O Edifício Nazaré foi reformado com a colaboração e doações de todas as paróquias da Arquidiocese de São Paulo, no Ano da Misericórdia
Da redação, com Arquidiocese de São Paulo
Neste domingo, 29, às 15h, ocorrerá em São Paulo a missa campal presida pelo Cardeal Odilo Scherer de inauguração do Edifício Nazaré. A construção de 11 andares, localizada na Praça da Sé, foi cedida à Arquidiocese de São Paulo pela Ordem Terceira do Carmo e acolherá, por períodos de três a quatro dias, pessoas em situação de rua que quiserem fazer um caminho dentro de uma das casas da Missão Belém. O Edifício ficará aberto 24 horas.
O Edifício Nazaré foi reformado com a colaboração e doações de todas as paróquias da Arquidiocese de São Paulo e nasceu como um ato concreto a partir do Ano Santo Extraordinário da Misericórdia (2015-2016), convocado pelo Papa Francisco. Batizado como “Vida Nova”, o projeto pretende ser uma “casa de portas abertas” para todos os que desejam deixar as ruas ou a dependência química, um espaço transitório gerido pelos missionários da Missão Belém, bem como para pessoas que saíram das ruas e decidiram continuar na comunidade como voluntárias.
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“Será uma espécie de casa de triagem, para acolhida das pessoas em situação de rua a qualquer hora do dia ou da noite”, explicou Padre Gianpietro Carraro, fundador da Missão Belém. Três andares, com 18 camas em cada um, serão destinados para a acolhida. Atualmente, todos estão voltados para o público masculino, mas um deles poderá ser destinado para as mulheres. Parte da alimentação fornecida às pessoas acolhidas é doada pela Universidade de São Paulo, e o restante será arrecadado pela Missão Belém que já iniciou o pedido de doações.
Cada andar será como uma comunidade autônoma, que além dos dormitórios, contém um espaço de convivência e a cozinha. O Edifício não será um albergue, por isso proporcionará atividades durante o dia aos que forem acolhidos. Além das casas de acolhida, o Edifício Nazaré abriga uma escola de missão, espaço para os missionários em formação.
Com 76 anos de fundação, o prédio é um dos edifícios que contam a história do desenvolvimento da Capital Paulista. Já abrigou conjuntos de escritórios comerciais e, em janeiro de 2014, foi ocupado por 51 famílias, que totalizavam 170 pessoas. Angolanos, peruanos, bolivianos, guineenses e nigerianos formavam a maior parte dos moradores, razão pela qual passou a ser conhecido como Torre de Babel. Durante a ocupação, essas salas foram transformadas em pequenos apartamentos, divididos entres duas ou três famílias.
A Missão Belém
A Missão Belém conta com 160 casas no Brasil, 140 em São Paulo, 15 em Belém (PA) e uma no Paraná. Além disso, a Missão mantém casas no Haiti e uma na cidade de Lamezia Terme, na Itália, onde há um intenso movimento de imigrantes. Desde a fundação, em 2005, a Missão Belém já acolheu cerca de 60 mil pessoas. Aproximadamente 40 mil começaram uma caminhada de recuperação dos vícios das drogas e do álcool e, dessas, 50% conseguiram se libertar do vício.