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Discurso do Papa aos jovens e seminaristas em Nova Iorque

O Papa Bento XVI encontrou-se com os jovens americanos, neste sábado, 19, no Seminário de São José em Nova Iorque e, dirigiu um discurso, convidando-os a seguir as pegadas de Cristo e a levarem a Boa Nova às ruas de Nova Iorque.

Leia a íntegra:

“Cardeais,
Queridos Irmãos no Episcopado,
Queridos jovens amigos,

Proclamem o Cristo Senhor, “sempre prontos a dar a razão de sua esperança a todo aquele que a pede a vocês” (1 Pd 3, 15). Com estas palavras, da Primeira Carta de Pedro saúdo cada um de vocês com cordial afeto. Agradeço o Cardeal Egan por suas cordiais palavras de boas-vindas e agradeço também os representantes escolhidos por vocês por seus gestos e esta calorosa acolhida. Ao Bispo Walsh, Reitor do Seminário São José, ao pessoal e aos seminaristas, dirijo minhas saudações especiais e expresso minha gratidão

Jovens amigos, estou muito feliz pela ocasião de falar com vocês. Levem, por favor, minhas cordiais saudações aos membros de suas famílias e seus parentes, assim como aos professores e ao pessoal de todas as várias escolas, colégios e universidades das quais pertencem. Sei que muitos trabalharam intensamente para garantir a realização deste nosso encontro, e a eles, estou reconhecido. Desejo também expressar o meu apreço pelo canto de ‘Feliz Aniversário’. Obrigado por este gesto comovente. Dou a todos um “10” por sua pronúncia alemã! Hoje à tarde, gostaria de compartilhar com vocês algumas reflexões sobre o ser discípulos de Jesus Cristo – em caminho nas pegadas do Senhor, nossas vidas se tornam uma viagem da esperança.

Aqui na frente, vemos imagens de seis homens e mulheres crescidos para conduzir vidas extraordinárias. A Igreja os honra como Veneráveis, Bem-aventurados ou Santos: cada um deles respondeu ao chamado de Deus por uma vida de caridade e cada um deles O serviu aqui nas ruelas, estradas e subúrbios de Nova Iorque. Estou surpreso com a heterogeneidade de seu grupo: pobres e ricos, homens e mulheres, sacerdotes e religiosas, imigrantes que vêm de longe, a filha de um guerreiro Mohawk e uma mãe Algonquin, um escravo haitiano e um intelectual cubano.

Santa Elizabeth Anna Seton, santa Francisca Xavier Cabrini, São João Neumann, a bem-aventurada Kateri Tekakwitha, o venerável Pierre Toussaint e o Padre Felix Varela: cada um de nós pode ser incluído entre eles, porque não existe um estereótipo para este grupo; nenhum modelo uniforme. Mas um olhar mais de perto revela que existem elementos comuns. Inflamadas pelo amor de Deus, suas vidas se tornaram extraordinários trajetos de esperança. Para alguns, isto significou deixar seu país e embarcar em uma peregrinação de milhares de quilômetros. Para cada um, foi um ato de abandono em Deus na confiança que Ele é o destino final de todo peregrino. Todos estendiam ‘uma mão’ de esperança às pessoas que encontravam nas ruas, muitas vezes despertando nelas uma vida de fé. Através de orfanatos, escolas e hospitais, assistindo os pobres, os doentes e os marginalizados, e mediante o testemunho convincente que deriva do caminhar humildemente seguindo o exemplo de Jesus, estas seis pessoas abriram o caminho da fé, da esperança e da caridade a inúmeras pessoas, incluindo seus próprios ancestrais.

E hoje? Quem leva o testemunho da Boa Nova de Jesus às ruas de Nova Iorque, nos subúrbios inquietos às margens das grandes cidades, aos lugares nos quais os jovens se reúnem em busca de alguém em quem confiar? Deus é nossa origem e nosso destino, e Jesus é o caminho. O percurso desta viagem se articula – como o dos nossos santos – entre alegrias e provações da normal vida cotidiana: em suas famílias, nas escolas e nos colégios, durante suas atividades no tempo livre e em suas comunidades paroquiais. Todos estes lugares são marcados pela cultura na qual crescem. Como jovens americanos, lhes são oferecidas muitas possibilidades para seu desenvolvimento pessoal, e vocês foram educados com um espírito de generosidade, serviço e imparcialidade. Mas não precisam que eu lhes diga que existem também dificuldades: comportamentos e modos de pensar que sufocam a esperança caminhos que conduzem à felicidade e à satisfação, mas que conduzem somente à confusão e angústia.

