Relações favoráveis para todos os envolvidos levam a um crescimento mútuo
André Prado*
No mundo dos negócios existem muitas decisões que podem modificar positiva ou negativamente a situação de uma organização. Muito se comenta que as organizações devem contratar os melhores talentos para continuarem vencendo no mercado competitivo.
Entretanto, cabe lembrar, que existem patrões que contratam colaboradores pretendendo pagar o menor salário e extrair o máximo que conseguirem do funcionário. Em contrapartida, alguns contratados pensam ganhar um excelente salário trabalhando o mínimo possível. Isto é o que pode ser denominado como uma relação perde-perde.
Alguns empresários alegam que pagar um bom salário não é o mais relevante. No entanto, alguns vão ao extremo e procuram remunerar com o menor salário que puderem. Se fizer uma pesquisa com a classe assalariada, perceberão que um salário adequado é muito importante.
Existem empresas que remuneram tão mal seus trabalhadores que estes não conseguem nem se vestir de maneira condizente com a função que ocupam. Imagine o que pensa o cliente quando visita uma organização assim? E mais, tente conceber como um trabalhador pode se concentrar no trabalho passando necessidades, cheio de dívidas e com cobradores procurando-o por todos os cantos?
As empresas devem possuir um plano de carreira amplamente divulgado aos seus colaboradores, permitindo ascensão horizontal e vertical, possibilitando a obtenção de progresso, melhores cargos e salários. É preciso estabelecer promoções por mérito e automáticas por tempo de serviço. Além disto, as organizações devem propiciar uma avaliação de desempenho que não seja unilateral. Avaliações deste tipo devem permitir que os chefes avaliem seus subordinados assim como o inverso.
No entanto, se por acaso a empresa estiver remunerando bem e mesmo assim o colaborador permaneça endividado por gastar mais do que ganhe, talvez seja ideal contratar especialistas que deem treinamentos sobre educação financeira ou orçamento familiar com o intuito de ajudá-lo a melhorar a gestão dos recursos obtidos.
Sabe-se que existem corporações que não pagam o mais alto salário de mercado, mas oferecem um bom pacote de benefícios para continuar retendo os bons colaboradores. Tais benefícios podem ser: plano de saúde, previdência privada, plano odontológico, horário flexível, pagamento de cursos, diversos tipos de vales, entre outros.
Relações ganha-ganha
Para um empresa crescer, deve investir no maior número de relações ganha-ganha possíveis. E isto não se restringe às relações entre empresa e colaborador como foi enfatizado. Além dos colaboradores, uma organização deve desenvolver este tipo de relação com os clientes, comunidade, governo, sindicatos, fornecedores e com todo o meio que se relacionar.
Por exemplo, algumas corporações sabem que certos fornecedores, devido a crise ou má gestão, fariam qualquer negócio para comercializar por não estarem bem financeiramente. Lamentavelmente, estas organizações acreditam que é uma vantagem negociar com uma empresa nesta situação mandando a proposta com o preço mais baixo possível para adquirir os produtos ou serviços. Se assim procedem, pode ser que o fornecedor nem consiga entregar o pedido.
Fornecedores são parceiros de negócio, por isto devem crescer junto com as organizações. São aliados e devem ser beneficiados com uma relação onde empresa e fornecedor se ajudem mutuamente para crescerem.
O mesmo ocorre com empresas que fazem de tudo para dificultar a vida do cliente, fazendo-o perder um tempo precioso com uma reclamação ao telefone, notificando a ouvidoria ou até mesmo para conseguir resolver um problema com a assistência técnica. O cliente deve ser o rei para as empresas e jamais deve ser tratado mal, pois ele é que pagará pelos produtos ou serviços para que as organizações obtenham lucro.
Em suma, percebe-se que as empresas que investem em relações ganha-ganha têm muito mais chances de sobreviver no mercado repleto de disputas. É óbvio que tentar manter este tipo de atitude em todas as relações é muito difícil. Porém, é um desafio que vale ser enfrentado pelo fato de gerar muitos retornos positivos. Nem tudo pode sair como desejado, mas perseguir isto com equilíbrio deve ser uma ação incansável e incessante em busca da melhoria contínua.