DISCURSO

Papa: é preciso passar pelo deserto, para que Deus fale ao nosso coração

Francisco recebeu seminaristas de Madrid em audiência e entregou discurso em que destaca ação de Deus na vida dos homens

Da Redação, com Vatican News

Papa Francisco fala aos seminaristas presentes na audiência / Foto: Vatican Media/IPA/Sipa USA via Reuters Connect

Um grupo de seminaristas de Madrid, capital da Espanha, foi recebido pelo Papa Francisco neste sábado, 3, em audiência. Na delegação também estava presente o recém-criado Cardeal José Cobo Cano, que tomará posse da Igreja de Santiago y Montserrat.

O Pontífice acolheu o grupo e entregou um discurso. Nele, destacou que o cardeal está acompanhado, nesta peregrinação, por seu tesouro mais precioso – os seminaristas. Ele pontuou ainda que muitos bispos da Espanha, confrontados com a difícil realidade de suas igrejas, enxergavam no seminário o local onde seu sonho pastoral poderia lançar sólidas raízes e expandir-se.

Neste sentido, o Santo Padre indicou que, para ser Igreja, Corpo de Cristo, “basta estabelecer o modelo que vimos no monte: o Cristo Transfigurado, presente na Eucaristia”. Ele recordou São Manuel González, que desejava ter um “seminário em que a Eucaristia fosse, na ordem pedagógica, o estímulo mais eficaz; na científica, o primeiro mestre e a primeira matéria; na disciplinar, o inspetor mais vigilante; na ascese, o modelo mais vivo; na econômica, a grande providência; e, enfim, na arquitetônica, a pedra angular”.

No texto, Francisco exortou os presentes a retomar esses pontos para colocar Deus no centro, algo que se consegue com a Adoração. “Como diz o nosso santo, ‘Jesus será o pedagogo, paciente, severo, dócil e firme, segundo aquilo de que temos necessidade no nosso discernimento’”, expressou.

A lição que Deus deixou é a “humanidade”

Prosseguindo, o Papa reiterou que “Jesus nos conhece melhor do que nós mesmos e nos espera”. Ele acrescentou que o Senhor incentiva e encoraja os homens ao longo do caminho, sendo o maior estímulo àqueles que consagraram suas vidas ao seu seguimento.

No campo científico, o Pontífice ressaltou que São Manuel une a função de mestre à disciplina, considerando que o Senhor quer dar ao seu povo pastores segundo o Seu coração. O Santo Padre sublinhou ainda que a grande lição deixada por Deus nos dá é a “humanidade”, que pode ser aprendida por meio da mansidão e humildade de coração.

Na sequência, ao abordar a ascese, ele afirmou que seguir um modelo pressupõe um grande esforço, assim como uma obra de arte requer inspiração, mas também trabalho. “É preciso passar pelo deserto, para que Ele fale ao nosso coração. Se o nosso coração estiver cheio de coisas mundanas, ainda que possam ser chamadas de ‘religiosas’, Deus não encontrará lugar, e não o ouviremos quando bater à nossa porta”, alertou Francisco.

Por fim, o Papa encerrou seu discurso recordando que “o silêncio, a oração, o jejum, a penitência e a ascese são necessários para libertar-nos do que nos escraviza; somente assim podemos ser completamente de Deus (…). Somente Ele é a nossa grande Providência”. Assim, Francisco concluiu convidando todos a deixar que o Senhor aja, colocando-se às suas ordens com docilidade de espírito.

Evite nomes e testemunhos muito explícitos, pois o seu comentário pode ser visto por pessoas conhecidas.

↑ topo