Santidade

Dom Helder: a profecia que se fez pão em todas as mesas 

Arcebispo emérito de Olinda e Recife, hoje Servo de Deus, é um dos ícones de Santidade do Congresso Eucarístico Nacional; livros, poesias, ícones e projetos de Dom Helder são expostos durante todo o evento 

Ronnaldh Oliveira 
Enviado a Recife (PE) 

Arquivos de Dom Helder expostos e que serão enviados em cópia para o Vaticano, contribuindo assim com seu processo de beatificação/ Foto: Ronnaldh Oliveira

O 18º Congresso Eucarístico Nacional realizado em Recife (PE) é marcado por diversos homens e mulheres que, vivendo a Eucaristia como centro de suas vidas, hoje percorrem um caminho de santidade reconhecida pela Igreja. O Servo de Deus Dom Hélder Câmara, arcebispo de Olinda e Recife entre 1964 e 1985, é um desses que, optando por uma Igreja em saída já naquela época, viveu para garantir o pão espiritual e material na vida de todos. 

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Seu testemunho de vida e sua opção evangélica preferencial pelos mais pobres oportunizou que o Congresso ganhasse também essa toada. Além do episcopado brasileiro, religiosos, consagrados e leigos terem participado da oração da liturgia das horas na Catedral onde o Servo de Deus está sepultado, os bispos receberam uma cruz peitoral de madeira, réplica da que Dom Hélder utilizava: “Ser pobre para os pobres”.

Durante o Congresso, diversos stands são destinados ao arcebispo emérito, para divulgação de sua vida, de projetos sociais ainda hoje existentes e iniciados por ele, como também a divulgação da causa de beatificação. No corredor destinado aos homens e mulheres com processos abertos de beatificação, Câmara faz-se presente por meio do Instituto Dom Hélder Câmara (IDHeC) e da arquidiocese de Olinda e Recife. 

O tema do Congresso “Pão em todas as mesas” é também inspirado na ação espiritual e apostólica de Dom Hélder. 

Quarto onde dormiu por 35 anos Dom Helder Câmara/ Foto: Ronnaldh Oliveira

O Memorial 

O Memorial em homenagem ao Servo de Deus, localizado na Igreja de Nossa Senhora da Assunção das Fronteiras, onde residiu o Arcebispo, foi reaberto para visitação. O complexo é composto pela Igreja das Fronteiras, Casa-Museu, Exposição e Espaço Dom José Lamartine, na área central da capital pernambucana.

O espaço permaneceu fechado por dois anos e meio devido à pandemia de Covid-19 e também em razão de danos causados por uma invasão às dependências do Instituto Dom Helder Camara (IDHeC) em abril deste ano.

Através da Fundação do Patrimônio Artístico e Cultural de Pernambuco (Fundarpe), foram realizadas as obras de manutenção necessárias para o conjunto do Memorial e, com ajuda de parceiros do exterior, foi possível recuperar os equipamentos danificados na invasão.

O governador de Pernambuco, Paulo Câmara, assinou o tombamento estadual do acervo de Dom Helder Camara, constituído por cerca de 210.000 páginas de documentos organizados, sob guarda do IDHeC.

Reconhecimento do legado de Dom Helder

Do acervo cultural deixado por Dom Helder constam cartas, crônicas, discursos e fotos que atravessam décadas e traduzem, numa linguagem simples, poética e bastante atual, as mensagens de amor, paz e cidadania que marcaram o século e a vida do Arcebispo emérito

No tombamento do acervo do Servo de Deus e um dos fundadores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, o Governo de Pernambuco reconheceu a importância de dimensão estadual, nacional e internacional dos cerca de 210 mil itens que contam a história do ex-arcebispo de Olinda e Recife.

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