Padre angolano que vive no Brasil fala sobre visita de Bento XVI

“As graças das bençãos que Deus derramar nos angolanos, através de Bento XVI, com certeza, vão chegar até mim”. Esta é a certeza de Padre Bantu Mendonça Katchipwisayla, um angolano que há quatro anos está no Brasil para estudar e aperfeiçoar-se para sua missão evangelizadora.

Feliz com a visita do Pontífice a seu país de origem, embora esteja tão distante de seus irmãos africanos, o sacerdote acredita que o momento é fundamental para confirmar os cristãos na fé para que saibam que todos estão no coração do Papa. “Ele nos ama, nos conhece, nos considera como filhos e, como tal, merecemos a visita do pai. Na verdade, sem a visita do pai, quem somos nós?”, relata Padre Bantu referindo-se a Bento XVI.

Ordenado em tempo de guerra na Angola, o padre conta que a situação mais difícil para ele foi interromper a celebração de uma Missa para ter que fugir, porque o inimigo se aproximava. “Um dos fatos que nunca vou esquecer foi numa Semana Santa que eu celebrava a Missa da Vigília Pascal e, na madrugada, nós fomos atacados. Engraçado que até o exército inimigo participou da Eucaristia. Muitas vezes se fala de guerra tribal, mas em Angola não aconteceu a guerra tribal, mas sim, uma guerra ideológica, política, e como padre ver dois irmãos brigando é a maior tristeza.”

Apesar das dificuldades, o que faz com ele não desista de sua missão é a vocação, o seu ‘sim’ a Deus e a fé do povo. Para Padre Bantu, onde há gente, deve haver um pastor.

Comparando o trabalho da Igreja no Brasil com o de Angola, o sacerdote observa muitas semelhanças na organização dos trabalhos de pastorais, movimentos e comissões; mas destaca a falta de recursos que seu país natal enfrenta: “A única diferença é que, enquanto aqui no Brasil há meios para podermos trabalhar, lá não temos meios suficientes. Aqui, por exemplo, temos fácil acesso à internet, mas lá nunca a tivemos disponível, porque é cara”.

Desde que chegou ao Brasil, o angolano vive com os missionários na sede da Comunidade Canção Nova, em Cachoeira Paulista (SP) e  estuda Comunicação Social com habilitação em rádio e televisão. “O contato com as pessoas tem sido muito enriquecedor, fecundo e tem me motivado, cada vez mais, a exercer o meu ministério de maneira mais digna, porque entendo que, quanto mais o homem se formar, mais ele será útil à sua missão”, diz Padre Bantu.

Papa João Paulo II

Em 1992, João Paulo II também esteve na África. Na ocasião, Padre Bantu ainda cursava o segundo grau, mas se lembra do dia em que saiu de sua cidade e foi à Luanda, capital de Angola, para ver o Papa de perto. “Foi uma alegria para o povo, porque eles sentiram que estavam sendo reconhecidos pela Igreja, porque onde o Papa está, está a Igreja. Não há quem não se sinta feliz, animado, ao ser visitado pelo sucessor de Pedro”, contou o sacerdote.

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