No segundo dia de trabalhos, os bispos reunidos em Aparecida para a 51ª Assembleia Geral, conversaram com os jornalistas durante coletiva de imprensa, concedida na tarde desta quinta-feira, 11. A entrevista foi referente aos temas abordados neste segundo dia de Assembleia, ou seja, a situação das paróquias – assunto principal do encontro, a nova tradução para o Missal Romano e o Diretório de Comunicação para a Igreja no Brasil.
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Dom Dimas Lara Barbosa, presidente da Comissão Episcopal para a Comunicação, iniciou a entrevista dizendo que assembleia já tem dado passos importantes referentes à reflexão do tema proposto “Comunidade de comunidades: uma nova paróquia”. Segundo ele, os bispos receberam um texto escrito por Dom Sérgio Castrini sobre o assunto que foi analisado e será enviado às comunidades paroquiais do Brasil para estudo.
O autor do texto, Dom Sérgio Castrini, comentou sobre o tema central afirmando que a paróquia deve atrair a todos para a família de Deus. “Deve ser referência para os cristãos, inclusive para os não praticantes. Na paróquia, cada pessoa devia ter a oportunidade de encontrar-se com Cristo”, afirmou.
No entanto, ressaldo Dom Sérgio, que os bispos estão convencidos de que as paróquias precisam de uma grande renovação, e com urgência. “Esta está ligada pela articulação de pequenas comunidades. Para uma nova evangelização, as paróquias devem ser eminentemente missionárias.”
O bispo também disse que a paróquia precisa integrar os diversos segmentos da Igreja: movimentos, pastorais, obras sociais, novas comunidade de vida e aliança, hospitais e os demais serviços. Isso porque, segundo Dom Sérgio, a vocação cristã é vivida em comunidade. Para ele, o grande desafio desse processo é formar verdadeiras comunidades na paróquia que necessita de renovação, mas que continua sendo referência no meio secular.
A nova tradução do Missal Romano
Sobre a revisão da tradução do texto do Missal Romano, Dom Armando Bucciol, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia, explicou que a nova tradução é um pedido da Congregação Romana e consiste em fazer uma adequação dos textos – escritos no latim – para a linguagem brasileira. “É um trabalho demorado, sim, vai demorar muito! Mas a Congregação Romana pediu fidelidade ao texto.”
O objetivo da revisão é tornar a bela linguagem original do texto em latim acessível ao povo, mas sem perder o alto nível cultural e teológico dos textos. Segundo Dom Armando, os escritos são muito profundos e belos, esta profundidade faz com que a tradução de uma breve oração chegue a duração até meia hora. No entanto, “é preciso ser fiel ao que está escrito”, disse o bispo.
O cuidado para com o processo está fundamentado na importância da Liturgia. “A Fé da Igreja passa e se expressa pela Liturgia. Ela não é propriedade de ninguém, mas da Igreja que expressa o louvor a Deus por meio dela. Na liturgia, ela se revela e se constrói a Fé da Igreja”, ressaltou Dom Armando.
O bispo assegurou que a nova tradução não vai causar grandes mudanças na Celebração Eucarística. Segundo ele, serão algumas adaptações na linguagem que serão percebidas especialmente por aqueles que estudam a Liturgia, mas nem sempre pela grande maioria do fiéis.
Sobre o Diretório de Comunicação
Dom Dimas, presidente da Comissão para a Comunicação, revelou que o Diretório é um sonho antigo. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil já pensava em um documento que contivesse normas mais claras para serem seguidas, no âmbito da comunicação, nas comunidades. O texto foi apresentado aos bispos, após a coletiva de imprensa.
O Diretório vai conter a princípio dez capítulos. Dom Dimas adiantou que o capítulo primeiro trata do desafio da comunicação para uma Igreja num mundo em mudanças. Os demais abordarão a comunicação nas redes sociais digitais, a teologia da comunicação, a ética na comunicação e o papel dos leigos no processo comunicativo.
Dom Dimas afirmou que a Catequese, a Liturgia e a Caridade dependem muito de uma boa comunicação, por isso o Diretório também tem um capítulo dedicado a esse assunto. Outros temas abordado no documento são as políticas de comunicação, a educação e, por fim, a Pastoral da Comunicação que, segundo ele, deve permear as diversas atividades da Igreja.