“Olhemos mais para os aspetos positivos e na alegria que brota ao contemplar a obra de Deus”, disse Francisco aos diretores nacionais das Pontifícias Obras Missionárias
Da redação, com Vatican News
Na manhã deste sábado, 25, o Papa Francisco recebeu os diretores nacionais das Pontifícias Obras Missionárias (POM) por ocasião da Assembleia Geral Anual.
O Pontífice iniciou recordando que estamos nas vésperas da Solenidade da Santíssima Trindade, que nos faz entrar na contemplação do mistério de Deus: um mistério de amor que se consome totalmente pela salvação da humanidade.
E para refletir sobre este ponto aprofundou três caraterísticas fundamentais da missão divina, desde o início: a comunhão, a criatividade e a tenacidade.
A Comunhão
“Quando contemplamos a Trindade”, disse Francisco, “vemos que Deus é comunhão de pessoas, é mistério de amor”.
Afirmando em seguida, “a missão cristã não é transmitir alguma verdade abstrata ou qualquer convicção religiosa, mas, primariamente, permitir que, as pessoas que encontramos, possam fazer a experiência fundamental do amor de Deus, e possam encontrá-lo na nossa vida e na vida da Igreja”, e isso ocorre, “se formos luminosas testemunhas dele refletindo um raio do mistério trinitário”.
Exortando em seguida é “nesta espiritualidade da comunhão missionária, que está hoje na base do caminho sinodal da Igreja”.
“E não esqueçamos que a vocação à comunhão implica um estilo sinodal: caminhar juntos, ouvir-nos, dialogar. Brigar juntos, mas sempre em comunidade. Isso alarga o nosso coração e gera em nós um olhar sempre mais universal”
A criatividade
Ao falar sobre a segunda palavra-chave fundamental para a missão divina, a criatividade, afirmou que ela “está ligada à liberdade que Deus possui e nos dá em Cristo e no Espírito”. “Por isso, por favor”, disse o Papa aos presentes, “não deixemos roubar-nos a liberdade criativa missionária! Acrescentando em seguida:
“Recordemo-nos de que a criatividade evangélica nasce do amor divino, e que cada atividade missionária é criadora na medida em que a caridade de Cristo constitui a sua origem, a sua forma e o seu fim””
A tenacidade
Francisco explicou em seguida que a tenacidade, a terceira palavra-chave da missão, é “a firmeza e a perseverança nos propósitos e na ação”.
Depois de recordar que “o Amor da Trindade divina para realizar os seus desígnios de salvação, com constante fidelidade enviou os seus servos no decurso da história e, na plenitude dos tempos, deu-Se a Si mesmo em Jesus”, concluiu: “A missão divina é caminhar incansavelmente para a humanidade inteira a fim de a convidar ao encontro e à comunhão com Deus. Incansável!”
Perseverantes e tenazes
O Papa disse aos presentes que somos chamados a ser perseverantes e tenazes nos propósitos e na ação. DEpois de recordar testemunhos de mártires da Igreja como tenacidade e perseverança afirmou:
“A Igreja martirial é a Igreja da tenacidade do Senhor. Portanto, também somos chamados a ser perseverantes e tenazes em nossos propósitos e ações. E também a viver essa dimensão martirial por meio de nosso exemplo”
Por fim disse ainda, “Olhemos mais para os aspectos positivos e, nesta alegria que brota de contemplar a obra de Deus, saberemos enfrentar com paciência inclusive as situações problemáticas, para não ficar prisioneiros da inatividade e do espírito derrotista. Tenazes e perseverantes, continuai a caminhar no Senhor!”.
Concluindo recordou a todos “E com os irmãos e irmãs que escorregam e caem, lembre-se de que somente em uma ocasião é permitido olhar para baixo, apenas uma: para ajudá-los a se levantar. Sempre faça esse gesto com irmãos e irmãs que escorregaram”.