À Igreja australiana

"Ofereçamos os sacrifícios pela salvação do mundo", pede o Papa

Bento XVI iniciou cedo suas atividades neste sábado em Sydney, na Austrália, onde se encontra, desde domingo passado, para a XXIII JMJ.

O Papa deixou a residência episcopal de Sidney, às 9 horas locais, e se transferiu à Catedral de “Maria, Auxílio dos Cristãos”, padroeira da Austrália, que compreende também a Residência do Cardeal George Pell. Ali, o Pontífice celebrou Missa para os bispos australianos, seminaristas, os noviços e as noviças.

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No início da celebração Eucarística foi feita uma saudação ao Papa, por parte do Cardeal-arcebispo de Sidney, George Pell, como também por um seminarista e uma religiosa, em nome de todos os presentes.

Em sua homilia, Bento XVI cumprimentou todos, mas, de modo particular, os seminaristas e noviços, que, como os jovens israelitas da leitura de hoje, são um sinal de esperança e de renovação para o povo de Deus; eles, como os jovens israelitas, têm a missão de edificar a casa de Deus para as gerações futuras.

O Bispo de Roma recordou os sacerdotes, religiosos e fiéis leigos que contribuíram, segundo a própria função, para a construção da Igreja na Austrália e a difusão do Evangelho, com a conseqüente conversão dos corações, a santidade, unidade e caridade.

Durante a celebração Eucarística, o Papa consagrou o novo altar daquela catedral, que, como ele disse, é símbolo de Jesus Cristo, presente no meio da sua Igreja como sacerdote e vítima.

Na liturgia da Igreja e, sobretudo, no sacrifício da Missa consumado sobre os altares de todo o mundo, explicou o Papa, Cristo nos convida a partilhar da sua auto-oblação e nos chama a oferecer, em união com Ele, os sacrifícios quotidianos para a salvação do mundo. E, recordando que somos consagrados ao serviço de Deus e para a edificação do seu Reino, afirmou: Em nome da liberdade e da autonomia humanas, o nome de Deus foi silenciado, a religião reduzida a uma devoção pessoal e a fé banida. Tal mentalidade, radicalmente contrária à essência do Evangelho, pode ofuscar a compreensão de Igreja e da sua missão. Também nós podemos ser tentados a reduzir a vida de fé a uma questão de mero sentimento, enfraquecendo assim o seu poder de inspirar uma visão coerente do mundo e um diálogo rigoroso com tantas outras perspectivas, que lutam por conquistar as mentes e os corações dos nossos contemporâneos.

Que esta celebração na presença do Sucessor de Pedro, disse o Papa, seja um momento de nova consagração e de renovação para toda a Igreja na Austrália. E, aqui, expressou a vergonha de toda a Igreja pelos abusos sexuais contra menores, cometidos por alguns sacerdotes e religiosos daquela e de outras nações. E acrescentou: Estou realmente sentido pela dor e o sofrimento das vítimas, com as quais, como Pastor, expresso minha solidariedade. Tais agravos, que constituem grave traição da confiança, devem ser condenados de modo inequívoco, pois causaram grande sofrimento e prejudicaram o testemunho da Igreja. Por isso, peço a todos que apóiem, assistam e colaborem com seus bispos para combater este mal. As vítimas devem receber compaixão e tratamento e os responsáveis destes males devem ser levados diante da justiça. Constitui uma urgente prioridade a promoção de um ambiente mais seguro e sadio, especialmente para os jovens.

Nestes dias, disse ainda o Santo Padre, caracterizados pela celebração da JMJ, somos chamados a refletir sobre a importância deste tesouro que nos foi confiado: os jovens e a sua educação.

Enquanto a Igreja na Austrália continua, no espírito do Evangelho, a enfrentar, com eficácia este sério desafio pastoral, o Pontífice manifestou seu desejo de que este tempo de purificação possa proporcionar zelo, reconciliação e fidelidade às exigências morais do Evangelho.

A seguir, o Papa dirigiu uma palavra de encorajamento aos seminaristas e aos noviços e noviças da Austrália, exortando-os a dedicar suas vidas à busca da santidade, ao serviço do seu povo e à edificação da Igreja!

Por fim, o Bispo de Roma invocou Nossa Senhora, Auxílio dos Cristãos, para que sustente a Igreja na Austrália na sua fidelidade ao seu Filho. E que a força do Santo Espírito possa consagrar, na verdade, os fiéis daquela terra, produzir abundantes frutos de santidade e de justiça e guiar a humanidade à plenitude da vida.

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