de 12 a 15 de setembro

Bispo comenta expectativa da Igreja na Eslováquia para visita do Papa

Visita de Francisco a Bratislava e outras três cidades eslovacas foi confirmada; Pontífice estará no país entre os dias 12 e 15 de setembro

Da redação, com Vatican News

Papa em sua última viagem apostólica /Foto: REUTERS/Azad Lashkari

O Papa vai visitar a Eslováquia de 12 a 15 de setembro deste ano. Na manhã do dia 12, antes de ir a Bratislava, Francisco vai concelebrar a missa de encerramento do Congresso Eucarístico Internacional em Budapeste, na Hungria. Depois, na parte da tarde, se deslocará para a Eslováquia.

Esta será a segunda viagem apostólica do Santo Padre em 2021. Também será a quarta visita de um Pontífice àquele país, após as três viagens de João Paulo II que foi a Bratislava, em 1990, e visitou a República Eslovaca independente em 1995 e 2003.

Dom Martin Kramara, porta-voz da Conferência Episcopal local, falou à Rádio Vaticano sobre as reações com a confirmação da viagem. O bispo comentou as expectativas da Igreja em vista da visita do Pontífice ao país:

“Devo dizer que todos nós já estávamos entusiasmados quando ouvimos as palavras do Santo Padre no voo de volta do Iraque, quando falou de uma possível visita à Bratislava. Já estávamos muito contentes, mas quando recebemos a confirmação, no Angelus de 4 de julho, foi realmente um momento emocionante.”

Segundo o prelado, a presidente da República, Zuzana Čaputová, expressou grande alegria com a confirmação da visita. O Estado eslovaco também se prepara para receber o Papa com muita felicidade, ressaltou. 

O presidente da Conferência Episcopal Eslovaca, Dom Stanislav Zvolenský, também reagiu imediatamente. Disse que para toda a Igreja este é um momento extraordinário.

“Naturalmente, é um anúncio que traz à mente as visitas de São João Paulo II, que foram um grande incentivo para todo o país. Com a mesma alegria hoje acolheremos o Santo Padre Francisco. Não vemos a hora”, destacou.

Expectativa

Rádio Vaticano: Vocês esperavam a visita de Francisco?

Dom Martin Kramara: “Como é sabido, somos um país com um pequeno território e somente em 1993 nos separamos, de forma pacífica, da Tchecoslováquia e da República Tcheca. Com o tempo, nossa Conferência Episcopal foi criada e tivemos uma organização eclesial autônoma como a Eslováquia. Eu poderia dizer que, precisamente por sermos um país pequeno, não esperávamos este anúncio.

Em várias ocasiões, de fato, nossos bispos haviam convidado o Santo Padre e muitas vezes nossos fiéis nos perguntavam quando o Papa Francisco viria. Mas lhes respondíamos que o Papa tinha outras coisas a fazer, muitos compromissos mais importantes do que nós para enfrentar. Dizíamos a eles que não podíamos esperar muito por sua visita. Quando o Santo Padre anunciou a viagem, foi realmente uma grande surpresa, uma grande alegria, porque realmente precisamos de encorajamento para a nossa fé.”

Desafios da Igreja na Eslováquia

Rádio Vaticano: Quais são os principais desafios para a Igreja na Eslováquia hoje?

Dom Martin Kramara: “Um dos grandes desafios que temos que enfrentar, após a queda do comunismo, é naturalmente a secularização. O período de perseguições, sofrido durante 40 anos de comunismo, no qual a Igreja estava sob grande pressão, agora terminou. Para nós foi um momento muito difícil, mas, ao mesmo tempo, as pessoas sentiam uma forte necessidade de permanecer fiéis ao Evangelho e ao Santo Padre, de lutar pela própria fé.

Hoje, que paradoxalmente existe finalmente a liberdade e estamos nos enriquecendo do ponto de vista material, em certo sentido é mais difícil explicar aos jovens porque é importante manter nossas raízes, manter nossa fé, viver de acordo com a fé, sem correr apenas atrás das coisas materiais e, portanto, sem ter o consumismo como prioridade. Portanto, o primeiro desafio para nós é precisamente a secularização e o consumismo. Temos uma grande necessidade de sermos encorajados na fé.

Depois há o desafio do individualismo, a tendência a esquecer os fracos. Infelizmente, quando melhoramos nossas condições econômicas, tendemos a esquecer os fracos, aqueles que ficam para trás. Este é um aviso importante e atual que o Santo Padre repete muitas vezes: não devemos esquecer aqueles que são deixados para trás. Mesmo que estejamos em uma situação de desenvolvimento, devemos tentar olhar para nossos irmãos que estão em dificuldade, e esta é também a mensagem da Fratelli tutti.

Nós, é claro, sempre traduzimos em eslovaco as encíclicas, exortações e todos os documentos do Pontífice e tentamos distribuí-los e falar sobre eles com o povo. Mas uma coisa é falar de um documento, outra bem diferente é que o Papa chegue pessoalmente e nos fale face a face. Então, também neste sentido, esperamos um encorajamento para a nossa fé, para o bem comum, para não esquecer aqueles que ficaram para trás.”

Programação da viagem

Rádio Vaticano: Segundo o que foi anunciado, o Papa vai visitar não só Bratislava, mas também outras três cidades…

Dom Martin Kramara: “Naturalmente, a visita vai começar por Bratislava, que é a capital, mas também a nossa sede metropolitana ocidental. Porque na Eslováquia existem duas sedes metropolitanas católicas latinas: a de Bratislava e a oriental, em Košice. Portanto, este será o segundo lugar da visita do Santo Padre.

Depois, tem a sede metropolitana bizantina, ou greco-católica, como a chamamos, que está em Prešov e esse será o terceiro lugar visitado pelo Papa, que vem ao encontro não só dos latinos, mas também dos bizantinos. Mas depois de Bratislava, Košice e Prešov, Francisco visitará um santuário que é muito importante para nós: o de Šaštin, na Eslováquia ocidental, onde a grande peregrinação nacional acontece todos os anos no dia 15 de setembro para a Festa de Nossa Senhora das Dores.

De fato, quando nossos bispos souberam que o Papa viria após o Congresso Eucarístico Internacional em Budapeste, que encerra em 12 de setembro, eles realmente esperavam que ele pudesse participar desta peregrinação tão importante para nós, e Francisco aceitou. Nesta ocasião os eslovacos vão rezar à Virgem das Sete Dores, como a chamamos, e é uma peregrinação muito importante que a Igreja eslovaca tem realizado com coragem, mesmo durante o comunismo, embora o regime totalitário fosse muito contrário e tentasse cancelá-la, assim como cancelou todas as ordens religiosas, mas não conseguiram. A peregrinação anual a Šaštin tem ainda hoje e terá no próximo dia 15 de setembro, quando o Papa Francisco também vai participar.”

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