Meus anos de adolescência foram estragados por um regime infausto que acreditava possuir todas as respostas; sua influência cresceu – penetrando inclusive nas escolas e organismos civis, assim como na política e até mesmo na religião – antes de ser plenamente reconhecido como um verdadeiro monstro. Ele colocou Deus de fora, e assim, o tornou inacessível a todas as coisas verdadeiras e boas. Muitos de seus pais e avós lhes contaram da destruição que houve, a seguir. Alguns deles, de fato, vieram aos Estados Unidos justamente para fugir daquele terror.

Agradecemos a Deus porque hoje, muitos de sua geração podem gozar das liberdades surgidas graças à difusão da democracia e do respeito dos direitos humanos. Agradecemos a Deus por todos os que lutam para garantir que vocês possam crescer em um ambiente que cultiva coisas bonitas, boas e verdadeiras. Seus pais e avós, seus professores e sacerdotes, as autoridades civis que buscam coisas corretas e justas.

O poder destruidor, todavia, persiste. Afirmar o contrário seria enganar a si mesmos. Mas ele não triunfará jamais; ele foi derrotado. É esta a essência da esperança que nos distingue, como cristãos; a Igreja o recorda de modo muito dramático durante o tríduo pascal e o celebra com grande alegria no tempo pascal! Aquele que nos indica o caminho após a morte é aquele que nos mostra como superar destruição e angústia. Assim, é Jesus o grande Mestre de vida (cfr Spe salvi, 6). Sua morte e ressurreição significam que podemos dizer ao Pai celeste: “O Senhor renovou o mundo” (6ª feira Santa, Oração depois da comunhão). Assim, apenas algumas semanas atrás, durante a belíssima liturgia da Vigília Pascal, não foi por desespero ou angústia, mas com uma confiança repleta de esperança, que gritamos a Deus em favor de nosso mundo: Dispersai as trevas de nosso coração! Dispersai as trevas de nosso espírito! (cfr Oração durante a ascensão do círio pascal).

O que podem ser estas trevas? O que acontece quando as pessoas, sobretudo as mais vulneráveis, encontram o pulso forte da repressão ou da manipulação, ao invés da mão estendida, da esperança? O primeiro grupo de exemplos pertence ao coração, onde os sonhos e desejos que os jovens perseguem podem ser tão facilmente rompidos ou destruídos. Penso naqueles que são vítimas do abuso da droga e dos estupefacientes, da falta de uma moradia, da pobreza, do racismo, da violência e do degrado – especialmente moças e mulheres. Enquanto as causas destas situações problemáticas são complexas, todas têm em comum uma atitude mental envenenada, que se manifesta ao tratar as pessoas como meros objetos. Assim, afirma-se uma insensibilidade de coração que inicialmente ignora e enfim, denigre a dignidade dada por Deus a toda pessoa humana. Tragédias semelhantes demonstram também o que poderia ter acontecido e o que pode acontece agora, se outras mãos – as suas mãos – tivessem sido estendidas ou se estendem a eles. Encorajo-os a convidar outras pessoas, sobretudo vulneráveis e inocentes, a associarem-se a vocês no caminho da bondade e da esperança.

A segunda área de trevas – que atinge o espírito – muitas vezes não se sente, e por isso, é particularmente funesta. A manipulação da verdade distorce a nossa percepção da realidade e obscurece nossas aspirações. Já mencionei as várias liberdades de que os senhores podem usufruir. A importância fundamental da liberdade deve ser rigorosamente salvaguardada. Assim, não surpreende que numerosos indivíduos e grupos reivindiquem em voz alta, em público, suas liberdades. Mas a liberdade é um valor delicado. Pode ser mal-entendida ou mal utilizada, de modo que não conduz à felicidade que todos esperamos dela, mas a um cenário escuro de manipulação, no qual a nossa compreensão de nós mesmos e do mundo se faz confusa ou é até mesmo distorcida por quem tem um projeto escondido.

