13 de agosto

Santuário celebra Missa em memória de Santa Dulce dos Pobres

Dia de Santa Dulce dos Pobres é celebrado pelo segundo ano

Denise Claro
Da redação

Missa foi celebrada no Santuário de Santa Dulce dos Pobres, nesta sexta-feira, 13. / Foto: Reprodução Youtube.

Nesta sexta-feira, 13, foi celebrada em Salvador a missa solene do dia de Santa Dulce dos Pobres, canonizada em outubro de 2019. A missa teve início às 8h30 no Santuário Santa Dulce dos Pobres, e foi presidida pelo Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Cardeal Sérgio da Rocha. 

Este é o segundo ano em que o Dia de Santa Dulce é celebrado. O significado da data remete a 1933, quando a jovem Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes ingressou na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, no Convento de Nossa Senhora do Carmo, em São Cristóvão (Sergipe). Naquele mesmo ano, no dia 13 de agosto, com 19 anos de idade, ela recebeu o hábito e adotou, em homenagem à sua mãe, o nome de Irmã Dulce.

Missa foi presidida pelo Cardeal Sérgio da Rocha./ Foto: Reprodução Youtube.

Na homilia, Dom Sérgio lembrou que Santa Dulce tomou posse das palavras da liturgia “Vinde, benditos de meu Pai. Porque Eu estava com fome e me destes de comer, estava doente e cuidaste de mim”. E afirmou que Santa Dulce não só escutou esta palavra de Jesus, mas acreditou. 

“Esta é a Boa Nova, a alegria do Evangelho que nós devemos acolher e testemunhar.”

Dom Sérgio afirmou que, somente porque Santa Dulce viveu esta palavra, pôde ouvir ao final de Jesus “vinde, benditos de meu Pai, receber como herança o Reino que meu Pai vos preparou.”

“Nós queremos também ter a graça de ouvir isso de Jesus quando concluirmos a nossa missão deste mundo.”, reforçou. 

Acolher Cristo no pobre

O arcebispo lembrou de uma frase que Santa Dulce sempre dizia, que traduzia o seu compromisso, seriedade, e fidelidade: 

“Se Deus viesse à nossa porta, como seria recebido? Aquele que bate à nossa porta hoje em busca de conforto para sua dor e seu sofrimento é um outro Cristo que nos procura.”. 

Os apóstolos, disse Dom Sérgio, perguntaram a Jesus quando isso tinha acontecido, quando o haviam dado de comer e beber. E Jesus afirmou que todas as vezes que haviam feito um bem a um dos pequeninos, era ao próprio Jesus que haviam feito. Esta mensagem Santa Dulce entendeu bem. 

“Santa Dulce nos motiva, nos incentiva a viver este Evangelho nos dias de hoje, tão necessitado de amor fraterno, de solidariedade, de partilha, consolação e paz, especialmente nesta pandemia. O exemplo de Santa Dulce é sempre muito importante em qualquer situação, mas neste momento de luto, de pobreza, fragilidade, com mais razão ainda o testemunho de Santa Dulce é extremamente atual. Não se pode celebrar a Santa dos pobres sem ter no coração a disposição que ela teve.”

Missão de amor

Dom Sérgio afirmou que a missão de Santa Dulce tinha como fonte o amor de Deus e a fé. Deus ama primeiro, e Santa Dulce também amava primeiro, a quem não podia retribuir esse amor. 

“Não é um amor qualquer, é um amor que é caridade, que é serviço e compaixão. Nosso mundo precisa desse amor. Se houvesse mais amor, o mundo seria outro.”

Por fim, Dom Sérgio se lembrou daqueles que, inspirados pelo exemplo de Santa Dulce, buscam viver o amor e a caridade: 

“O caminho a percorrer é longo, as situações de sofrimento são imensas. Por mais que fizermos, teremos ainda muito a fazer. Rezar e ajudar uns aos outros, a amar e servir a todos, especialmente aos mais necessitados e fragilizados. Deus nos ajude a viver como Santa Dulce viveu, para fazer do nosso mundo um lugar mais fraterno, justo e de paz.”

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Santa Dulce

Nascida em 26 de maio de 1914, na cidade de Salvador, Maria Rita começou a manifestar interesse pela vida religiosa desde cedo, ainda no início da adolescência. Aos 13 anos de idade, já atendia doentes no portão de sua casa, no bairro de Nazaré. Sempre com muita fé, amor e serviço, o Anjo Bom iniciou, na década de 1930, um trabalho assistencial nas comunidades carentes, sobretudo nos Alagados, conjunto de palafitas que se consolidara na parte interna do bairro de Itapagipe, na capital baiana.

Em 1949, Irmã Dulce ocupou um galinheiro ao lado do convento, após a autorização de sua superiora, com os primeiros 70 doentes. A iniciativa marca as raízes da criação das Obras Sociais Irmã Dulce, instituição que abriga hoje um dos maiores complexos de saúde 100% SUS do país, com 3,5 milhões de procedimentos ambulatoriais por ano.

Irmã Dulce faleceu no dia 13 de março de 1992, aos 77 anos, e foi canonizada no dia 13 de outubro de 2019, no Vaticano, passando a se chamar, oficialmente, Santa Dulce dos Pobres, e sendo a primeira santa brasileira. 

O Santuário

Túmulo de Santa Dulce fica na Capela das Relíquias no Santuário, em Salvador./ Foto: OSID

Sempre de portas abertas para acolher e dar suporte espiritual a quem mais necessita, o Santuário Santa Dulce dos Pobres está em funcionamento desde 2003 e foi erguido graças à ajuda de fiéis e das doações. 

O santuário está localizado em Salvador, ao lado da sede das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), no Largo de Roma, e tem capacidade para mais de 1.000 pessoas sentadas. A igreja começou a ser erguida em 2002, a partir da Campanha do Tijolo, no mesmo local onde na década de 40 do século XX Irmã Dulce havia construído o Círculo Operário da Bahia e o Cine Roma.

É no Santuário que estão depositadas as relíquias do Anjo Bom do Brasil, em um espaço chamado Capela das Relíquias – uma sala circular, com pé direito triplo, tendo ao centro o túmulo que guarda os restos mortais da Mãe dos Pobres. A capela foi aberta no dia 09 de junho de 2010, quando o corpo da então Venerável Dulce foi transladado da Capela Santo Antônio (localizada no Memorial Irmã Dulce) para sua nova morada.

Em setembro de 2019 o local passou por uma nova reforma, ganhando um túmulo de vidro com uma efígie em tamanho real da Santa Dulce dos Pobres.

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