Na catequese desta quarta-feira, 26, Francisco ressaltou que a vocação dos monges é viver “em união com o Senhor e com todos”
Da redação, com Vatican News
O Papa Francisco deu continuidade, nesta quarta-feira, 26, ao ciclo de catequeses sobre o zelo apostólico. A Audiência Geral foi realizada na Praça São Pedro. O Pontífice lembrou que o primeiro santo mencionado nas catequeses foi São Paulo. Os últimos que ele citou foram os mártires – que anunciam Jesus com a vida, a ponto de a entregar por Ele e pelo Evangelho.
O Santo Padre prosseguiu refletindo sobre um outro grande testemunho que atravessa a história da fé: o dos monges. O Papa os adjetivou como aqueles que renunciam a si e ao mundo para imitar Jesus no caminho da pobreza, da castidade, da obediência e para interceder a favor de todos.
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Segundo o Papa, os monges são o coração pulsante do anúncio: “a sua oração é oxigênio para todos os membros do Corpo de Cristo, é a força invisível que sustenta a missão”. Não é por acaso, recordou Francisco, que a padroeira das missões é uma monja, Santa Teresa do Menino Jesus. Segundo a religiosa, “só o amor impele os membros da Igreja à ação”.
O amor anima a vida dos monges
Santa Teresa do Menino Jesus descobriu que “o amor abarca em si todas as vocações”. “Ó Jesus, meu amor, finalmente encontrei a minha vocação. A minha vocação é o amor. No coração da Igreja, minha mãe, serei o amor”, escreveu ela.
O Pontífice afirmou que o amor por todos anima a vida dos monges e traduz-se na sua oração de intercessão. O Santo Padre citou como exemplo São Gregório de Narek, Doutor da Igreja. “É um monge armênio, que viveu por volta do ano 1000 e nos deixou um livro de orações, no qual foi derramada a fé do povo armênio, o primeiro que abraçou o cristianismo; um povo que, apegado à cruz de Cristo, sofreu muito ao longo da história”.
De acordo com Francisco, São Gregório passou quase toda a sua vida no mosteiro de Narek. Ali, aprendeu a perscrutar as profundezas da alma humana e, fundindo poesia e oração, alcançou o auge tanto da literatura como da espiritualidade armênia. Segundo o Papa, “o aspecto que mais impressiona nele é exatamente a solidariedade universal de que é intérprete”.
Solidariedade
Entre os monges e monjas existe uma solidariedade universal, comentou o Santo Padre. “Qualquer coisa que acontece no mundo encontra lugar nos seus corações e eles rezam. O coração dos monges e das monjas é como uma antena, porque capta o que acontece no mundo e intercedem por ele. Assim, eles vivem em união com o Senhor e com todos”, explicou.
Como Jesus, o Papa frisou que os monges carregam sobre si os problemas do mundo, as dificuldades, as doenças e rezam por eles. “Estes são os grandes evangelizadores. Com a palavra, o exemplo, a intercessão e o trabalho cotidiano eles são ponte de intercessão para todas as pessoas e pelos pecados. Eles choram pelos seus pecados, porque todos somos pecadores, e choram pelos pecados do mundo e rezam e intercedem”.
“Fará bem a nós visitar um mosteiro, porque ali se reza e trabalha. Cada um tem sua regra, mas ali as mãos estão sempre ocupadas com o trabalho e com a oração. Que o Senhor nos dê novos mosteiros, monges e monjas que levam adiante a Igreja com a sua intercessão”, concluiu Francisco.