Vocês notaram quantas vezes a reivindicação da liberdade é feita, sem jamais referir-se à verdade da pessoa humana? Existem pessoas que defendem que o respeito da liberdade do cidadão torne injusta a busca da verdade, incluindo a verdade sobre o que é o bem. Em alguns lugares, falar da verdade é considerado como fonte de discussão ou de divisões, e portanto, deve ser reservado à esfera pessoal. E no lugar da verdade – ou melhor, da ausência da verdade – difundiu-se a idéia de que, dando valor indiscriminadamente a tudo, assegura-se a liberdade e se liberta a consciência. É o que definimos relativismo. Mas qual é o objetivo da ‘liberdade’ que, ignorando a verdade, persegue o que é falso ou injusto? A quantos jovens foi oferecida uma mão que, em nome da liberdade ou da experiência, os guiou ao vício das drogas, à confusão moral ou intelectual, à violência, à perda de respeito por si mesmos, ao desespero, e até, tragicamente, ao suicídio? Queridos amigos, a verdade não é uma imposição. Nem é simplesmente um conjunto de regras. É a descoberta de Um, que nunca nos trai; de Um no qual podemos sempre confiar. Ao procurar a verdade, chegamos a viver com base na fé porque, definitivamente, a verdade é uma pessoa; Jesus Cristo. É esta a razão pela qual a autêntica liberdade não é uma escolha de se ‘desvincular’ de algo. É uma decisão pelo ‘empenho por’; nada mais do que sair de si mesmos e deixar-se envolver no ‘ser pelos outros’ de Cristo (cfr Spe salvi, 28).

Como podemos então, como fiéis, ajudar os outros a caminhar no caminho da liberdade que leva à satisfação plena e à felicidade duradoura? Mas voltamos agora aos santos. De que forma seu testemunho libertou realmente das trevas do coração e do espírito? A resposta se encontra no fulcro de sua fé – de nossa fé. A encarnação, o nascimento de Jesus nos diz que Deus procura, realmente, um lugar entre nós. O hotel está cheio, mas apesar disso, Ele entra na manjedoura, e algumas pessoas vêem a sua luz. Reconhecem o mundo escuro e fechado de Herodes e seguem, ao contrário, o brilho da estrela que os guia no céu escuro. O que irradia? A este ponto, podem se lembrar da oração pronunciada na santíssima noite de Páscoa: “Oh Pai, que por meio de teu Filho, luz do mundo, nos comunicou a luz da tua glória, acende em nós a chama viva de tua esperança!” (cfr Benção do fogo). E assim, em uma procissão solene com as nossas velas acesas, passamos de um ao outro a luz de Cristo. É a luz que “derrota o mal, lava as culpas, restitui a inocência aos pecadores, a alegria aos aflitos, dissipa o ódio, nos traz a paz e humilha a soberba do mundo” (Exsultet). É esta a luz de Cristo, à obra. É este o caminho dos santos. É a magnífica visão da esperança – a luz de Cristo lhes convida a ser estrela-guia para os outros, caminhando no caminho de Cristo que é caminho de perdão, de reconciliação, humildade, alegria e paz.

Por vezes, porém, somos tentados em fechar-nos em nós mesmos, duvidar da força do esplendor de Cristo, limitar o horizonte da esperança. Tomem coragem! Fixem o olhar em nossos santos! A diversidade de suas experiências da presença de Deus nos sugere para descobrir novamente a amplidão e a profundidade do cristianismo. Deixem que a sua fantasia se expanda livremente ao longo do discipulado cristão. Por vezes, somos consideradas pessoas que falam apenas de proibições. Nada pode ser mais distante da verdade! Um autêntico discipulado cristão é caracterizado pela sensação de surpresa. Estamos diante daquele Deus que conhecemos e amamos como um amigo, diante da vastidão de sua criação e da beleza de nossa fé cristã.

Queridos amigos, o exemplos dos santos nos convida também a considerar quatro aspectos essenciais do tesouro de nossa fé: oração pessoal e silêncio, oração litúrgica, caridade praticada e vocações.

A coisa mais importante é que desenvolva uma relação pessoal com Deus. Esta relação se expressa na oração. Em virtude de sua natureza, Deus fala, escuta, e responde. Com efeito, São Paulo nos recorda que nós podemos e devemos “rezar incessantemente” (cfr 1 Ts 5, 17). Longe de fechar-nos em nós mesmos ou de fugir dos altos e baixos da vida, por meio da oração nos dirigimos a Deus, e através d’Ele, nos dirigimos a todos, inclusive aos marginalizados e àqueles que seguem caminhos diversos dos de Deus (cfr Spe salvi, 33). Como os santos nos ensinam de modo tão vivo, a oração se torna esperança concreta. Cristo era seu companheiro constante, com o qual conversavam em seu caminho a serviço dos outros.

