O adido cultural da Embaixada da Angola no Brasil, José Carlos Lamartine Salvador dos Santos, fala sobre as expectativas dos angolanos para a chegada de Bento XVI à África. Ele ressalta também a grande comoção e a esperança que a visita do Pontífice representa para Angola, segundo país africano que receberá o Pontífice.
noticias.cancaonova.com: O papa João Paulo II já esteve na Angola e agora é a vez de Bento XVI. Qual a primeira experiência vivida durante a visita de João Paulo II e o que se espera dessa visita do papa Bento XVI ao país?
José Carlos Lamartine: De fato, a visita de João Paulo II à Angola se revestiu de grande importância, porque foi a primeira visita feita por um Papa a um país africano. Por isso, o Pontífice foi muito bem recebido em Angola, sendo alvo do carinho, do apreço e da amizade do povo angolano de uma forma geral. Ele pôde constatar, na altura, as realidades que esse povo passava e desenvolvia, até porque, nessa época, os angolanos se encontravam em uma fase de violência política e militar, numa guerra atroz. Naturalmente, com a sua bênção, ele pôde dar ao povo angolano uma esperança de vida e eles foram caminhando ao longo dos tempos, desenvolvendo a política no sentido da satisfação dos interesses mais legítimos do povo da Angola que, nessa esperança, conseguiu alcançar a paz.
Hoje, o papa Bento XVI vai à Angola numa clima de paz, de harmonia social, de reconstrução nacional; num clima de reconstrução dos espíritos, de forma que ele vai poder constatar a nova realidade angolana que evolui na construção e na criação de melhores condições para esse povo de uma forma geral e no convívio internacional.
noticias.cancaonova.com: O senhor já tem conhecimento dos lugares onde o Papa vai passar e qual a programação. Nessa visita, em que o país mais deve ser beneficiado?
José Carlos Lamartine: O papa Bento XVI vai à Angola para cumprir um programa comumente acordado entre o Vaticano, o governo angolano e a Igreja Católica em Angola em particular, de forma a que ele possa ser visto por parte da população angolana. Eu tenho a informação de que, das 18 províncias do país, dirigem-se vários crentes para a cidade de Luanda, no sentido de proporcionar uma grande recepção ao Pontífice. Ele tem um grande programa que está sendo trabalhado e eu acho que, entre os dias 20 e 23 de março, dias de sua estadia em Angola, o Papa poderá ser objeto de uma carinhosa recepção por parte de toda a população. Mas a verdade é que a esperança da visita de Bento XVI é tão grande que a população está comovida, satisfeita por essa honra que ele vai fazer à Angola.
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