Catequese

Humanidade de Jesus nos abriu para uma relação com Deus Pai, diz Papa

Catequese desta quarta-feira, 3, foi uma continuidade das reflexões de Francisco sobre a oração; desta vez, o foco foi a oração a Deus Pai

Da redação, com Vatican News

Papa Francisco durante Catequesa desta quarta-feira, 3/ Foto: Vatican Media via Reuters

A humanidade de Jesus nos abriu para uma relação com Deus Pai. Ele nos abriu o Céu e nos projetou para Deus. É o que afirma o apóstolo João na conclusão de seu Evangelho. A reflexão foi reforçada pelo Papa Francisco na Audiência Geral desta quarta-feira, 3.

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A Catequese foi uma continuidade das reflexões do Pontífice sobre a oração. Desta vez, o Santo Padre destacou que graças a Jesus Cristo, a oração abre homens e mulheres à Trindade, “ao imenso mar de Deus-Amor”.

Com Jesus, aprendemos a rezar

Francisco observou que antes, homens e mulheres não sabiam rezar. “Não sabíamos (…) que palavras, que sentimentos e que linguagem eram apropriados para Deus”.

O Papa recordou o pedido dos discípulos a Jesus para que os ensinassem a rezar. Queriam saber como se dirigir a Deus Pai. “Senhor, ensina-nos a rezar (Lc 11, 1)”, disseram.

Nem todas as orações são convenientes

Nem todas as orações são iguais e nem todas são convenientes, explicou o Pontífice. “A própria Bíblia atesta o mau resultado de muitas orações, que são rejeitadas”, frisou.

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“Talvez por vezes Deus não esteja satisfeito com as nossas orações. E nós nem sequer nos apercebemos disso”, complementou o Santo Padre.

O Papa destacou que Deus olha para as mãos daqueles que rezam para as purificar. “Não é necessário lavá-las, quando muito é preciso abster-se de ações malignas”.

Oração radical de São Francisco

A este ponto de sua catequese, o Pontífice evidenciou que São Francisco rezava de forma radical. “Nenhum homem é digno de te nomear”, lembrou, citando o “Cântico do Irmão Sol”.

“Talvez o reconhecimento mais tocante da pobreza da nossa oração tenha vindo dos lábios do centurião romano. Um dia implorou Jesus que curasse o seu servo doente (cf. Mt 8, 5-13)”.

O centurião sentia-se totalmente inadequado, observou Francisco. “Não era judeu, era um oficial do odiado exército de ocupação. Mas a sua preocupação com o seu servo o faz ousar. Ele diz: ‘Senhor… eu não sou digno que entreis em minha morada, mas dizei uma só palavra e o meu servo será curado’ (v. 8)”.

A frase é repetida em todas as liturgias eucarísticas e evidencia que dialogar com Deus é uma graça. “Não somos dignos dela, não temos o direito de a reivindicar, ‘manquejamos’ com cada palavra e pensamento. Mas Jesus é uma porta que se abre”.

Por que deveria o homem ser amado por Deus?

O Pontífice questionou: “Por que deveria o homem ser amado por Deus?”. O Santo Padre afirmou que não há razões óbvias, não há proporção.

“Em grande parte das mitologias não se contempla o caso de um deus que se preocupa com os assuntos humanos. Pelo contrário, eles são irritantes e aborrecidos, completamente insignificantes.” Até para Aristóteles, prosseguiu o Papa, Deus só pode pensar em si mesmo.

Francisco ressaltou que homens e mulheres só acreditaram em um Deus que os ama, depois de terem conhecido Jesus.

“É o escândalo que encontramos esculpido na parábola do pai misericordioso, ou na do pastor que vai em busca da ovelha perdida (cf. Lc 15). Histórias como estas não poderiam ter sido concebidas, nem sequer compreendidas, se não tivéssemos encontrado Jesus”, observou ainda.

Outros questionamentos

O Santo Padre propôs alguns questionamentos: “Que tipo de Deus está disposto a morrer pelas pessoas? Que tipo de Deus ama sempre e pacientemente, sem pretender por sua vez ser amado? Que Deus aceita a tremenda falta de gratidão de um filho que pede antecipadamente a sua herança e sai de casa a esbanjar tudo? (cf. Lc 15, 12-13)”.

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Trindade

Jesus diz com a sua vida até que ponto Deus é Pai, sublinhou o Papa. Francisco frisou que é difícil imaginar o amor com que a Santíssima Trindade está repleta. Também é difícil compreender o abismo de benevolência recíproca existe entre Pai, Filho e Espírito Santo.

“Nós tínhamos dificuldade em acreditar que este amor divino se dilatasse, chegando até ao humano. Somos o termo de um amor que não encontra igual na terra”, disse o Pontífice, citando o Catecismo: “A santa humanidade de Jesus é, pois, o caminho pelo qual o Espírito Santo nos ensina a orar a Deus nosso Pai” (n. 2664).

Por fim, o Santo Padre destacou a graça da fé e de uma vocação mais excelsa. “A humanidade de Jesus pôs à nossa disposição a própria vida da Trindade”.

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