Há outro aspecto da oração que nós devemos recordar: a contemplação no silêncio. São João, por exemplo, nos diz que para colher a revelação de Deus, é preciso antes de tudo ouvir, e depois responder, anunciando aquilo que ouvimos e vimos (cfr 1 Gv 1, 2-3; Cost. Dei Verbum, 1). Por acaso perdemos um pouco a arte do ouvir? Deixem algum espaço para ouvir o sussurro de Deus que lhes chama rumo à bondade? Amigos, não tenham medo do silêncio e da quietude, ouçam Deus, adorem-no na Eucaristia! Deixem que sua palavra forje o seu caminho como desenvolvimento da santidade.

Na liturgia, encontramos toda a Igreja na oração. A palavra “liturgia” significa a participação do Povo de Deus na obra de Cristo sacerdote e de seu Corpo, que é a Igreja (Sacrosanctum Concilium, 7). Em que consiste esta obra? Antes de tudo, se refere à Paixão de Cristo, à sua morte e ressurreição e à sua ascensão – aquilo que chamamos ‘Mistério Pascal’. Refere-se também à própria celebração da liturgia. De fato, os dois significados são inseparavelmente relacionados, porque esta ‘obra de Jesus’ é o verdadeiro conteúdo da liturgia. Mediante a liturgia, a ‘obra de Jesus’ é continuamente em contato com a história; com a nossa vida, para forjá-la. Aqui, captamos mais uma idéia da grandeza de nossa fé cristã. Cada vez que vocês se reúnem para a Santa Missa, quando se confessam, cada vez que celebram um dos Sacramentos, Jesus está em ação. Através do Espírito Santo, os atrai a si, dentro de seu amor sacrifical pelo Pai, que se torna amor para todos. Assim, vemos que a liturgia da Igreja é um ministério de esperança para a humanidade. A sua participação plena de fé é uma esperança ativa que ajuda a manter o mundo – santos e pecadores – abertos a Deus; é esta a verdadeira esperança humana, que nós oferecemos a todos (cfr Spe salvi, 34).

Sua oração pessoal, seus tempos de contemplação silenciosa e sua participação na liturgia da Igreja lhes aproxima de Deus e os prepara também a servir os outros. Os santos que nos acompanham esta tarde nos mostram que a vida de fé e de esperança é também uma vida de caridade. Contemplando Jesus na Cruz, vemos o amor em sua forma mais radical. Podemos começar a imaginar o caminho do amor que devemos percorrer. (cfr Deus caritas est, 12). As ocasiões para fazer este caminho são muitas. Olhem a seu redor com os olhos de Cristo, ouçam com seus ouvidos, intuam com o seu coração e seu espírito. Os senhores estão prontos a dar tudo pela verdade e a justiça, como Ele fez? Muitos exemplos de sofrimento aos quais nossos santos responderam com compaixão encontram-se ainda hoje nesta cidade e arredores. E emergiram novas injustiças: algumas são complicadas e derivam da manipulação do espírito. Até o nosso meio-ambiente de vida, a própria terra, geme sob o peso da avidez de consumo e da exploração irresponsável dos recursos. Devemos escutar profundamente. Devemos responder com uma ação social renovada, que nasça do amor universal, que não conhece limites. Desta forma, estamos certos de que nossas obras de misericórdia e justiça se tornem esperança concretas para os outros.

Queridos jovens, enfim… gostaria ainda de dizer algo sobre as vocações. Antes de tudo, meu pensamento se dirige a seus pais, avós, padrinhos, que foram seus primeiros educadores na fé. Apresentando-os ao batismo, eles lhes deram a chance de receber o maior dom de suas vidas. Naquele dia, entraram na santidade do próprio Deus. Tornaram-se filhas e filhos adotivos do Pai. Foram incorporados em Cristo. Se transformaram em moradia de seu Espírito. Rezamos pelas mães e pais em todo o mundo, especialmente por aqueles que estão lutando, de todas as formas, socialmente, materialmente, espiritualmente. Honremos a vocação do matrimônio e da vida familiar. Queremos sempre reconhecer que o local onde nascem as vocações são as famílias.

Reunidos aqui, no Seminário São José, saúdo os seminaristas presente, e encorajo, de fato, todos os seminaristas em todos os lugares dos EUA. Estou feliz em saber que seu número está aumentando! O povo de Deus espera que vocês sejam sacerdotes santos, num caminho cotidiano de conversão, inspirando nos outros o desejo de entrar na vida eclesial dos fiéis com profundidade. Exorto-os a aprofundar a sua amizade com Jesus, Bom Pastor. Falem com Ele de coração para coração. Rejeitem toda tentação de ostentação, carreirismo e vaidade. Tendam a um estilo de vida caracterizado pela caridade, castidade e humildade, imitando Cristo, eterno Sumo Sacerdote, de quem devem se tornar imagem viva (cfr Pastores dabo vobis, 33). Queridos seminaristas, rezo por vocês todos os dias. Recordem-se de que aquilo que conta para o Senhor é habitar em seu amor e irradiar seu amor pelos outros.

