Cardeal Eugenio de Araujo Sales governou a Arquidiocese do Rio por 30 anos; celebrações serão encerradas em 2020
Da redação, com Arquidiocese do Rio de Janeiro
Para comemorar o centenário do nascimento do cardeal Eugenio de Araujo Sales, que acontecerá no dia 8 de novembro de 2020, o arcebispo do Rio de Janeiro, cardeal Orani João Tempesta, idealizou uma programação especial durante todo o ano celebrativo. Com a presença de bispos, sacerdotes, consagrados e do povo, Dom Orani abriu as comemorações do centenário de Dom Eugenio com missa na cripta da Catedral de São Sebastião, seguida do lançamento de uma exposição fotográfica.
Com a intenção de ser padre do interior, o cardeal Eugenio de Araujo Sales respondeu ao chamado de Deus e tornou-se um dos principais expoentes da Igreja no Brasil. Natural de Acari, na região do Seridó nordestino, foi arcebispo de Natal, no Rio Grande do Norte, de Salvador, na Bahia, e o quinto arcebispo do Rio de Janeiro. Morreu no dia 9 de julho de 2012, aos 91 anos, depois de governar a Arquidiocese do Rio por 30 anos.
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“Dom Eugenio foi um pessoa emblemática para a Igreja, o Brasil e o Rio de Janeiro. Foi quem trouxe novidades para o trabalho social da Igreja, como a Campanha da Fraternidade, as escolas radiofônicas e a Pastoral do Menor. Empreendedor, trabalhou com pessoas de influência para pensar um Brasil melhor. Ele mesmo fez sua parte, quando acolheu e protegeu os refugiados e perseguidos políticos. Por onde passou deixou marcas, por ser um pastor muito próximo”, disse o arcebispo.
Dom Orani afirma que por toda a vida, e até o fim de seus dias, Dom Eugenio usou os meios de comunicação para falar com as pessoas e anunciar a Boa Nova. “Ele é uma pessoa cuja vida e ministério merecem ser estudados. Que ele seja nossa inspiração para encontrar, no meio das crises de hoje, caminhos da sabedoria, como ele encontrou no seu tempo”, completou.
O coordenador arquidiocesano de pastoral, cônego Cláudio dos Santos, afirmou que está sendo elaborada uma programação até novembro de 2020, como uma roda de conversa com pessoas que conviveram e trabalharam com Dom Eugenio, e uma exposição de seus objetos pessoais no Museu Arquidiocesano. “O pastoreio de Dom Eugenio foi muito significativo para a Igreja no Rio e para todo o Brasil. Conforme seu lema episcopal, ele consumiu sua vida e deixou-se consumir no anúncio do Evangelho”, destacou o sacerdote.
Exposição fotográfica
Após a missa de abertura, foi aberta a exposição fotográfica do centenário. São 53 fotos do fotógrafo Gustavo de Oliveira que retratam alguns momentos da vida e ministério de Dom Eugenio. Gustavo trabalhou com o cardeal durante oito anos. Acompanhava ele nas principais celebrações e compromissos pastorais pela cidade.
“Era uma pessoa carinhosa, e foi muito bom trabalhar com ele. Quando passava por mim, dizia: ‘Gustavo, sempre a postos’. Sempre procurei registrar com a minha lente o seu lado humano, com um olhar muito pessoal, sem a preocupação do habitual. O empenho era deixar para a História o significado daquele momento que ele estava vivendo”, disse o fotógrafo que continuou a trabalhar com Dom Eusébio, e agora, com Dom Orani.