Coluna da semana

Retomando frase do Papa, padre defende respeito e amor à vida

A partir das palavras do Papa Francisco, sacerdote defende atuação mais concreta em favor da vida humana

Padre João Carlos Almeida
Teólogo e educador

padre joaozinhoRespeitemos a vida

No dia 15 de maio o Papa Francisco lançou no twitter um grito a favor da vida:

“É Deus que dá a vida. Respeitemos e amemos a vida humana, especialmente a vida indefesa no ventre de sua mãe”.

Existe neste twitter do papa uma clara referência à posição da Igreja católica contra o aborto. Ele não teme ser chamado de conservador. Assume sem pudor a clássica posição da Igreja que defende a vida da sua concepção ao seu fim natural. Neste sentido a Igreja não pode apoiar nem o aborto nem a eutanásia. É claro que este assunto entra na seara de outras ciências. A medicina discute quando começa realmente a vida humana. Enquanto isso, a cultura do aborto não se preocupa com detalhes técnicos. Avança decididamente criando uma mentalidade.

Filhos deste modo de pensar, nos Estados Unidos surgiram grupos que admitem que se mate uma criança mesmo após o seu nascimento. Segundo eles esta “criatura” ainda não teria consciência humana. Há extremistas que não veem problema em matar uma criança de até três anos de idade, com o mesmo argumento. Veja que a desvalorização da vida é como uma pedra correndo morro abaixo. Se você permite que a pedra role… ela não irá mais parar. Por isso, a Igreja defende a vida no seu início mais original, na concepção.

Outro aspecto interessante é o início da frase: “é Deus quem dá a vida”. Em outras palavras “vida é um dom”. Não escolhemos viver. Recebemos este corpo, esta cor, este humor, esta herança genética. Tudo recebemos. Nada escolhemos.

O segredo da autorrealização está em assumir esta lógica da dádiva. Ao contrário somos seduzidos a viver na lógica do interesse e da troca. O mercado regula todas as nossas relações. Mas sem a dádiva é impossível viver. Aliás, sem o dom de si é impossível qualquer encontro. Francisco sabe que para promover a “cultura do encontro” terá que defender a lógica do dom e da vida.

É preciso insistir na cultura do respeito e amor à vida. Sabemos o que significa respeitar a vida. Mas sabemos o que significa “amar”? Esta palavra – amor – está muito desgastada. É usada como sinônimo de tantas coisas: paixão, caridade, filantropia, gosto, sexo, admiração. Mas o que é mesmo o amor? Já parou para pensar?

Camões diz em seu memorável poema que o amor “é um fogo que arde sem se ver; é ferida que dói e não se sente; é dor que desatina sem doer; tão contrário a si é o mesmo amor…” é verdade. O amor vital tem algo de paradoxal. Disse Jesus que quem quer ganhar a vida vai perder e quem aceita perder vai ganhar. Esta aparente contradição na verdade funciona. Quem abre a mão acaba vencendo. Por exemplo, se você abre a mão de recordar, recordará. Se abre a mão de ganhar, ganhará.

Um cristão precisa defender a vida com todas as suas forças. Concessões da modernidade doente ao aborto e à eutanásia dever receber nosso determinante “não”. Bonito ver quantos cristãos militam em frentes em favor da vida. A Doutrina Social da Igreja não cansa de proclamar que Jesus veio para nos dar vida e vida em plenitude. É hora de assumirmos de modo mais militante e concreto esta defesa em favor da vida.

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