Irmãs, irmãos e sacerdotes das Congregações religiosas contribuem amplamente à missão da Igreja. O seu testemunho profético é caracterizado por uma profunda convicção da primazia com a qual o Evangelho plasma a vida cristã e transforma a sociedade. Hoje gostaria de chamar a atenção de vocês para a positiva renovação espiritual que as Congregações estão realizando em relação a seu carisma. A palavra “carisma” significa um dom oferecido livremente e gratuitamente.

Os carismas são concedidos pelo Espírito Santo que inspira fundadores e fundadoras e forma as Congregações com um patrimônio espiritual. A maravilhosa série de carismas de cada Instituto Religioso é um tesouro espiritual extraordinário. A história da Igreja, de fato, é talvez ilustrada na maneira mais sublime através da história de suas escolas de espiritualidade, a maioria das quais procedem de vidas santas de fundadores e fundadoras. Acredito que, mediante a descoberta dos carismas que produzem uma vastidão de sabedoria espiritual, alguns de vocês jovens serão atraídos para uma vida de serviço apostólico e contemplativo. Não sejam tímidos em conversar com os freis, religiosas ou sacerdotes religiosos sobre o carisma e sobre a espiritualidade de sua Congregação. Não existe comunidade perfeita, mas o discernimento de fidelidade a um carisma fundador, não a uma pessoa em particular, que o Senhor pede a vocês. Tenham coragem! Vocês podem fazer de suas vidas uma auto-doação por amor ao Senhor Jesus e, n’Ele, por todo membro da família humana (cfr Vita consecrata, 3).

Amigos, pergunto novamente a vocês: o que dizer do momento presente? O que vocês procuram? O que Deus sugere a vocês? A esperança que não decepciona é Jesus Cristo. Os santos nos mostram o amor desinteressado de seu caminho. Como discípulos de Cristo, seus percursos extraordinários se desenvolveram dentro de uma comunidade de esperança que é a Igreja. É dentro da Igreja que também vocês encontrarão a coragem e o amparo para caminhar na estrada do Senhor. Nutridos pela oração pessoal, preparados no silêncio, plasmados pela liturgia da Igreja, vocês descobrirão a vocação particular que o Senhor reserva para vocês. Abracem-na com alegria. Hoje os discípulos de Cristo são vocês. Irradiem a sua luz sobre esta grande cidade e além dela. Mostrem ao mundo a razão da esperança a todo aquele que a pedir a vocês. Falem com os outros da verdade que lhes torna livres. Com estes sentimentos de grande esperança, que deposito em vocês, saúdo cada um com um “até breve” na expectativa de encontrá-los novamente em Sydney, em julho, para o Dia Mundial da Juventude! E como garantia de meu afeto por vocês e por suas famílias, concedo a todos, com alegria, a minha Benção Apostólica.

SAUDAÇÃO FINAL EM ESPANHOL

Queridos seminaristas, queridos jovens,
Para mim é uma grande alegria poder encontrá-los neste dia de meu aniversário. Obrigada pelao acolhimento e pela gentileza que vocês me demonstraram.

Peço-lhes que abram os seus corações ao Senhor, para que Ele encha plenamente seus corações e com fogo de seu amor vocês possam levar o Evangelho a todos os bairros de Nova York.

A luz da fé ajudará vocês a responder ao mal com o bem e com a santidade da vida, como fizeram as grandes testemunhas do Evangelho no decorrer dos séculos. Vocês são chamados a continuar essa corrente de amigos de Cristo, que encontraram em seu amor o grande tesouro de suas vidas. Cultivem esta amizade através da oração, tanto pessoal, quanto litúrgica, e através das obras de caridade e no compromisso de ajudar aqueles que estão em dificuldades. Se ainda não o fizeram, pensem seriamente se o Senhor não lhes pede para segui-lo de maneira radical no ministério sacerdotal ou na vida consagrada. Não é suficiente uma relação esporádica com Cristo. Uma amizade assim não é verdadeira. Cristo quer que vocês sejam seus amigos íntimos, fiéis e perseverantes.

Ao renovar o meu convite a participar do Dia Mundial da Juventude em Sydney, lembrarei de vocês em minhas orações, e peço a Deus que faça de vocês discípulos autênticos de Cristo ressuscitado. Obrigado de coração! (MJ-CM)”

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