Santuário da Esperança

Fazenda da Esperança inaugura Santuário e abre Porta Santa

O Santuário da Esperança é o terceiro santuário da Arquidiocese de Aparecida, SP, unindo-se ao da Padroeira do Brasil e de São Frei Galvão

André Cunha
Enviado especial a Guaratinguetá/SP

Após mais de 30 anos de trabalho com dependentes químicos, a Fazenda da Esperança recebeu da Igreja um presente: a Capela da Esperança elevada ao título de Santuário da Esperança.

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Santuário da Esperança, em Guaratinguetá (SP) / Foto: Wesley Almeida

A dedicação do templo aconteceu neste sábado, 30, com a presença do Arcebispo de Aparecida (SP), Cardeal Raymundo Damasceno Assis, do fundador da Fazenda da Esperança, Frei Hans Stapel, membros do clero, recuperandos da Fazenda da Esperança e muitos outros fiéis. Os cantores Padre Reginaldo Manzotti e Gabriel Ferreira conduziram os peregrinos com músicas e reflexões, no palco, antes da celebração da Missa.

Frei Hans Stapel / Foto: Wesley Almeida

O Santuário da Esperança está localizado na casa-mãe da comunidade terapêutica, em Guaratinguetá, no interior de São Paulo. De acordo com seu fundador, Frei Hans Stapel, a inspiração para elevar a capela ao título de santuário aconteceu a partir da experiência do povo que, estando no local, testemunhava a distinta presença de Deus. Além de que, em 2007, o Papa Bento XVI visitou a Fazenda, o que tornou o espaço ainda mais especial, atraindo muitos fiéis.

“É um lugar que oficialmente a Igreja reconhece como um lugar de graça, onde realmente muita gente vem. Eles, visitando esse santuário, vão encontrar os jovens. Os jovens que um dia o mundo jogou fora, deixou preso, nas sarjetas, nas cracolândias da vida, que muitos nem acreditavam que seria possível recuperar. Eles veem que esses jovens estão os acolhendo, se recuperando. É uma coisa divina!”, disse Frei Hans.

Um desses jovens em recuperação chama-se Diogo Pelogia da Silva, de 32 anos, e que há dois meses está na Fazenda da Esperança. Ele relata a emoção de ter um Santuário dentro desse espaço que, para ele, tornou-se como uma nova casa. Veja no vídeo:

Dom Raymundo Damasceno afirmou que a dedicação deste Santuário é um momento “muito importante” para a Arquidiocese de Aparecida e para a Fazenda da Esperança. Afinal, é o terceiro santuário da arquidiocese, somando ao Santuário Nacional e ao de São Frei Galvão. “Será um lugar especial de peregrinação, sobretudo, nesse Ano Santo da Misericórdia”, afirmou o cardeal.

Porta Santa no Santuário da Esperança

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A Porta Santa é aberta sempre que o Papa convoca um Jubileu ordinário ou extraordinário na Igreja /Foto: Wesley Almeida

O novo Santuário recebeu também uma Porta Santa. Dom Damasceno presidiu a Missa e, em seguida, seguiu junto com o fiéis, em procissão, até o Santuário, onde fez o rito de abertura da Porta Santa.

O cardeal explicou que a passagem pela Porta tem um valor simbólico, significando um caminho para a conversão. “Queremos que as pessoas, ao passarem pela Porta Santa, entrem com esse espírito de mudança de vida, de renovação, de conversão. Possam fazer a experiência do amor e da misericórdia de Deus, nosso Pai. Possam também experimentar o perdão de Deus através do Sacramento da Penitência e renovar a sua fé”.

Espaço do Peregrino “Irmã Odete”

A Fazenda da Esperança inaugurou também neste sábado, 30, o Espaço do Peregrino “Irmã Odete”; um local especial, reservado àqueles que visitarão a Fazenda em peregrinação.

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Espaço do Peregrino / Foto: Wesley Almeida

O Espaço do Peregrino recebeu o nome da religiosa que por muito tempo trabalhou na Fazenda da Esperança em Guaratinguetá, mas foi assassinada no ano passado, durante um assalto às instalações da Fazenda.

“Essa tragédia que aconteceu com a irmã é algo que pesa, mas não queremos ficar na cruz, queremos ir a além da cruz. A ressurreição, a vida dos mártires gera vida, então a morte da irmã deve gerar muita vida, vocações para as irmãs, para a Igreja. E o peregrino que tantas vezes foi recebido pela irmã, agora encontra um lugar onde ela continua viva e presente. Vão se lembrar de tantos encontros e talvez, quem sabe, seguir o exemplo dela”, destacou Frei Hans.

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Irmã Juliana, Irmãs Franciscanas de Assis / Foto: Wesley Almeida

Para Irmã Juliana, religiosa das Irmãs Franciscanas de Assis, congregação a qual pertencia Irmã Odete, o Espaço do Peregrino é fruto do trabalho que ela realizava, pois era responsável por prestar atendimento aos guias e peregrinos que visitavam a Fazenda da Esperança.

“Para nós irmãs, ficou essa marca de sua alegria. A gente chega na casa onde a irmã morava e lembramos do seu acolhimento. Que a morte dela não seja apenas uma morte, mas possa trazer santas vocações, não só para nossa congregação, mas também para toda a Igreja”.

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