada Escritura”, exortando-os a “colocar a palavra de Deus no centro da vida e da atividade pastoral da Igreja” e “a ouvir essa palavra, rezar com ela e colocá-la em prática.” Desta forma, disse ele, “ficaremos livres de todo pelagianismo rígido, de qualquer rigidez, e ficaremos livres de uma ilusão de espiritualidade que nos deixa ’em órbita’, sem cuidar de nossos irmãos e irmãs”.

Então, concluiu: “Ouçamos, oremos, coloquemos [a palavra de Deus] em prática”.

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