CUIDADO

Busca pela sustentabilidade é ato de justiça e caridade, diz Papa

Em audiência com representantes de região italiana que sofreu com terremotos entre 2016 e 2017, Francisco pediu atenção para a natureza e as mudanças climáticas

Da Redação, com Vatican News

Papa Francisco durante audiência com representantes de região da Itália atingida por terremotos em 2016 e 2017 / Foto: Vatican Media/IPA/Sipa USA via Reuters Connect

O Papa Francisco recebeu em audiência nesta sexta-feira, 24, representantes das populações do centro da Itália atingidas por terremotos entre 2016 e 2017. A reunião se deu na Sala Clementina, no Vaticano.

O primeiro terremoto do período aconteceu em 24 de agosto de 2016. Depois, outros tremores foram sentidos na região que tentava se reconstruir. O resultado foi dezenas de mortes e destruição por toda a parte, afetando diretamente a economia, entre outras consequências.

Relembre
.: 01º/11/2016 – Novo terremoto atinge a região central da Itália

.: 18/01/2017 – Em reconstrução, centro da Itália volta a sofrer com tremores

Em seu discurso, o Pontífice expressou que um terremoto é uma experiência devastadora, tanto física quanto moralmente. Isso porque o trabalho de gerações desmorona rapidamente, e o sentimento que surge é de fragilidade e impotência.

“No entanto, hoje, ao lembrarmos com pesar da tragédia e das vítimas – a cujos familiares desejo renovar minha proximidade –, podemos, graças à sua perseverança e clarividência, também falar de avanços significativos na reconstrução. Nestes anos, vocês demonstraram que o espírito de colaboração pode superar obstáculos e incertezas, constituindo ‘um ‘nós’ que habita a casa comum’, para que dos escombros possa nascer algo novo”, pontuou o Santo Padre.

Atenção à sustentabilidade

Durante a audiência, ele deteve-se em abordar três pontos: a sustentabilidade, a natureza e as atuais mudanças climáticas. Em relação ao primeiro aspecto, Francisco indicou que, para proteger a “nossa casa comum”, é necessário buscar um desenvolvimento sustentável e integral. “Adotar critérios adequados de sustentabilidade é um importante ato de justiça e caridade”, frisou, acrescentando que dessa forma atende-se às necessidades dos que hoje vivem, mas sem comprometer o futuro daqueles que virão.

Neste contexto, o Papa reiterou que é preciso colocar de novo a pessoa no centro das cidades, oferecendo a possibilidade de viver em ambientes ricos em tudo o que os pais deixaram. Ele alertou que o “despovoamento” é um problema, e tocou também na questão do baixo índice de natalidade italiano. “Parece que as famílias preferem ter cachorrinhos ou gatos e não filhos: é a cultura veterinária, cuidado com isso. Essa é a herança?”, questionou.

Atenção à natureza

Em relação ao segundo ponto, o Pontífice pediu atenção com a natureza. Ele citou as belezas da região central da Itália, definindo-as como um “modelo de harmonia entre a obra de Deus e a do homem”. Na sequência, encorajou os presentes a fazer da reconstrução uma oportunidade “para compensar os erros do passado e estabelecer planos de crescimento para o futuro de uma maneira diferente”.

Juntamente ao compromisso da natalidade, o Santo Padre também pediu que haja um comprometimento com a segurança hidrogeológica. Considerada uma “necessidade vital”, ele sublinhou que esta se tornou ainda mais necessária diante das mudanças climáticas. “Ambas as frentes são voltadas para o futuro, essenciais para hoje e amanhã”, alertou.

Atenção às mudanças climáticas

Já se encaminhando para o terceiro aspecto – o das mudanças climáticas –, Francisco declarou que o impacto da mudança climática prejudicará cada vez mais a vida de muitas pessoas e famílias. “Sentiremos seus efeitos em termos de saúde, trabalho, acesso a recursos, moradia, migração forçada e em outras áreas”, afirmou.

Desta forma, ele ressaltou a importância de “aplicar todas as medidas necessárias para interromper a deriva atual e, por outro lado, considerando as mudanças que já ocorreram, buscar contrastá-las, tanto global quanto localmente”.

Por fim, o Papa reconheceu que o caminho para a reconstrução é longo e difícil, mas manifestou seu apreço pelo espírito com o qual o problema foi enfrentado, com “ânimo determinado” e “ideias claras”.

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