Missão Fronteiras da Venezuela visitará a diocese para ver a situação dos imigrantes venezuelanos que chegam ao estado
Julia Beck, com contribuição da CNBB
Da redação
A diocese de Roraima receberá, de 28 de fevereiro a 4 de março, a Missão Fronteiras da Venezuela – Visita da Comissão Episcopal pastoral Especial para o Enfrentamento do Tráfico Humano – para ver a situação dos imigrantes venezuelanos. “Sabemos que é uma realidade delicada, uma situação emergente, humanitária, de muita necessidade de acolhida, como nos ensina o Papa Francisco”, afirmou o bispo da diocese de Roraima, Dom Mário Antônio da Silva.
De acordo com Dom Mário, é conhecido que a migração dos venezuelanos para o Estado de Roraima acontece por meio da capital Boa Vista e da cidade de Pacaraima. O Brasil recebe, segundo o bispo, cerca de 300 a 400 refugiados mensalmente, tendo nos últimos 45 dias recebido mais de 18 mil venezuelanos. Desde o agravamento da crise político-econômica no país vizinho, 30 mil venezuelanos ingressaram no Brasil.
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A situação migratória é dramática e, mesmo apoiada por diversas frentes de trabalho da Igreja Católica, da diocese de Roraima, de outras igrejas, do Estado e de outras entidades e instituições, os imigrantes ainda sofrem com a falta de alimento, remédio, acolhimento e integração no mercado de trabalho.
“Estamos lá com a pastoral do Migrante, com as Pastorais Sociais, com o apoio da Cáritas e também com o serviço de centro de orientação aos migrantes de direitos humanos fazendo aquilo que é possível à medida que nos procuram ou são visitados por nós”, contou Dom Mário.
As visitas são, de acordo com o bispo, um ponto de apoio muito importante e também de reflexão para alavancar novos projetos, abrir novos caminhos e chamar atenção dos governantes para o atendimento à necessidade da população em questão.
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A Venezuela atravessa uma crise política e econômica, com manifestações pró e anti-Maduro, que provocaram centenas de mortes. A rede de organizações católicas da América Latina e Caribe para as Migrações e Refugiados denunciaram, em comunicado divulgado em agosto do ano passado, um fluxo de emigração “sem precedentes” da população venezuelana para países vizinhos, entre eles o Brasil.
“[Eles] Saem da Venezuela por uma necessidade humanitária e é nossa obrigação estender a mão, acolher e fazer aquilo que o evangelho nos aconselha e o próprio Jesus nos diz: Amar uns aos outros como Ele nos ama”, finalizou Dom Mário.