Por ocasião do décimo aniversário de seu pontificado, o Santo Padre concedeu uma extensa entrevista à rede de televisão argentina Canal 5 de Notícias, em que aborda diversos temas
Da redação, com Vatican News
O Papa Francisco concedeu, por conta do décimo aniversário de seu pontificado, uma entrevista ao canal de tevê argentino Canal 5 de Notícias. Na ocasião, o Santo Padre falou sobre diversos temas, entre eles a ascensão da extrema direita, a paz, o valor do patriotismo, a difusão das Igrejas evangélicas na América Latina, a instrumentalização da política conhecida como lawfare, os pecados do jornalismo, seu apego com aqueles privados de liberdade e sua visão sobre as mulheres.
A entrevista foi conduzida pelo jornalista Gustavo Sylvestre. Questionado acerca da ascensão de partidos extremistas, Francisco disse que o antídoto é a justiça social. “Não há outro”, acrescentou. “Se você quer discutir com um político, um pensador de ultradireita, falar sobre justiça social, conversar horizontalmente”, aconselhou, como forma de aproximar as pessoas sobre o tema que precisa ser abordado.
Acerca da instrumentalização da justiça, o Santo Padre disse que “o lawfare começa através da mídia, que enxovalha e insinua a suspeita de um crime”. Criam-se enormes investigações e o volume destas investigações é suficiente para condenar, mesmo que o crime não seja encontrado”. O Pontífice se referiu, em particular, aos casos envolvendo o atual presidente, Luiz Inácio “Lula” da Silva, que passou 19 meses preso, e a ex-presidente Dilma Roussef, que sofreu impeachment em agosto de 2016.
Igreja, casa de todos
Sobre homossexuais e divorciados casados novamente, Francisco reiterou que a Igreja não pode ser dividida em setores, mas que todos são seus filhos e todos devem ser acompanhados em seu caminho. A respeito do celibato dos padres, respondeu reiterando que não se trata de um dogma, mas de uma disciplina que pode ser mudada ou não, e lembrou que já existem padres “uxorados” na Igreja oriental.
Em seguida, o Papa se deteve sobre a luta contra os abusos que a Igreja está realizando, lembrando a este respeito o compromisso de Bento XVI, que ele dá sequência. Também recordou como é necessário lutar pela paz, porque a guerra é um drama e nos destrói. Lembrou que quando um império se sente fraco, precisa fazer a guerra e comercializar com as armas. E concluiu reiterando que se parassem de produzir armas apenas por um ano, isso acabaria com a fome no mundo.