Jornada Mundial da Juventude será realizada em agosto; nesta décima matéria da série “Patronos da JMJ Lisboa 2023”, conheça mais sobre o Beato Pier Giorgio Frassati
Huanna Cruz
Da Redação
Faltam menos de dois meses para a Jornada Mundial da Juventude, que será realizada em Lisboa, Portugal, de 1º a 6 de agosto. Nesse caminho de preparação, o noticias.cancaonova.com segue com a série sobre os Patronos da JMJ. Nesta sexta-feira, 9, vamos falar sobre o Beato Pier Giorgio Frassati .
Segundo o Pároco de Óbidos, A-dos-Negros e Gaeiras, padre Ricardo Figueiredo, a escolha dos patronos da JMJ seguiu um triplo critério: santos ligados à JMJ e juventude; santos naturais da cidade de Lisboa; santos jovens. Pier Giorgio enquadra-se nesta terceira categoria: ele mostrou como é possível viver a santidade na juventude, sendo apresentado como modelo para os milhares de jovens que visitarão Lisboa para participar do evento.
Padre Ricardo Figueiredo afirma que Pier Giorgio é de fato apresentado como exemplo de santidade para os mais jovens. O sacerdote conta que o beato faleceu com apenas 24 anos de idade. “Nesses poucos anos de vida viveu intensamente a fé. (…) Pier Giorgio foi um grande exemplo para a juventude. Mostrou, de forma especial, que a santidade é possível, que é algo que está ao alcance dos jovens de todos os tempos”.
O beato ficou conhecido por uma expressão que sintetiza a sua vida e que pode sintetizar também a vida dos jovens: “Verso l’alto!, Para o alto!”, lembra o presbítero. “Essa é a vocação de todos: todos somos chamados a ser santos”, ressalta padre Ricardo.
Proximidade com a família do beato
O sacerdote sublinha que vários jovens desenvolveram uma especial devoção por Pier Giorgio. Alguns, mais envolvidos na vida política, encontraram nele um exemplo de coerência e firmeza.
O responsável pelo site do Beato Pier Giorgio Frassati no Brasil, Eduardo Henrique da Silva, afirma que conheceu a história do beato aos 14 anos, por meio de uma monja.
O impacto que o testemunho do beato causou em sua vida foi tão grande, que Eduardo começou a pesquisar sobre Pier Giorgio, porém nada encontrou. Por meio do Cardeal Arns, na época arcebispo de São Paulo, ele chegou até o arcebispo de Turim, Dom Giovanni Saldarini. O mesmo o apresentou à família Frassati Gawrosnka. Desde então Eduardo estabeleceu uma amizade com a família do beato – e ela permanece até os dias de hoje.
“Pier Giorgio me levou a buscar uma vida de leigo consagrado. Enquanto religioso passionista, vivo quatro votos: de pobreza, castidade, obediência e memória da Paixão”, conta Eduardo.
Devotos
A universitária Júlia Dantas Rodrigues é devota do beato. Ela revela que o que mais chama atenção na vida de Pier Giorgio é, sem dúvidas, sua juventude entregue a Deus. “Ele era um jovem que amava esportes e uma das coisas que mais gostava de fazer era escalar montanhas. Dessa forma, Pier dizia que em cima das montanhas se sentia próximo a Deus e buscava durante o percurso rezar e evangelizar seus amigos. Outro ponto que demonstra essa entrega do Pier, ocorreu quando ele se apaixonou por Laura Hidalgo e, por conta de algumas questões familiares, decidiu não manter essa relação dizendo que não valeria à pena construir uma família, destruindo outra”.
Outro devoto de Pier Giorgio é o estudante de jornalismo, João Pedro Borges Saggioro. “Eu sempre peço a intercessão dele dentro da minha área, para que eu jamais tenha medo de defender os meus valores. Outra ação que eu faço é divulgar a história dele, procuro sempre falar dele para os meus amigos, principalmente os mais jovens, para que eles possam se inspirar na luta diária que Pier Giorgio teve para defender seus valores”.
História
Padre Ricardo Figueiredo recorda que Pier Giorgio nasceu em uma família muito rica de Turim, no ano de 1901. Sua família seguiu os valores católicos básicos, mas não cultivou especial vivência religiosa. Os filhos estudaram em escolas católicas, para receberem formação religiosa.
“Podemos dizer que a exemplo de tantas famílias hoje, queriam que os filhos vivessem um cristianismo cultural – que oferece um enquadramento ético – mas não lhes interessava tanto o que é o fundamento dessa ética: a relação com Deus, a fé, a esperança e a caridade. Mas Deus aproveita tudo para fazer caminho com os seus filhos e tocou profundamente a alma deste jovem. A par de tudo isto, o pai, que exerceu diversos cargos políticos, incutiu especialmente em Pier Giorgio, o filho mais velho, o interesse pelo envolvimento na causa pública”.
A infância do beato foi passada em um ambiente de grande normalidade. Cresceu e formou-se como qualquer outra criança da alta burguesia de Turim. No entanto, quando chegou aos 12 anos, reprovou na escola e, então, os pais colocaram-no num colégio dirigido por jesuítas. Era a prática: quando havia sinais de falta de disciplina escolar, era necessário colocar num colégio em que a formação fosse mais estrita. “Vemos como aquela reprovação de ano escolar foi providencial: Pier Giorgio teve contato com o Apostolado da Oração e começou a fazer longos tempos de adoração eucarística. Bendita reprovação de ano! Um fracasso deu-nos um grande santo!”.
A juventude do beato foi vivida em três grandes vetores: formação acadêmica, como engenheiro de minas; envolvimento na vida política; ação caritativa com a Conferência de São Vicente de Paulo. Como fundamento de tudo isto, a vida de oração se aprofundou e moldou o caráter daquele jovem. Ao mesmo tempo, o grupo de amigos teve uma importância fundamental.
No final de junho de 1925, foi diagnosticado com poliomielite fulminante, o que levou à sua morte em 4 de julho daquele mesmo ano. “No dia 7 o seu funeral arrastou uma enorme multidão: ninguém tinha consciência do real impacto da vida daquele jovem e do número de pessoas a quem ele chegava. De forma particular, os muitos pobres que quiseram estar presentes foram testemunho de como a vida daquele membro da alta burguesia de Turim não foi uma vida fechada, mas totalmente doada ao serviço de todos”.