Assembleia dos bispos

Fundo de solidariedade é aprovado para ajudar dioceses

Um dos principais assuntos discutidos na coletiva de imprensa da Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) nessa segunda-feira, 23, foi a solidariedade entre as dioceses. Em sessão reservada realizada pela manhã, os bispos aprovaram o projeto de solidariedade entre as dioceses para a formação do clero.

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Para atender a imprensa durante a coletiva, conduzida pelo arcebispo de Campo Grande (MS), Dom Dimas Lara Barbosa, estiveram presentes o arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Sherer,  o bispo de Ipameri (GO) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz da CNBB, dom Guilherme Antônio Werlang e o bispo da prelazia do Xingu (PA), dom Erwin Kräutler.

Sobre o fundo de solidariedade, Dom Guilherme explicou que a ideia é que todas as dioceses possam custear o estudo daqueles jovens que se sintam vocacionados a serem seminaristas. “Esse fundo é criado para custear o estudo dos seminaristas, para podermos formar seminaristas nessas dioceses”.

O bispo de Ipameri lembrou, porém, que muitas pessoas se declaram católicas, mas não se sentem co-responsáveis pela sustentação da Igreja. Nesse aspecto, Dom Odilo ressaltou que cada diocese é autônoma e que se faz necessário trabalhar mais entre os católicos a questão da partilha. “As dioceses precisam investir na formação de padres para terem futuro em sua diocese”, ressaltou o cardeal.

Belo Monte

Outro tema abordado durante a coletiva foi a atual situação da usina de Belo Monte, em Altamira (PA).  Sobre o assunto, Dom Erwin, que é presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), se mostrou indignado com a forma como a questão vem sendo tratada. “Altamira deveria receber saneamento básico e isso não foi feito. Não tem vagas nas escolas, a segurança é insuficiente. Prostituição a céu aberto no centro da cidade. Eu acuso o governo de tratar o povo do Pará, o povo do Xingu de maneira indigna”.

Já Dom Guilherme ressaltou o aspecto ambiental, levantando a necessidade de uma reflexão sobre o que é progresso e o que é desenvolvimento. “A questão ambiental nós temos que pensar. Tudo tem que ser levado em consideração quando se pensa em energia limpa ”.

Estado Laico

Ainda durante a coletiva, o cardeal Odilo foi indagado sobre a existência de uma possível ameaça à liberdade religiosa, tendo em vista os últimos debates sobre a laicidade do Estado. O arcebispo de São Paulo reconheceu que esta é uma preocupação que se faz presente na sociedade hoje e merece reflexão.

“O Assunto da laicidade do Estado está em voga e, se não é uma fantasia criada do vazio, é porque alguma situação certamente levanta preocupações. Quero falar pelo lado da Igreja Católica. Nós afirmamos a importância da laicidade do Estado bem entendida. Um estado que respeite a liberdade religiosa, a livre expressão religiosa dos cidadãos, que não interfira na religião. Essas são várias conotações de Estado laico que nós conhecemos. A Igreja Católica não tem problema em conviver com o Estado laico”.

            

 

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