Na última semana de agosto, a Igreja no Brasil convida à reflexão e oração pela vocação dos leigos comprometidos e do ministério dos catequistas
Ronnaldh Oliveira
Da redação
O Mês de Agosto está chegando ao fim e a Igreja no Brasil procurou, das mais variadas formas e ações, refletir, celebrar e rezar pelas diversas vocações. Nesta última semana, estará em evidência a vocação do leigo, com a celebração, em especial, do Dia do Catequista neste domingo, 28.
Os leigos são cristãos que têm uma missão especial na Igreja e na sociedade. Pelo Batismo, receberam essa vocação que devem viver intensamente a serviço do Reino de Deus. Na Igreja, existem as diversas vocações: a sacerdotal, a diaconal, a religiosa e a leiga. Todas são muito importantes, pois brotam do Batismo, fonte de todas as vocações.
Dentro da comunidade eclesial, “os leigos encontram-se na linha mais avançada da vida da Igreja”, enfatizou o Papa Francisco em sua intenção de oração em maio de 2018. “Demos graças pelos leigos que arriscam, que não têm medo e que oferecem razões de esperança aos mais pobres, excluídos e marginalizados”, disse. Eles estão no coração do mundo e têm um papel chave para transformar a sociedade. Por isso, são chamados a colaborar no governo paroquial e diocesano, participando de conselhos pastorais e econômicos.
A missão começa na vida
Apesar desses serviços que desempenham na comunidade eclesial, a missão mais importante dos leigos é no mundo. Eles são chamados a realizar sua missão dentro das realidades nas quais se encontram no cotidiano. Nos mais variados espaços como família, trabalho, escola, política e cultura, assim como nos meios de comunicação, são chamados, como cristãos, a testemunharem pela palavra e pela vida a mensagem de Jesus Cristo.
Os documentos eclesiais apontam o protagonismo laical
O Concílio Ecumênico Vaticano II e os ensinamentos magisteriais dos Papas insistem na necessidade de os leigos participarem ativamente na construção de uma nova sociedade, aperfeiçoando os espaços sendo sal da terra e luz do mundo.
Na Conferência de Aparecida, os bispos da América Latina, em 2007, insistiram sobre a urgência da plena participação dos Leigos e Leigas na vida e na ação da Igreja. “O projeto pastoral da Diocese, caminho de pastoral orgânica, deve ser uma resposta consciente e eficaz para atender as exigências do mundo de hoje com indicações programáticas concretas, objetivos e métodos de trabalho, de formação e valorização dos agentes e da procura dos meios necessários que permitam que o anúncio de Cristo chegue às pessoas, modele as comunidades e incida profundamente na sociedade e na cultura mediante o testemunho dos valores evangélicos. Os leigos devem participar do discernimento, da tomada de decisões, do planejamento e da execução” (DAp. 371).
Ser leigo é uma vocação
O advogado Jean Christian Fonseca é de São José dos Campos e tem 25 anos. De família católica, cresceu na comunidade eclesial entendendo a importância de comprometer-se com os outros e consigo mesmo.
“Cresci aprendendo que, a partir da fé, podia olhar para o lado e reconhecer os outros como meus irmãos. Desde então, sempre, desde criança, ajudava na minha comunidade. Ia à missa com meus pais e avós, mas precisava fazer mais”, diz.
Atualmente, Jean é envolvido com articulações que visam ao protagonismo juvenil em sua paróquia. Antes, já atuou em missões populares no Estado de São Paulo e Minas Gerais, na pastoral da Crisma, oratório festivo para crianças e adolescentes, acólitos e cerimoniários, grupo de oração entre outros.
“Fazendo muita coisa na Igreja, pode parecer que vivo lá, mas, na realidade, a Igreja começa em casa, na minha família. Invisto muito tempo com meus pais, avós e também os amigos. Se Jesus começou sua vida e seu ministério dentro da família de Nazaré, também quero ser assim. Faz muito sentido para mim”, afirma Jean.
Indagado sobre o trabalho, Chistian disse que busca olhar o Direito com olhar cristão: “Acredito no outro. Mesmo o mais errado, há um ponto acessível ao bem. A Igreja me faz olhar sob esse parâmetro e crescer nos processos que acompanho. Inclusive, me faz olhar o réu, como humano, que erra”.
O jovem finalizou afirmando: “o leigo comprometido não é aquele que não foi chamado para ser padre ou religioso. É aquele que vive com clareza seu Batismo. É uma vocação tão importante como as outras! Ser cristão por excelência”, concluiu.