A menina Kailane Campos, de 11 anos, que foi atingida por uma pedrada na cabeça após culto de candomblé é recebida pelo cardeal Orani Tempesta
Da redação, com Arquidiocese do Rio
O arcebispo do Rio, cardeal Orani João Tempesta, recebeu na manhã desta sexta-feira, 19, a menina Kailane Campos, de 11 anos, que foi atingida por uma pedra, na cabeça, no último domingo, 14, quando saía de um culto do candomblé.
No encontro, o cardeal expressou sua solidariedade e reafirmou sua abertura ao diálogo com outras religiões. Representantes da Comissão Arquidiocesana de Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso, e da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa também participaram da reunião, além da avó de Kailane, Kátia Marinho, que acompanhava a menina quando ela foi apedrejada.
“A Igreja Católica sempre esteve aberta ao diálogo inter-religioso e já há muito tempo, desde que cheguei aqui no Rio, temos tido muitos encontros. A Jornada Mundial da Juventude (JMJ Rio2013), por exemplo, também foi um belo e grande momento de partilhas com as religiões. E quando vemos que a nossa cidade começa a dar sinais de intolerância religiosa, de não mais aceitar o outro, isso nos causa uma grande preocupação”, afirmou o cardeal.
Dom Orani disse a Kailane, à avó, e aos outros, que a postura cristã é de quem acredita que todos são criados por Deus e cada um tem a sua dignidade.
“Somos pessoas humanas, chamados a viver respeitando-nos mutuamente independente de etnia, religião e ideologia. Enquanto alguém que se preocupa com o diálogo inter-religioso conclamo a sociedade para que veja que aqui, no Rio de Janeiro, a cultura sempre foi de entendimento, fraternidade e compreensão. Que possamos conviver cada um respeitando a condição do outro”, exortou o arcebispo do Rio.
Nas redes sociais, os internautas elogiaram a atitude do arcebispo. “Parabéns à Arquidiocese do Rio, na pessoa de nosso arcebispo, dom Orani Tempesta, por essa iniciativa. Que o Espírito Santo continue a iluminá-lo neste caminho de solidariedade e tolerância. Minha solidariedade aos que professam outro credo que não o nosso, mas que têm na paz e na solidariedade com o outro, sua profissão de fé”, disse Jandira Gomes de Azevedo.
Outra internauta, Vânia Mousinho, considerou “muito louvável” a atitude de Dom Orani. “É necessário trabalharmos contra a intolerância religiosa não só no Brasil mas também em outros países. ‘Amar a Deus sobre todas as coisas e ao teu próximo como a ti mesmo'”.