Música é parte integrante da liturgia, portanto deve estar em sintonia com os ritos da celebração
Kelen Galvan
Da redação
A Semana Santa começa neste domingo, 14, com a Celebração do Domingo de Ramos. Uma ocasião em que os fiéis são convidados a vivenciar o mistério da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor.
Neste aspecto, as músicas litúrgicas auxiliam os católicos a se aprofundarem na vivência destas celebrações. De acordo com a assessora da comissão de Liturgia da Diocese de Lorena (SP), Luciana Rodrigues Lemes, a música é parte integrante e solene da liturgia, portanto deve estar em plena sintonia com a ação ritual.
“[A música deve] respeitar a temática do dia, as leituras e momentos específicos, para assim cumprir com sua função de glorificação de Deus e de santificação e edificação dos fiéis, como nos é relatado em tantos documentos sobre a música litúrgica”, explica a assessora.
Diante disso, os ministros de música devem escolher adequadamente os cantos. “Durante a Semana Santa pedem-se cantos apropriados de acordo com o tempo e momento litúrgico vivenciado. Principalmente quando tratamos do Tríduo Pascal, momento muito singular e específico”, complementa Danilo José dos Santos Moraes, também assessor da comissão de liturgia da diocese.
O ministério de música Paz e Bem, de Cascavel (PR), vive essa experiência. Já é costume o grupo se reunir para escolher as músicas para a Missa, eles meditam, estudam o tema da liturgia do dia e pensam nos cantos que melhor respondem à proposta litúrgica.
“Geralmente buscamos colocar os cantos de entrada e comunhão bem específicos, ou seja, que tratam do tema principal da Missa. No restante das músicas, como ato penitencial, hino de louvor, procissão das oferendas e Santo, são consideradas as questões litúrgicas que possam responder, em forma de palavra cantada, as orações presentes no Missal Romano! O canto de aclamação é sempre remetente ao Evangelho do dia, extraímos a frase principal do Evangelho”, explica o coordenador do ministério, Carlos Eduardo de Souza.
Ele destaca que na Semana Santa também seguem estes passos. “Levamos em consideração se as músicas que iremos executar irão levar as pessoas, que participam das celebrações, a viver verdadeiramente o mistério da Morte e Ressurreição de Jesus”.
Carlos, no violão, durante a Missa, com alguns integrantes do Ministério de Música Paz e Bem / Foto: Arquivo Pessoal
Um cuidado do grupo é, principalmente na Celebração da Paixão do Senhor, escolher músicas bem conhecidas para favorecer a melhor participação dos fiéis. Um recurso utilizado sempre nas Celebrações é o uso de projetor multimídia para que o povo acompanhe os cantos.
O coordenador do ministério lembra que a preparação para cantar na Missa começa muito antes. O grupo se reúne toda semana para ensaiar e preparar os cantos, as músicas são digitadas ou cifradas para quem precisa. E no dia da Missa, o ministério chega uma hora antes para organizar tudo. Caso seja preciso, fazem outro ensaio rápido, mas, 30 minutos antes da Missa, o grupo faz silêncio para que a comunidade possa rezar e se preparar espiritualmente para a Celebração.
Essas práticas vão ao encontro das indicações dos assessores da Comissão de Liturgia, Luciana e Danilo, que destacam a necessidade de priorizar o silêncio antes das celebrações e a escolha de músicas conhecidas.
“A escolha dos cantos é primordial para que a assembleia possa participar e compreender melhor estes momentos eucarísticos. O contato do músico com a assembleia deve ser frequente, porém minucioso (pois não queremos dar à Celebração o aspecto de um show ou uma apresentação), pode-se realizar antes da celebração curtos ensaios entoando pelo menos os refrões. Contudo, sabemos que nesta situação, onde nossa igreja pede e preza pelo silêncio, se faz dificultosa a execução desta ideia. Então, o uso de músicas simples e já conhecidas pode ajudar a promover maior participação e motivação dos fiéis”, orientam.
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