VIAGEM APOSTÓLICA

Cardeal Parolin sobre a Ucrânia: 'A guerra nunca é inelutável'

Às vésperas da Viagem Apostólica do Papa ao Cazaquistão, o Secretário de Estado do Vaticano olha à guerra na Ucrânia com esperança de que o Congresso de Líderes das Religiões Mundiais e Tradicionais, do qual o Papa participará, possa se tornar uma oportunidade de encontro e diálogo

Da redação, com Vatican News

O Cardeal Pietro Parolin / Foto: Vatican News

Tudo está pronto às vésperas da 38ª Viagem Apostólica do Papa Francisco com destino ao Cazaquistão e sua participação no VII Congresso de Líderes das Religiões Mundiais e Tradicionais. O pano de fundo internacional do evento inclui a guerra trágica em curso na Ucrânia e muitos outros conflitos ao redor do mundo.

Mais uma vez, o Pontífice no Angelus de domingo, 11, na Praça de São Pedro, pediu que todos continuem rezando pelas pessoas que sofrem com a guerra na Ucrânia. E também agradeceu aos envolvidos nos preparativos que tornaram possível esta viagem à ex-república soviética do Cazaquistão, onde o foco será na capital, Nur-Sultan.

O país predominantemente muçulmano abriga uma pequena comunidade católica que aguarda com esperança a chegada do Papa. O movimentado programa será sintetizado em três dias com cinco endereços que Francisco visitará.

“Desde o início, o Congresso tomou como modelo o Dia de Oração pela Paz Mundial, convocado em Assis pelo Papa São João Paulo II em 24 de janeiro de 2002, para reafirmar a contribuição positiva das diversas tradições religiosas para o diálogo, a harmonia e a concórdia entre povos”, disse o cardeal em entrevista ao Vatican News.

O lema da viagem papal reflete o tem “Mensageiros da paz e da unidade”, assim como o logotipo, que apresenta uma pomba com um ramo de oliveira.

Áreas de conflito

Paz e unidade são enfatizados no lema da viagem do Santo Padre ao Cazaquistão. Ainda assim, a Europa segue em frente com a guerra na Ucrânia — assim como outras partes do mundo ainda vivem em guerra.

“A guerra nunca é um evento inevitável”, observou o cardeal. “Tem suas raízes no coração da pessoa humana, movida pela vaidade, orgulho, arrogância e ganância, como dizem os padres. São corações endurecidos, incapazes de se abrir para os outros”, lamentou.

A diplomacia com o Cazaquistão

Há três décadas, Santa Sé e Cazaquistão mantêm um diálogo “frequente e frutífero”, como descreveu o Secretário de Estado do Vaticano. “O Cazaquistão foi o primeiro país da Ásia Central a assinar um Acordo Bilateral com a Santa Sé em 1998. Foi também o primeiro país da Ásia Central a ser visitado pelo Papa São João Paulo II em setembro de 2001. A Santa Sé e o Cazaquistão continuam trabalhando juntos”, afirmou o cardeal Parolin.

Na manhã desta terça-feira, 13, Francisco segue para o Cazaquistão. Sua chegada está prevista para as 13h (horário local). A viagem do Papa, de 13 a 15 de setembro, será um gesto do Santo Padre a fim de promover a paz no mundo com a ajuda de outros líderes religiosos, segundo o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni.

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