Sobrevivente de Auschwitz, a escritora Edith Bruck lança, hoje, a obra inspirada na visita que ela recebeu do Papa em fevereiro de 2021
Da Redação, com Vatican News
A escritora Edith Bruck, sobrevivente de Auschwitz, conseguiu encontrar e transmitir pontos de luz em um dos abismos mais escuros da história humana que foi o Holocausto. Palavras do Papa Francisco no prefácio do novo livro da escritora, lançado nesta sexta-feira, 21. A obra “Eu sou Francisco” nasceu de uma reflexão de Edith após a visita que ela recebeu do Papa em fevereiro de 2021.
Francisco recorda, no prefácio do livro, seus diversos encontros com a escritora. Uma das visitas – na casa dela no centro de Roma – inspirou essa obra. “E eu lhe agradeço por isso, neste livro que tenta sintetizar uma experiência muito difícil de retratar e transmitir.”
Na ocasião da visita, o Papa diz que agradeceu pelo testemunho de Edith durante todos esses anos. Um testemunho do que ela foi e é: “Uma memória viva, era o que eu tinha diante dos meus olhos: nesta senhora miúda e elegante de noventa anos, dotada da força que lhe permitia chorar, acolhendo e não resistindo ao dom das lágrimas, eu contemplava uma memória viva, que se fez pessoa”.
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Francisco ressalta, no prefácio, como é importante que a memória não se perca. “Precisamos de pessoas que, mesmo que apenas por viver, mantenham viva a memória, mantenham seu fogo aceso.”
Testemunho de força
O Pontífice acrescenta que a esperança sempre reaparece e sempre surpreende: é a irmã menor que arrasta as duas maiores pela mão, Fé e Caridade. Ele considera que a humanidade é algo delicado e frágil, mas também tem pessoas, como Edith, com uma força que brota não se sabe bem de onde e que supera todas as adversidades e permite permanecermos humanos.
“O livro que vocês têm em mãos é uma tentativa de recontar este encontro que me deu tanta força e esperança e um sentimento de gratidão, de confiança, que estou convencido que também será comunicado àqueles que optarem por lê-lo; pelo menos essa é minha esperança”, finaliza.