AUDIÊNCIA

“Peregrinações são bálsamo para as feridas de muitas pessoas”, diz Papa

Em audiência com membros de associação que organiza viagens religiosas para enfermos, Francisco destaca experiência de peregrinar e confiança em Maria

Da Redação, com Boletim da Santa Sé

Foto: REUTERS/Remo Casilli

Valorizar o espírito da peregrinação, sob a animação do Evangelho e com os olhos fixos em Maria. Esta é a síntese do discurso do Papa Francisco aos voluntários e aos doentes da União Nacional Italiana para o Transporte de Enfermos para Lourdes e Santuários Internacionais (UNITALSI), durante a audiência realizada por ocasião dos 120 anos da instituição nesta quinta-feira, 14.

Diante dos olhares dos participantes da reunião na Sala Paulo VI, o Pontífice expressou que esta presença numerosa testemunha a beleza de uma Igreja que sabe acompanhar, cuidar dos mais fracos e anunciar o Evangelho na caridade ativa. “Não se cansem de ir contra a corrente num mundo que, em nome do bem-estar e da eficiência a todo custo, marginaliza e descarta”, exortou.

Reconhecendo a peregrinação como o centro desta obra, o Santo Padre retomou a origem da UNITALSI. Ele narrou como Giovanni Battista Tomassi, sofrendo com uma artrite deformante irreversível, fundou a instituição após uma viagem a Lourdes, onde experimentou quão reconfortante é a oração.

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“Ainda hoje, as peregrinações que organizais são um bálsamo para as feridas de muitas pessoas (…). São viagens para a vida, viagens de cura – em diversas dimensões –, que promovem a dignidade de cada existência humana, especialmente marcada pela doença, pela fragilidade e pelo sofrimento”, declarou Francisco.

Igreja que caminha junto

Ele manifestou que, nas peregrinações, são colocadas no mesmo caminho pessoas saudáveis e doentes, idosos e jovens, consagrados e leigos. Por meio da acolhida, da hospitalidade e da solidariedade, este trabalho “torna-se um sinal vivo de uma Igreja que caminha junto, que apoia aqueles que não podem ir e que não quer deixar ninguém para trás”.

Dessa forma, o Papa comparou a obra da UNITALSI a um hospital de campanha, que busca aliviar o sofrimento com compaixão e cuidado. Isso com silêncio e discrição, pediu o Pontífice, para que, “diante do sofrimento, as palavras devem deixar espaço para a proximidade e os gestos de ternura”.

Uma evangelização concreta

Em sua função de guardiã da vida em situação frágil, a instituição desempenha também um trabalho de evangelização e apostolado. Uma proclamação da Boa Nova que tem “sabor de concretude”, em uma linguagem que fala a todos. “Que a Palavra de Deus seja sempre o seu alimento e também o seu ‘bastão’, que o sustenta no caminho, para não vacilar mesmo quando a estrada se torna árdua e as suas forças parecem falhar”, recomendou o Santo Padre.

Por fim, Francisco também convidou os presentes a confiarem na Virgem Maria, a quem muitas das peregrinações são dedicadas. “Continue a procurá-la, a contemplá-la, a invocá-la, a depositar a seus pés o trabalho, a angústia, a dor que todos carregam consigo”, exortou, para que todos continuem a aprender a dizer “sim” e perseverar no cuidado dos menores e dos mais indefesos.

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