Angelus

Papa: confiar-se a Maria e dizer, de uma vez por todas, não ao pecado

Como de costume, Francisco rezou nesta terça-feira, 8, Solenidade da Imaculada Conceição de Maria, o Angelus na Praça São Pedro

Julia Beck
Da redação

Papa Francisco durante Angelus na Praça São Pedro/ Foto: Vatican Media/CPP/IPA/ABACAPRESS.COM via Reuters

Na Solenidade da Imaculada Conceição de Maria, celebrada nesta terça-feira, 8, o Papa Francisco refletiu sobre a data e rezou a tradicional oração mariana do Angelus com os fiéis reunidos na Praça de São Pedro, no Vaticano. “Hoje, celebramos uma das maravilhas da história da salvação”, começou o Santo Padre.

Francisco destacou que Maria também foi salva por Cristo, mas de uma forma absolutamente extraordinária, porque Deus quis que, desde o momento da concepção, a Mãe de seu Filho não fosse tocada pela miséria do pecado.

“Assim, Maria, ao longo de sua vida terrena, esteve livre de qualquer mancha do pecado, ela foi Cheia de Graça, como o anjo a chamou. Ela gozou de uma ação singular do Espírito Santo para poder manter-se sempre em uma relação perfeita com o seu filho Jesus. Aliás, ela era Mãe e discípula de Jesus, mas o pecado nela não existia”, comentou.

O hino que abre a carta de Paulo aos Efésios foi recordado pelo Pontífice. Segundo o Papa, nele, São Paulo faz compreender que todo o ser humano é criado por Deus para a plenitude da santidade, para a beleza com que Nossa Senhora foi revestida desde o início, objetivo para qual todos são chamados e que é também um dom de Deus.

De acordo com o apóstolo, o Santo Padre explicou que Deus escolheu homens e mulheres, desde a criação do mundo, para serem santos e imaculados. “Ele nos predestinou em Cristo para estarmos, um dia, livres do pecado. Esta é uma graça, um do gratuito de Deus. O que para Maria estava no início, para nós estará no fim, depois de passarmos pelo banho purificador da graça de Deus”, frisou.

“O que nos abre a porta do paraíso é a graça de Deus recebida por nós com fidelidade” – Papa Francisco.

O Pontífice recordou que até os mais inocentes foram marcados pelo pecado da origem e lutaram com todas as suas forças contra as suas consequências, passando assim pela porta estreita que conduz à vida.

O Santo Padre questionou: “Vocês sabem quem foi o primeiro que teve certeza que entrou no paraíso?”. O Papa respondeu que foi um infame, um dos dois que foram crucificados com Jesus. “Ele voltou-se para Jesus e disse: ‘Lembre-se de mim quando entrar no teu reino’. Jesus respondeu: ‘Hoje mesmo você estará comigo no paraíso’”.

A graça de Deus é oferecida a todos e muitos, destacou o Pontífice, sendo que os últimos serão os primeiros no céu. No entanto, Francisco alertou os católicos que não se deve ser esperto e tentar adiar constantemente um exame sério da própria vida, aproveitando-se da paciência do Senhor.

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“Ele nos espera, é paciente, está pronto para nos dar a graça. Podemos enganar os homens, mas a Deus não, Ele conhece o nosso coração melhor do que a nós mesmos”, reforçou. Por fim, o Santo Padre aconselhou os fiéis a aproveitarem o tempo presente, pois este é o sentido do cristão. “Não desfrutar da vida em um momento fugaz, esse é o sentido do mundo. Mas aproveitar o tempo presente para dizer não ao mal e sim a Deus, à sua graça, para não se fechar em si mesmo, arrastando-se para a hipocrisia”.

Para o Papa, é preciso enfrentar a própria realidade, reconhecer que não se ama Deus e o próximo como deveria e confessar isso. “Começar um caminho de conversão pedindo primeiro perdão a Deus no sacramento da reconciliação, depois fazendo reparações pelo mal feito aos outros, sempre abertos à graça”.

“O Senhor bate à nossa porta, ao nosso coração para estar conosco em amizade e em comunhão para nos salvar. Este para nós é o caminho para nos tornarmos santos e imaculados. A beleza não contaminada da Nossa Mãe é ilimitável, mas ao mesmo tempo nos atrai. Confiemo-nos a ela e digamos de uma vez por todas não ao pecado e sim à graça”, concluiu.

Após o Angelus

Depois de rezar a oração do Angelus, Francisco saudou os fiéis de Roma e de outros países, além do grupo da Imaculada. A estes últimos, afirmou: “Vocês são bons, estão sempre aqui”. O Papa recordou também que os sócios da Ação Católica Italiana renovaram sua adesão à associação. “Dirijo a eles a minha saudação e o desejo de um bom caminho. Rezo para que Cristo seja formado em vocês, como escreve São Paulo, e para que sejam artesãos da fraternidade”.

O Pontífice lembrou que, na tarde de hoje, não será realizada a homenagem na Praça de Espanha para evitar o risco de aglomerações, como pediram as autoridades, mas sublinhou aos fiéis que isso não os impede de oferecer a Maria as flores que ela mais gosta: a oração, a penitência, o coração aberto à graça. “Hoje pela manhã, fui de maneira privada à Praça de Espanha e depois fui a Santa Maria Maior onde celebrei a missa”, contou. Antes de despedir-se, Francisco pediu aos católicos que rezem por ele.

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