Refletindo sobre a parábola das virgens prudentes, Francisco destacou a sabedoria de preparar-se para o dia em que cada um será chamado a se encontrar com Jesus
Da Redação, com Vatican News
Neste domingo, 12, o Papa Francisco refletiu sobre o Evangelho do dia antes de fazer a oração do Angelus. Aos fiéis reunidos na Praça São Pedro, ele falou sobre a passagem das virgens prudentes (cf. Mt 25,1-13) e a importância da vida interior.
Retomando a parábola apresentada por Jesus, o Pontífice explica que dez jovens virgens, para esperar a chegada do noivo e entrar na festa de casamento, levam lâmpadas para aguardá-lo. Cinco dessas virgens são prudentes e levam consigo uma vasilha com óleo, para manter o fogo da lamparina aceso, e as outras cinco, imprudentes, nada levam.
As virgens acabam por cochilar e dormir. No meio da noite, ouvem gritos anunciando que o noivo estava chegando. As cinco virgens imprudentes, vendo que o óleo de suas lâmpadas não seria suficiente, precisam sair para comprar mais. Neste meio tempo, o noivo enfim chega, e apenas as cinco virgens prudentes entram na festa. Depois, as cinco noivas imprudentes retornam e batem à porta, mas o noivo, não as conhecendo, não permite sua entrada na festa.
Viver é preparar-se
Ao iniciar sua reflexão sobre o Evangelho, o Santo Padre sublinhou que “viver é isso: uma grande preparação para o dia em que seremos chamados a sair para encontrar Jesus”. Frisando a importância desta parábola para cada um, ele se concentrou em explicar a diferença entre a sabedoria das noivas prudentes e a imprudência.
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Francisco afirmou que “todas aquelas damas de honra estão lá para receber o noivo, ou seja, elas querem encontrá-lo, assim como nós também desejamos a realização de uma vida feliz: a diferença entre sabedoria e imprudência não está, portanto, apenas na boa vontade, tampouco na pontualidade com que chegam ao encontro: todos estão lá com suas lâmpadas, esperando. A diferença entre as sábias e as imprudentes é outra: a preparação”.
Cuidado com a vida interior
Esta preparação está diretamente relacionada ao óleo. Algo que não se pode ver, pois está dentro das lâmpadas, mas sem ele, elas não iluminam. Da mesma forma, “se olharmos para nós mesmos, perceberemos que nossa vida corre o mesmo risco”, alertou o Papa. “Hoje estamos muito atentos às aparências, o importante é cuidar bem da nossa imagem e causar uma boa impressão diante dos outros”, completou.
Entretanto, o Pontífice apontou para o ensinamento deixado por Jesus, que disse que a sabedoria da vida está em outro aspecto, no cuidado com o que não se pode ver, mas que é mais importante, porque está dentro de cada pessoa. “É o cuidado com a vida interior”, pontuou Francisco.
O Santo Padre apontou que este cuidado se traduz na necessidade de “saber como parar e ouvir o próprio coração, vigiar os pensamentos e os sentimentos” e “saber abrir espaço para o silêncio, ser capaz de ouvir”. Como exemplo concreto, ele citou o tempo gasto em frente à tela do celular, que deve ser deixado de lado para “olhar a luz nos olhos dos outros, no próprio coração, no olhar de Deus sobre nós”.
Preparo diário
Além disso, Francisco indicou também que não se deve deixar prender pelo ativismo, especialmente os que desempenham papéis na Igreja, mas dedicar tempo ao Senhor e à escuta de Sua Palavra. “O Evangelho nos dá o conselho certo para não negligenciarmos o óleo da vida interior, o óleo da alma, que é importante prepará-lo”, destacou.
Recordando as virgens imprudentes, o Pontífice reforçou: “a vida interior não pode ser improvisada, não é uma questão de um momento, de uma vez ou outra, de uma vez por todas; ela deve ser preparada dedicando um pouco de tempo todos os dias, com constância, como se faz para tudo o que é importante”.
Ao final da reflexão, o Papa convidou os fiéis a refletirem sobre o que cada um tem preparado em sua vida e se está dedicando tempo também para cuidar do coração, da oração e do serviço aos outros. Por fim, rogou a Nossa Senhora para que ela “nos ajude a conservar o óleo da vida interior”, e prosseguiu para a oração do Angelus.