Educação em foco

CNBB e Pastoral da Educação promoverão Encontro Nacional

Encontro será em Sumaré, no Rio de Janeiro, no fim do mês de setembro

Da redação, com CNBB

Dom Júlio Akamini, membro da Comissão Pastoral para Educação e Cultura / Foto: CNBB

A Comissão Episcopal Pastoral para a Cultura e Educação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio do Setor Educação, promoverá o 19º Encontro Nacional da Pastoral da Educação, de 28 a 30 de setembro, no Centro de Estudos do Sumaré, no Rio de Janeiro. O tema escolhido para esta edição é “O atual cenário da Educação Brasileira e as perspectivas para a Pastoral da Educação”.

O arcebispo de Sorocaba (SP), dom Júlio Akamini, membro da Comissão Pastoral para Educação e Cultura, chama a atenção para os desafios da Igreja no Brasil quanto ao campo da educação. Segundo ele, na obra evangelizadora da Igreja, o empenho em transmitir a fé sempre foi acompanhado da criação de escolas e de instituições para o desenvolvimento cultural.

O religioso lembra que desde sempre muitos educadores cristãos sustentam que a fé no Evangelho deve ser acompanhada de uma boa bagagem cultural. Estes, informa o arcebispo de Sorocaba, uniram o trabalho pedagógico para vencer o analfabetismo com a promoção de uma fé madura e consciente. “Uma fé que não se traduz em cultura é uma fé que não fala que não se comunica. A ignorância nunca ajuda no crescimento humano nem no espiritual. A ignorância torna as pessoas escravas da própria estreiteza de horizontes e prisioneiros das garras da cultura dominante; é terreno fértil para os preconceitos que envenenam nossa sociedade”, disse.

Para dom Akamini, a luta contra o analfabetismo é uma grande e nobre batalha de liberdade e de progresso civil e religioso. “Educar se torna assim uma das formas mais belas e corajosas de caridade porque contribui para combater a pobreza e a escravidão, oferecendo às pessoas o grande bem da consciência e da liberdade. A ignorância e o analfabetismo das nossas periferias são infelizmente o terreno fértil para o crescimento de todo tipo de desvio, criminalidade e violência. Essas periferias vivem numa emergência educativa”, ressalta.

Cultura da paz

Dom Julio defende que as periferias existenciais têm urgentíssima necessidade de escolas onde se possa aprender a viver a paz. “A educação consiste na transmissão de uma cultura de base e de uma pedagogia do encontro para a convivência pacífica entre as pessoas. Não se trata apenas de tirar as crianças da rua, nem de preservá-las da violência, mas de desenhar com elas desde já um futuro de solidariedade”, disse.

Para o religioso, educar consiste também em abrir para as pessoas as riquezas da Palavra de Deus. “Já São Jerônimo afirmou: ‘ignorar as Escrituras é ignorar Cristo’. Transmitir a fé implica necessariamente o conhecimento das Escrituras. Faz parte da renovação conciliar o empenho de abrir a todos os fiéis os tesouros da Sagrada Escritura”, alerta.

Dom Julio defende também que educar consiste em transmitir a fé cristã em um mundo praticamente analfabeto de Jesus e do seu Evangelho. “Junto com as escolas, é urgentíssimo transmitir o Evangelho e vivê-lo como sentido próprio da vida. A fé tem necessidade de cultura e de ciência para se aprofundar nas pessoas. Sem cultura e ciência, a fé cristã pode se tornar estéril. Um conhecimento superficial do Evangelho é o terreno mais propício para a superstição, o fanatismo e fundamentalismo”, afirmou.

Estes desafios apontados serão discutidos no Encontro Nacional, que acontece a cada dois anos e reúne lideranças da Pastoral da Educação (dioceses e regionais), Pastoral Escolar, Congregações Religiosas que atuam no âmbito educativo, Associação Nacional de Educação Católica (ANEC), escolas católicas e paroquiais, vicariatos episcopais para educação, projetos pedagógicos em contextos de fronteiras (presídios, imigrantes etc.) entre outras experiências no ambiente educativo.

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