Gripe ou resfriado?

Otorrinolaringologista explica diferença entre gripe e resfriado

Apesar de apresentarem os mesmos sintomas, médico diz que é possível diferenciar gripe e resfriado

Julia Beck
Da redação

Tosses, espirros, calafrios e febre são sintomas comuns ao vírus do resfriado e da gripe. Diante das mesmas razões sintomáticas, o otorrinolaringologista Gustavo Zangiolarome explica como é possível diferenciar o vírus no momento do diagnóstico. “É possível diferenciar resfriado de gripe pela intensidade dos sintomas. Então o indivíduo, quando começa a ter um mal estar, em geral mais prolongado, uma febre mais prolongada, uma dor no corpo mais prolongada, ele passa de um resfriado para uma gripe mais severa como Influenza ou H1N1 por exemplo”.

Com a chegada da estação mais fria do ano, o inverno, e a conglomeração de pessoas em locais mais fechados, a chance de transmissão de resfriados e gripes se torna ainda mais acentuada. “Geralmente são transmitidos por meio de cutículas, então o indivíduo está em um local fechado, por exemplo, uma pessoa espirrando, uma pessoa tossindo. A transmissão geralmente é desta forma, de pessoa para pessoa, pela tosse ou pelo espirro, que é por onde é liberado o vírus”, esclarece Zangiolarome.

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Para a prevenção do resfriado e da gripe, o especialista aconselha que sejam evitados locais fechados e com muitas pessoas, além de cuidados com a alimentação e vestimentas adequadas à estação. Sobre os grupos de risco destas doenças virais, o otorrinolaringologista comenta: “São geralmente idosos com idade acima de 60 e 65 anos, e crianças abaixo de 7 e 8 anos, além daqueles que têm doenças crônicas, como diabetes, pacientes portadores do vírus do HIV, doenças que facilitam a propagação do vírus fazendo com que ele cresça e desenvolva no organismo”.

Aumento do óbito de crianças e importância da vacinação

Na última quinta-feira, 21, o Ministério da Saúde divulgou o aumento no número de mortes de crianças por complicações relacionadas à gripe. O registro é de 44 mortes, o número é mais que o dobro do mesmo período do ano passado, quando foram registrados 14 óbitos. Diante do boletim divulgado, Zangiolarome explica a causa do aumento: “O aumento do número de mortes se deve à virulência que o vírus tem, ou seja, o poder que ele tem de infecção e de causar a doença”.

“O vírus H1N1 tem uma mutação de um ano para o outro, então ele sofre mutações e essa mutação veio agora mais forte, nomeada H3N2. Então o vírus pode ter uma virulência mais fraca ou mais forte, como o H3N2 tem”, comentou o otorrinolaringologista.

Campanha de vacinação contra a gripe encerrou na última sexta-feira, 25. Municípios que ainda possuem doses da vacinação permanecem com a Campanha/ Foto: Larissa Ramos – CN

Os dados do Ministério da Saúde alertam, de acordo com o especialista, para a importância da vacinação e do cuidado com a imunidade das pessoas que fazem parte dos principais grupos de risco da gripe. Até o momento, 3,6 milhões de crianças menores de cinco anos ainda não foram vacinadas. Este grupo prioritário é o que registra menor cobertura vacinal, com 67,7% das 12,6 milhões que devem receber a vacina.

“Na prevenção, principalmente para o H1N1 e o H3N2, a vacina que nós temos na rede pública é muito importante”, revelou. A vacinação auxilia, segundo Zangiolarome, no aumento da imunidade, importante fator de prevenção contra a doença viral. “É bom deixar a imunidade sempre em bom estado com a alimentação correta, evitar o uso de medicações erradas, melhorar o estado da imunidade destes indivíduos [crianças e idosos] prepara a imunidade para quando o vírus entrar no organismo”, concluiu.

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