O encontro com os cerca de 25 mil voluntários aconteceu na tarde deste domingo, 6 de agosto, e tradicionalmente encerra a Jornada Mundial da Juventude
Huanna Cruz
Da Redação
O encontro do Papa Francisco com os voluntários que trabalharam, antes e durante, na Jornada Mundial da Juventude encerrou tradicionalmente o evento da Jornada Mundial da Juventude.
No final da tarde deste domingo, 6 de agosto, aconteceu o encontro do Pontífice com cerca de 25 mil voluntários, que serviram de ligação principal com os peregrinos e são provenientes de 140 países. O encontro aconteceu no Passeio Marítimo de Algés. O local amplo fica no município de Oeiras e além de ser considerado um dos melhores lugares para praticar exercício físico na região metropolitana de Lisboa também acolhe ocasionalmente concertos e festivais. Para esta visita do Papa, 5 telões gigantes foram instalados para a transmissão oficial do evento.
O Papa saudou todos os presentes em Oeiras, neste evento de despedida e último da Jornada Mundial da Juventude, último compromisso oficial do Papa em terras portuguesas. Antes do discurso do Papa, foi apresentado um vídeo sobre a JMJ, um testemunho de três jovens voluntários e o agradecimento do Patriarca de Lisboa.
Um serviço sem barulho e sem protagonismo
Em seu pronunciamento, Francisco começou agradecendo a todos, em especial ao Patriarca de Lisboa pelas palavras, Dom Américo Aguiar e a todos os voluntários por terem trabalhado muito e bem, que tornaram possíveis esses dias inesquecíveis, lutaram durante vários meses discretamente de forma escondida sem barulho e sem protagonismo para que todos pudessem encontrar-se na jornada e cantar juntos: Jesus vive e não nos deixa sós, não mais deixaremos de amar.
“Não só por isso foram exemplo, foram também, mas que um trabalho, vocês foram um serviço. Muito obrigado!”
Maria se levantou e partiu apressadamente
Segundo o Papa um serviço que fez a Virgem Maria que se levantou e partiu apressadamente para a casa de Isabel sentindo urgência de partilhar a alegria do serviço a sua parente. Compartilhar a alegria no serviço.
“Pensemos em Zaqueu que desce apressadamente da árvore para encontrar Jesus e acolhê-lo em sua casa. Pensemos nas mulheres e nos discípulos que na páscoa correm num vaivém do Cenáculo para o túmulo e vice-versa a fim de anunciar que Cristo ressuscitou; e pensemos no próprio Jesus, que, a certa altura da sua vida, se encaminha decididamente para Jerusalém a fim de Se entregar por nós”.
Quem ama não fica de braços cruzados
Francisco afirma que quem ama não fica de braços cruzados, mas quem ama serve, quem ama corre para servir, corre para se integrar ao serviço dos irmãos, dos demais. “Vocês correram, correram bastante nestes meses.”
“Eu vi vocês nesses dias recorrendo a mil necessidades as vezes com o rosto marcado pelo cansaço, outras vezes um pouco acabrunhados com as urgências do momento, mas sempre, eu notei uma coisa, que tinham os olhos luminosos, luminosos pela alegria do serviço. Muito obrigado! Vocês possibilitaram esse encontro mundial da juventude e fizeram grandes coisas com gestos pequenos. Como deram uma vasilha de água a um desconhecido isso cria amizade.”
Testemunho de Chiara, Francisco e Filipe
O Papa então trouxe os testemunhos de Chiara, Francisco e Filipe: “vocês três nos falaram de um encontro especial com Jesus”. Como disse Chiara, quando descobriu que está perto d’Ele: “E experimenta-se que um pequeno «sim» a Jesus pode mudar a vida. Mas também os «sins» ditos aos outros nos fazem bem, quando estou para o serviço: no momento do cansaço, vocês se reanimaram e se alçaram dizendo ‘sim’ para servir os outros. Obrigado por isso.”
O jovem Francisco disse que na JMJ encontrou o que precisava sem nem mesmo estar procurando. Caminhando, trabalhando e rezando com os outros conseguiu colocar a vida em ordem com a ajuda de Jesus e dos irmãos: “É bonito isso: esta Jornada é útil, ajuda muito a colocar a vida em ordem. Mas por que, graças à Jornada? Não, graças a Jesus, que caminha ao nosso lado e se mostra a nós. Para colocar nossa vida em ordem, não precisamos de coisas, não precisamos de distrações, não precisamos de dinheiro. É preciso dilatar o coração. E se vocês dilatam o coração, colocarão a sua vida em ordem. Não tenham medo: dilatem o seu coração!”
E por fim, o testemunho de Filipe, que viveu na JMJ “um duplo encontro, com Jesus e com os outros”, sejam eles voluntários do evento ou os companheiros da paróquia de origem, entre idosos e adolescentes da catequese.
Surfistas do amor
Por fim, o Pontífice trouxe a imagem das ondas gigantes – de até 30 metros de altura – das praias de Nazaré, a cerca de 100 Km de Lisboa. Nestes dias, disse Francisco, “também vocês enfrentaram uma onda enorme, não de água, mas de jovens, jovens como vocês, que afluíram a esta cidade” que, com a ajuda de Deus e dos companheiros, os levou ainda mais alto.
“Vocês cavalgaram esta grande onda: são corajosos! Confiem! Obrigado! Quero dizer: continuem assim, continuem a cavalgar as ondas do amor, as ondas da caridade, sejam «surfistas do amor»! E esta é a tarefa que lhes confio neste momento: que o serviço que prestaram nesta JMJ seja a primeira de tantas ondas boas; cada vez serão levados mais alto, mais perto de Deus, e isso irá permitir a vocês ver de uma perspectiva melhor o vosso caminho.”