Na intenção da oração missionária para este mês de fevereiro, o Papa Bento XVI pede para que a Igreja na África encontre caminhos e meios adequados para promover de modo eficaz a reconciliação, a justiça e a paz, segundo as indicações da II Assembléia Especial para a África do Sínodo dos Bispos.
O papa ressalta ainda a importância desse evento para toda a Igreja. A Assembléia será precedido pela primeira viagem apostólica de Bento XVI ao continente africano, no mês de março. A visita do Papa é aguardada com grande expectativa pelos fiéis de Angola e Camarões.
A II Assembléia Especial para a África do Sínodo dos Bispos, que ocorrerá, no Vaticano, de 4 a 25 de outubro, terá como tema “A Igreja na África a serviço da reconciliação, da justiça e da paz”. “Vós sois o sal da terra… Vós sois a luz do mundo” (Mt 5, 13.14).
No dia 19 de março, em Iaundê, capital camaronesa, uma celebração eucarística ratificará a publicação do Instrumentum Laboris (Instrumento de Trabalho) da Assembléia Sinodal para a África.
Mensagens de Bento XVI à África
Sempre presente no coração do Papa, em muitas ocasiões, desde o início de seu pontificado, Bento XVI dedicou apelos e reflexões ao continente africano. Num encontro com o clero romano, no dia 13 de maio de 2005, o Santo Padre se deteve sobre a extraordinária riqueza humana e espiritual da África, sem deixar de ressaltar as responsabilidades da Europa:
“A África é um continente de grandes possibilidades, de grande generosidade por parte do povo, com uma fé viva impressionante. Mas devemos confessar que a Europa exportou não somente a fé em Cristo, mas também todos os vícios do Velho Continente. Exportou o sentido da corrupção, exportou a violência que agora está devastando a África. E devemos reconhecer a nossa responsabilidade em fazer de modo que a exportação da fé, que responde à íntima expectativa de todo homem, seja mais forte do que a exportação dos vícios da Europa”.
E ainda nos primeiros meses de pontificado, no Ângelus de 3 de julho de 2005, Bento XVI aproveitou a ocasião do então iminente G-8 da Escócia para exortar a comunidade internacional a não esquecer as populações africanas, atingidas pela pobreza e por conflitos:
“De coração, desejo sucesso a essa importante reunião, fazendo votos de que ela leve a partilhar solidariamente os custos da redução da dívida externa, a adotar medidas concretas para a erradicação da pobreza, e a promover um autêntico desenvolvimento da África”.
Também em outras ocasiões, como, nos discursos ao Corpo diplomático, nas audiências aos prelados africanos em visita ad Limina e nas mensagens para o Dia Mundial da Paz, o Santo Padre dirigou seu apelo ao continente africano.
E na mensagem para o dia 1º de janeiro deste ano, quando os países se preocupavam com uma crise econômica global, o Papa lançou um apelo a fim de que os países ricos não se fechem no egoísmo, mas permitam a todos os países africanos que tenham “as mesmas possibilidades de acesso ao mercado mundial, evitando exclusões e marginalizações”.